quinta-feira, abril 22

O dia chegou!!!

Espero que a passagem seja indolor.

O blogueiro é o mesmo, a mãe do blog também, só muda mesmo é o endereço.

Estamos passando para o guarda chuva protetor da RBS.

Acessem: www.clicrbs.com.br/viajandoporviajar

terça-feira, abril 20

Islândia, o esplendor do gelo e do fogo

Sempre tive curiosidade pela Islândia. Quem sabe isso tenha vindo das leituras juvenis quando soube que ali, bem embaixo de uma grande geleira era entrada para uma "Viagem ao centro da Terra", a fantasia realista de Julio Verne.
Ele nunca foi lá, mas perdeu uma viagem insólita, fantástica, mas que não é para todos.
Se você é um "shopping lover", desista, não é para você. Até posso associar ao que dizia o meu guru Xico Stockinger. "Todos gostam de cravos e rosas, mas só alguns vêem a beleza de um cactos".
É mais ou menos isto. Fui, gostei e produzi o documentário divulgado na época pelo cartaz acima.
Lamento que você o tenha perdido, pois é uma visão do outro mundo.
A prova? É a erupção deste vulcão de nome impronunciável.
Lá é uma coisa absolutamente normal, basta dizer que é um território que é ¼ do nosso Rio Grande.
Eles têm 200 vulcões esperando a vez de botar para fora as suas entranhas.
Boa viagem!
O texto que segue era a apresentação do slide show.

Ao longo de milhões de anos, em meio à fúria dos elementos, criou-se a Islândia: nascida da água pelo fogo.
No curso de incontáveis erupções vulcânicas atingiu suas dimensões atuais: 100.000 km², mas não definitivas.
Há uns 15 anos, por exemplo, uma nova erupção bem na costa deu origem a uma nova ilha: Surtney e acrescentou mais alguns quilômetros quadrados.
Hoje, é um campo de estudos e só alguns cientistas têm acesso. Estão analisando como a vida se estabelece num local que surgiu do fundo do oceano há 5.000 graus.
A tradução de Islândia para o português não me parece das mais felizes. Está mais para espanhol, isla...do que a tradução correta de Ice...land: Terra do Gelo.
Lavalândia seria quem sabe bem oportuno, pois boa parte do fantástico cenário é formado por lava solidificada.
Hoje, este pequeno território ainda tem vulcões: 200 ao todo, sendo que muitos ainda ativos. Na média dos últimos 100 anos a Islândia tem tido 3 erupções em cada 10 anos. Um deles, o Hekla, é tão feroz que se diz ser uma das portas do inferno.
Com todos estes inconvenientes naturais, um inverno de 8 meses e uma temperatura que alegra a todos quando chega a 12°C, o país é um sucesso, mesmo sem ter petróleo, terra cultivável, minério ou árvores.
Sequer importam verduras ou frutas, produzem tudo em estufas e têm padrão de vida igual à Noruega, Suécia e Dinamarca. Por que nunca se fala nisso? Pessoalmente acho que é por vergonha.
Todo o seu bem estar é derivado de um só produto: o Peixe.

quinta-feira, abril 15

Rua, livros, badulaques e contrabandos

Vinte e Cinco de março é uma data que passou a pouco, mas também é o nome de uma das ruas mais famosas do Brasil. Querida pelos paulistanos e também pelos árabes, coreanos, chineses paraguaios e sacoleiros de qualquer estado.
Fica no centro de São Paulo e completaria 116 anos. Sim, completaria, porque para a surpresa dos comerciantes, até dos mais antigos, um livro chega as vitrines revelando que a rua é bem mais velha.
O primeiro registro é de 1865, portanto a rua tem 145 anos.
Fruto de uma pesquisa que começou como um trabalho acadêmico, o livro é um apanhado de curiosidades desse tumultuado centro de comércio, que chega a receber nas vésperas de grandes datas um milhão de pessoas.
Com o livro fica-se sabendo que o compositor Adoniran Barbosa, do samba do Arnesto, trabalhou como vendedor e entregador de uma loja de tecido.
O mais intrigante, mas não surpreendente é que ele foi demitido por ter o hábito de atender aos clientes batucando no balcão.
É com ajuda de detalhes como esse que o autor vai traçando o perfil da região ao longo do tempo.
Nós, aqui de Porto Alegre temos um autor que escreveu o livro sobre o Moinhos de Vento que entre outros elogios recebeu os do Dr. Brossard.
Agora sem alarde começa um sobre a Av. Independência.
Não posso pedir que ele desça da parte alta e rica onde sempre viveu para a parte plana, pobre e escreva um sobre a Voluntários, já que sobre a Rua da Praia, o Renato Maciel escreveu vários, mas bem que eu gostaria.
A 25 de março é mais ou menos a nossa Volunta, e o autor a que me refiro é o Carlos Augusto Bisson.

quarta-feira, abril 14

Um Dziekaniak nos ensinando cozinha guasca


No momento que releio " Os clássicos da culinária gaúcha" me chega uma mensagem informando que o autor Leon Hernandes Dziekaniak ( pronuncie como quiser, duvido que alguém consiga repetir este nome igual duas vezes) está embrenhado na Amazônia a procura do barco do Fitzcarraldo.
É uma das boas coisas da comunicação. Dá beira de um igarapé qualquer alguém digita uma mensagem e o satélite me encontra aqui, na Lomba do Asseio que nem os porto alegrenses sabem bem onde é.
Há alguns anos eu sairia gritando, miracolo! Miracolo!
Cozinha para o Leon sempre foi um hobby. Nascido em Rio Grande, formado pela UFRGS, completou seus estudos na Europa e é autor de vários llivros.
Este deve estar esgotado, mas quem sabe melhor que eu é o Martins Livreiro.
O Leon recomenda coisas simples e não tem intenções professorais como bem poderia, pois foi mestre por muitos anos.
Fala pouco contra o colesterol e muito de coisas que ajudam a diminuí-lo e ainda por cima melhoram o sabor.
Formado em letras, já era de se esperar um bom texto e começa o livro com uma frase de Jorge Luiz Borges que gosto muito: La pampa és el cielo al revez.
Boa leitura e bom apetite!

segunda-feira, abril 12

Stockinger: um ano depois


Hoje pela manhã ao ler os jornais me surpreendi com a participação de um ano de falecimento.
Para mim e para seus amigos, o Xico ainda é uma figura presente. Continuamos a conviver com a sua arte em bronze, argila, mármore e seus guerreiros em ferro e madeira, incomparáveis, inimitáveis que até se confundem com o seu bio tipo.
Além de museus, galerias de arte, colecionadores, as nossas casas, as casas de seus amigos, todas tem a sua marca em gravuras, tapeçarias múltiplos, desenhos, a maior parte doadas por ele, presentes de aniversários, lembranças, etc...
Portanto, o que nos faz falta é ele, a sua figura humana, o cozinheiro autodidata, o companheiro de bar, o parceiro de viagem e o surdo mais bem informado do hemisfério sul.
Foi-se aos 90 anos, mas foi muito cedo. Acho que o pessoal lá de cima tinha uma certa inveja de nós que com ele convivíamos e resolveram fazer uma chamada extra.
No velório, a boa, a ótima foto do Achutti, seu amigo também, nos lembrava o tempo todo a sua figura e a sua cumplicidade marota.
Faz hoje um ano que saímos do crematório, desolados, ficamos conversando no estacionamento, até que alguém , compreendendo o nosso impasse, disse: Vamos continuar as homenagens no Prinz, o bar que ele tanto gostava.
Na volta para casa, felizmente não havia nenhuma " blitz", nenhum bafômetro. Tenho certeza que das homenagens de despedida foi a que ele mais gostou.

sexta-feira, abril 9

Perdão para todos

Está por acontecer ou acontecendo o Festival de Kumbha Mela na Índia.
Acontece de 7 em 7 anos e mais de 60 milhões de peregrinos devem se banhar na confluência de dois rios, um deles é o Ganges e o outro é Yamuna. A duração depende da lua e segue até 28 de abril, quando termina a cerimônia.
Segundo a lenda, gotas de imortalidade teriam sido derramadas durante uma batalha entre deuses e demônios naquela área e por isto quem se banha no rio neste período, crêem os hindus, tem a absolvição de todos os pecados e merece. Quem se banha numa água daquelas deveria ter a absolvição até dos pecados futuros.
Para terem uma idéia, num determinado momento da superposição ou do encontro dos astros, um sinal é dado para que os gurus se dirijam em direção das águas e eles o fazem com respeito. Só que no último Kumbha Mela os sadus eram um milhão e seiscentos, mais ou menos todos os porto alegrenses, incluindo você.






quinta-feira, abril 8

Cercados por grades e alarmes

Vamos completar cinco meses e nunca antes na história do Viajando por Viajar recebemos tanto retorno como com o assunto sobre a pena de morte.
A grande maioria dizendo que deveríamos copiar a China e alguns quem sabe sem argumentos, apelando para a religião e até me repreendendo, dizendo que não devia ser publicado etc..
São provavelmente alguns que não vivem em prisão domiciliar como os comuns mortais.
Estes que eu saiba vivem cercados com guaritas na rua, alarmes, porteiros, cercas elétricas e alguns até com câmaras de vigilância.
Entre tantas opiniões, li uma transcrita do Jornal The Guardian que diz:

Quando a França aboliu a pena capital, em 1981, as guilhotinas saíram de cena.
Por ironia, uma delas foi colocada a pedido de ativistas no Museu d'Orsay, em Paris, ao lado da frase de Vitor Hugo: "É possível ser indiferentes à pena de morte enquanto não se viu uma guilhotina com os próprios olhos.

Estive no museu mais de uma vez e embevecido com o prédio em si e com o que mostram do acervo não vi a guilhotina, mas acho que o Vitor Hugo mudaria de opinião de vivesse no Brasil hoje.

Responda: Você lembra de alguma noite em que os noticiários de TV não mostram marginais armados desfilando pelos morros ou ruas, túneis e avenidas?
Por isso repito, até o grande Vitor Hugo mudaria de opinião.

terça-feira, abril 6

Dia dos bobos aqui e lá

O 1º de abril no Hemisfério Norte tem mais ou menos a mesma interpretação que aqui.
As brincadeiras é que são diferentes.
Por exemplo, um jornal inglês o Daily Mirror fez um comentário sobre o empobrecimento da família real e publicou uma foto, evidentemente forjada, da Rainha Elizabeth II entrando em um avião da Easy Jet, a mais conhecida empresa de low fare, ou seja, de baixo custo.
Os preços são realmente baixíssimos, mas eles têm outras formas de se ressarcirem. Uma delas, por exemplo, é que se você chegar atrasado, " dança". Só voa comprando outra passagem e assim por diante.
Outro exemplo?
Se você pagar com cartão, e quem não paga? 5 libras ( 12 reais) serão acrescidos a sua conta.
Comida de bordo é outro item que significa lucro para as companhias de baixo custo.Quase todas desenvolveram menu de refeições, petisco e lanches especiais. Tudo cobrado à parte.
Tem mais. A Ryanair está tentando readequar suas aeronaves e cobrar pelo uso do banheiro. Com isso, cada avião deve ficar com só um sanitário, que funcionará com o depósito de uma moeda, o que abrirá espaço para mais seis poltronas.
Mala extra, nem se fala, se você voar com mais de uma mala de mão, é quase certo que vai ter que colocar a mão na carteira.
Dá trabalho, é verdade. Mas pesquisar um a um dos sites das empresas de baixo custo ainda é o método mais confiável para achar vôos mais em conta.

sábado, abril 3

Os ovos de Fabergé

Mesmo chocólatra assumido nunca entendi bem esta associação entre coelhos que põe ovos e de chocolate com um acontecimento que tem 2000 anos.
O chocolate só tem 500 anos pois foi encontrado em estado bruto pelos espanhóis.
Seja como for o formato de ovos é sempre o mesmo, mas alguns são famosos e levam os colecionadores a loucura.
Só para se ter uma idéia do que estamos falando, no último leilão, os ovos do Fabergé foram vendidos por 90 milhões de dólares.
Bem, vamos com calma. Os ovos não eram os do Fabergé, até porque eram três, mas feitos pela joalheria que levava e ainda leva seu nome.
Nascido na Rússia, filho de franceses, confeccionou os primeiros ovos a pedido de Alexandre III, o Kzar em pessoa, para presente de Páscoa para a sua mulher lá por 1880.
Seu filho Nikolas continuou a tradição(e não queriam que a revolução viesse?)
Com a Revolução de 1917 os ovos começaram a aparecer nos mercados de arte ocidentais, contrabandeados pelos novos donos do poder...
Agora, como o novo proprietário é russo, pode-se dizer que os ovos estão voltando para casa.
Tive sorte de ver nove deles numa exposição em Estocolmo há uns cinco anos atrás. Em que pese à perfeição me decepcionei, achei até um pouco kitsch.
Quem sabe por que eu imaginava que eles tivessem o tamanho da sua fama, e os maiores tem apenas um palmo de altura?
Quem sabe por que eu os analisava como um Kinder ovo de milionário?
Ou porque eu nunca me interessei por ovos de ninguém, nem mesmo do Fabergé.
Na realidade o erro foi meu em ter ido visitar algo pela sua fama ... e não pelo meu interesse.
A maior parte dos ovos exibidos na ocasião pertenceram a Czarina Alexandra uma das mais entusiasmadas colecionadoras.
No interior dos ovos há reproduções do casal, dos filhos, outro traz a réplica da carruagem no dia da coroação e assim por diante. A confecção de cada um teve aproximadamente 7.000 horas de trabalho.
Para minha surpresa encontrei na autobiografia de Nabokov o autor de Lolita que ele e a maioria dos intelectuais de San Petesburgo achavam os ovos ridículos feitos para seduzir o povo ignorante dos fundamentos da arte.
Minha auto estima foi absolutamente incensada.
Mas a verdade é que os ovos criados por Peter Karl Fabergé como presentes de Páscoa encantaram nobres e plebeus.
Mas o tempo foi passando e as mulheres que se engalfinhavam para ter algo com a grife Fabergé em poucos anos foram obrigados a vendê-los por uma pequena parte do seu valor e com isto financiarem sua fuga para a liberdade. Muitos se perderam, outros se quebraram e segundo se diz agregaram na sua fama a tragédia do assassinato da família Romanoff, onze anos após o fim da revolução.
Boa Páscoa!

quarta-feira, março 31

Páscoa nos Andes


Assisti a celebração na região dos Andes onde existe a exaltação a data.
Nunca entendi bem o por que, pois é uma celebração do invasor.
Isto acontece na parte da cordilheira peruana e quem sabe também na costa, onde nunca assisti.
Na verdade, todos explodem em festa durante a Semana Santa. As coloridas celebrações misturam ritos cristãos com elementos do paganismo, arraigados entre os descendentes dos Incas que ainda habitam cada vale da Cordilheira.
Para eles os Andes são a terra prometida. O culto à Pachamama, ( a mãe terra), resiste firme na Bolívia , no Peru e Equador.
São os chamados filhos do Sol.
Eles foram estimulados a compartilhar e a assimilar outras culturas.
O Império Inca havia se consolidado assim absorvendo e preservando costumes das etnias anteriores. Eles só se tornaram os mais falados por nós por estarem no poder quando chegaram os europeus.
Acho, portanto que é da natureza ameríndia associar novos costumes aos seus hábitos ancestrais e a Semana Santa é a expressão máxima da fé cristã. As comunidades andinas encenam, cada qual a seu modo, o sofrimento, a morte e o renascimento do Cristo que lhes foi imposto pelos invasores e que aprenderam a respeitar, mesmo sem entender.
Há celebrações em centenas de vilas e segundo me disseram uma das de maior representatividade é a que assisti em Arequipa com direito a procissão, auto flagelo etc...
Começa na Quarta Feira Santa e participam milhares de pessoas – boa parte viajantes que vem de longe, atraídos pela cerimônia.
Além deste por tradição a cidade promove, no Sábado de Aleluia, uma feira popular onde se vende artesanato, se bebe a chicha ( um tipo de cerveja de milho) se toma sopa e se masca folha de coca.
Com o acontecido recentemente no Chile, me lembro que a bela Arequipa, leva às ruas, entre outros andores, o do Señor de los Temblores. O culto remonta a 1650, quando um terremoto destruiu parte da cidade.
Na quinta feira não sei bem o que acontece, mas na madrugada da sexta lembro que os tambores rufam novamente. O som crescente dos instrumentos anuncia o começo da Paixão de Cristo. Tem início um dos momentos em que se pode visualizar a abissal discrepância social entre a esmagadora maioria indígena e a elite de raiz espanhola.
Mas tudo se fundiu com a fumaça dos incensórios usados para purificar as ruas de Arequipa, uma das mais belas cidades do país.

segunda-feira, março 29

Aquecimento global

Já li e provavelmente você também que o declínio da civilização Maia se deve as alterações do ecossistema.
O clima não os eliminou de uma só vez, mas foi determinante no processo de declínio.
Quando os espanhóis chegaram, os Maias não eram mais uma civilização poderosa, não era sequer uma sombra do seu passado.
Lembrem-se que eles desenvolveram uma refinada astronomia, um calendário de 365 dias, um sistema matemático.
Teriam sido vítimas da destruição Do ecossistema e de um crescimento populacional acelerado.
Os espanhóis teriam sido a "gota d' água". Quem diz é o pesquisador Renato Grandelle.

Já lá perto do Pólo Norte na Groenlândia também há indícios de mau tratamento do solo e mudanças naturais do clima.
Quando lá chegaram, os vikings no primeiro ano da civilização cristã, a região era verde e fértil. Após quatro séculos, as geleiras avançaram e o mar se fechou de gelo.
O frio era demais para a agricultura, a pesca e a navegação tornaram-se impraticáveis. Tudo isso expulsou os vikings.

Outro livro, de Wolfgang Behringer destaca que a região do Sahara no século 7 AC também era agriculturável.
Existiam vegetação e umidade, favorecendo a agricultura e pecuária.
O clima foi mudando e os que viviam ali tiveram que se mudar para sobreviver.
Como curioso, fui buscar estes exemplos compreensivos e distantes entre si. Mostra um prejuízo óbvio para quem desmatou e procriou exageradamente (se a TV tivesse sido inventada antes...quem sabe?)
Mas também não se pode dizer que os efeitos se deram pela intervenção do homem, emissões de CO por automóveis, chaminés e usinas etc...só viriam muitos séculos depois.
Devemos cuidar do nosso planeta, sem dúvida. Aumentar a eficiência dos motores, incrementar a energia limpa, produzir menos lixo, mas temos que aceitar também que os motores a combustão interna, ainda terão uma vida longa pela frente.
Quem comprará um carro elétrico que custa o dobro? Com uma autonomia de 100kms e horas para recarregar como fala o Presidente da Fiat na Veja.
Troca rápida de baterias?
A idéia é ótima, mas são pesadas e diferentes. Montar uma rede para trocas levaria anos e ainda custaria uma fortuna. (Sequer conseguimos unificar os carregadores de telefone)
Portanto, vamos fazer o dever de casa e deixar de culpar o ser humano por tudo que acontece.
Alguns ciclos segundo os cientistas se alteram de 600 em 600 anos, mas o dever de casa não nos salvará das catástrofes naturais: vulcões, terremotos, maremotos etc...

sexta-feira, março 26

A guerra do Rio

O petróleo ainda está escondidinho a cinco ou seis mil metros e já estamos brigando pela divisão do resultado final, que se sair, sai lá por 2020.
Nada mais latino que contar com o ovo de amanhã.
O pensamento do deputado Ibsen Pinheiro é claro. Se o petróleo é do Brasil é de todos os brasileiros, mas na minha opinião o mesmo fim deveria ter o dinheiro dos minérios.
O que me deixa encucado é que tenho uma página inteira de um jornal canadense de domingo com uma análise dizendo que o "sand oil" ( o deles vem de um lugar arenoso) a 2.300 metros não é lucrativo com os preços atuais.
A análise é ótima, mas a conta é difícil de fazer, pois não fala no tipo de petróleo. Se é leve, pesado ou médio, o que muda totalmente o custo de refino a ponto de às vezes não valer a pena. (Politicamente sempre vale à pena).
Além disto, as energias alternativas, os motores de combustão interna mais eficientes estão em franco desenvolvimento, assim como o armazenamento de energia (baterias) o que leva a crer que o ouro negro não subirá em curto prazo.
Fico em dúvida, portanto, entre o racionalismo anglo saxão e o despautério latino.
Sabemos que a Petrobrás é competente em extração, mas há sérias dúvidas quanto à sua administração. Assim, com qualquer descuido podemos ficar como no poema:
E agora, José? A festa acabou...a luz apagou... o povo sumiu... a noite esfriou... e agora, José?
Em todo caso, acho bom visitar o Rio AGORA!

quinta-feira, março 25

Chile, lo siento por vos y por nosotros


Do Chile vêm algumas notícias tristes para os tomadores de vinho.
Quase nenhuma vinícola escapou impune do terremoto. Mesmo as que não foram destruídas tiveram enormes prejuízos com garrafas quebradas, barricas rachadas e problemas com a colheita que já havia se iniciado.
Lá a colheita é mais tardia e a tragédia veio em fevereiro 27. Muitos não colheram porque não tinham onde depositar a safra e quase nenhuma "bodega" escapou incólume.
A Região do Maule há uns 100 km ao sul de Santiago foi a mais prejudicada.
Até inaugurações foram canceladas. Falo da Errazúriz, novíssima e que resistiu sem problemas graves, mas ficaram sem estradas, comunicações,
aeroportos, ou seja, não havia como prosseguir.
A Wine Spectator e o Wines of Chile avaliam a perda em 200 milhões de litros de vinho, mas os consumidores do produto não precisam se preocupar. Vinho não vai faltar.
Segundo algumas estatísticas, o mundo tem estocado 2,4 safras, o que é bastante, mas para um pequeno país como o Chile 200 milhões de litros nos dá o tamanho da tragédia.

quarta-feira, março 24

Existe reciprocidade?

Reciprocidade era o título de um interessante comentário que li, e chego a conclusão que os países procuram cumprir os acordos firmados.
Quase duzentos países procuram ser gentis. Respeitam as normas e se livram de indivíduos comprometidos que precisam vigilância, ocupam espaço, ou seja, dão despesa.
Parece que somente nós invertemos a ordem.
A sábia observação dizia:
A Tailândia extraditou PC Farias para o Brasil.
A justiça Paraguaia extraditou Fernandinho Beira Mar para o Brasil.
A justiça de Mônaco extraditou Salvatore Cacciola para cá.
A justiça da Islândia extraditou o Hosmany Ramos de volta para as nossas cadeias.
Por que Lula se recusa a extraditar o assassino Cesare Battisti para a Itália?

O autor da nota é Moyses Cheid Junior de São Paulo
jr.cheid@gmail.com

segunda-feira, março 22

A história se repete

Há uns 20 anos atrás a Ferrari não vinha numa boa fase.
Derrotas, quebras e acidentes e para aumentar a tristeza, morre o líder, Enzo Ferrari, que mesmo já aposentado, era o Capo, fundador, ex piloto, construtor e estrategista.
O campeonato prossegue.
Próxima prova após a sua morte o Grande Premio da Itália, o GP de Monza..
Tarjas negras, justas homenagens, minuto de silencio etc...
Roncam os motores e 1h e 30 minutos depois, sem muito esforço uma inesperada vitória Ferrari, mais que isto a dobradinha, primo e secondo.
Mesmo os mais sépticos olhavam para o céu a espera de um sorriso do Comendatore.
Os anos passam, a temporada de 2009 foi fraca para a escuderia do Cavalino Rampante, muito fraca.
100 pontos a menos que a Brawn no campeonato de construtores.
Apreensão nas ostes italianas para o campeonato de 2010 e tristeza para nós: morre o italiano Ferdinando Bulgarini, o Conde Bulgarini, que além de hábil na cozinha era um torcedor símbolo do cavalino.
Ligávamos para ele nos revezes, e nas vitórias, nos consolávamos com ele e uma maldade nossa, hoje reconhecida: adorávamos ligar para ele minutos antes da largada, para vê-lo nervoso, ligado na TV e gesticulando como bom italiano. Queria desligar, mas queria também nos fazer mais perguntas, até que se dava conta e vinha com: Va fa´n cullo!
2010 início da temporada, o primeiro sem sua presença.
Vitória da Ferrari, mais que vitória, primo e secondo. Não me lembro de um início de temporada tão favorável aos carros vermelhos.
Desta vez nós é que olhávamos para o céu e tínhamos vontade de dizer: Gracie Bulgarini.
Quem o conheceu tem certeza que ele e o Zio Enzo tramaram alguma.






sexta-feira, março 19

Execução

Li na Zero Hora de ontem e transcrevo a opinião do promotor Dr. Eugenio Amorim.
A nota diz: Em matéria de punição, o promotor Eugênio Amorim é radical. Crê que muitos criminosos só obedecem a um temor, a morte. Ele acha que a adoção da pena capital no Brasil teria efeito pedagógico, embora não cesse com a violência.
Concordo com ele. Como discordar se temos todos os dias às reincidências dos mesmos marginais. Chega de achar que a sociedade é culpada. Se há alguém culpado são os que gastam mal, muito mal os impostos que arrecadam.
Veja o que e como estão resolvendo o problema do outro lado do mundo.
Frequentemente comentamos sobre a objetividade dos asiáticos, dos chineses mais especificamente e do sucesso do país que tem crescimento de 10% ao ano.
Vivem em um país de difícil administração e com uma população mais ou menos oito vezes maior que a nossa.
Com extremos distantes, vários idiomas, dezenas de etnias e pouca terra agriculturável.
Uma polícia dura e pena de morte os ajuda a controlar o chamado "Império do Meio" que é a tradução de Chun-Kuo, como eles chamam o seu país.
Não se sabe quantos são executados ao ano, mas acredita-se que o número chegue a dez mil.
O número assusta: dez mil é a população de uma cidade pequena, nem tão pequena, mas num assunto tão tétrico não quero dar exemplos.
Segundo o governo, para "humanizar" as execuções criaram uma frota de 40 micro ônibus que tirando a sirene do teto e as janelas escuras não tem nada de especial.
Dentro tem uma maca e lugar para cinco pessoas: o médico, o oficial de execução e os guardas.
Quando ele chega à cidade, vai direto ao presídio e os condenados sabem que o seu tempo se esgotou. O prisioneiro é tirado da cela, amarrado a maca e recebe a injeção. O procedimento é transmitido ao vivo às autoridades locais.
Se houver mais algum condenado, repete-se a operação e em caso contrário o ônibus segue em direção a outra cidade.
A idéia de andar pelo país executando pessoas mesmo que condenadas é aterrorizante, provavelmente nunca ocorreu a escritores de ficção científica.
Segundo as autoridades é uma tentativa de "humanizar" o sistema.
"Eu tenho orgulho de ter criado os ônibus, eles são como uma ambulância disse Kang Xhongwen ao jornal US Today.
Algumas ONGS dizem que os ônibus têm também outra função: extrair órgãos para serem usados em transplantes.
A ilustração é de Zé Otávio
Texto base de Cintia Bertolino

terça-feira, março 16

1982 se repetirá em 2010?

O meu amigo Alemão Octávio, numa conversa de bar, sábado, me perguntou sobre uma possível "escalada" do conflito entre Argentina e Gran Bretanha.
O motivo, claro, já motivou muitos conflitos: petróleo.
É bom que se diga que o Alemão Octávio ( é Medeiros de Albuquerque, mas nasceu loiro e virou Alemão)
É meu único amigo que visitou o Arquipélago das Falklands ou Malvinas, além disso, é fluente nos dois idiomas. O inglês ele aprendeu de pé o espanhol deitado.
Telefonei ao Mendelski que cobriu o conflito anterior, mas ele estava em Jurerê Internacional, aliás um jornalista internacional não iria a Jurerê Nacional. Sorry.
Bem, Octávio a meu ver a possibilidade é remota.
A Argentina, que se saiba, digo isso, porque entre os seus novos amigos tem o Chaves que está gastando milhões em armas e comprando títulos da dívida pública da Argentina, ou seja, em ambos os casos, acelerando os seus fins.
Fora dessa associação, não tem equipamento para iniciar e manter um conflito armado.
A Presidente tem tido o bom senso de não comprar sistemas bélicos de ataque ou defesa.
Que eu saiba os jatos disponíveis dos hermanos tem uns 30 anos de uso. Coragem aos pilotos não falta, mas não chega...
Já os ingleses aprenderam no conflito anterior ( 1982) que tinham que proteger o arquipélago e os " kelpers" ( originalmente o nome é de uma alga) que virou apelido dos moradores.
Também pelo que se sabe, montaram uma base com 4 caças Typhoon e que seus pilotos estão prontos para combaterem em 5 minutos após o sinal de alerta.
Quem sabe seja só uma cortina de fumaça, mas com o exemplo anterior é melhor e acima de tudo mais prudente não conferir.
Se no passado podia ser bravata, hoje com a crescente tensão certamente não é mais.
O General Galtieri arriscou do seu gabinete, mas quem morreu foram os soldados, na sua maioria do norte da Argentina.
Ele blefou achando que antigos senhores dos mares não viajariam 14 mil quilômetros para proteger umas ilhas geladas e uns mil cidadãos britânicos.
O erro custou caro. Hoje não há uma " Dama de Ferro" mas há um país que zela por manter o seu prestigiado passado.

Alemão, abraços..é só o que sei

segunda-feira, março 15

Porto Alegre ou Forno Alegre?

Não sei quem inventou o "Forno Alegre".
O Veríssimo, de quem sempre se pode esperar coisas brilhantes, acho que não foi, pois toda a semana o leio e quando não é assunto político, vou até o fim.
Deve ter sido algum blogueiro inspirado. Meus parabéns, pois a sacada foi ótima.
Sempre ouço: calor senegalês, e até uso o termo calor porto-alegres, mas não define nossa cidade tão bem como Forno Alegre.
A propósito, será que faz tanto calor no Senegal?
Estive perto, na Mauritânia, mas era inverno, e além de tudo deserto, ou seja, com pouca umidade.
Imagino que o Senegal, que é um pouco acima da linha do Equador deva ser como a nossa Amazônia.
Temperatura? Menos de 30, umidade 99%
Bem, o nosso Forno Alegre teve temperaturas incomuns e por sorte acabei não indo ao norte da Argentina, como estava programado.
Para a região que eu ia, passaria por Entre Rios/ Santa Fé/ Salta ou Córdoba onde faz um calor insuportável.
Já passei dias sufocantes ali, viajando com um jipe e um trailer. Mesmo assim, devo ter ficado longe do recorde da região, 49,1°C em Villa Maria del Rio Seco.
É uma região linda, mas árida e com a Cordilheira ao lado impedindo que cheguem os ventos.
Em compensação, no norte argentino, os oriundi estão fazendo ótimos vinhos.
O que é um calor insuportável para nós, não preocupa quem vive em Al- Aziziyah na Líbia, onde já fez 57,8°C.
Fique tranqüilo que foi em 1922, portanto nada a ver com as culpas que os verdes/naturebas nos atribuem. As emissões na época eram insignificantes perto das de hoje.
Aliás, o tio Benito tentou agregar a Líbia no seu Império....que já não era bem Império, mas uma tentativa de refazer o "maré nostrum" como o chamavam os romanos que ali fizeram inúmeras cidades cujas ruínas históricas estão lá até hoje.
Não sei se o Mussolini já sabia que ali tem petróleo e a importância que ele viria a ter nas próximas décadas.
Mas quem acha que o clima está meio pirado deve estar com razão.
Nos mesmos dias em que aqui fez aquele calor insuportável, no sul da Argentina, em Bariloche, segundo o Clarin , nevou e a temperatura chegou a 4°C com rajadas de vento de 40km.
Eu mesmo me lembro de ter passado por ali com neve num final de janeiro. Entre Puerto Mont e Bariloche, dormimos em umas cabanas e na manhã seguinte abrimos a janela e estava tudo branco, a moto quase coberta por meio metro de neve.
Portanto, que o clima está meio maluco, eu concordo, mas não é de agora.

sexta-feira, março 12

A hora e a vez de Caxias do Sul.


Pois é, Uruguaiana está fazendo escola.
Como diz "O Pioneiro" de ontem dia 11, inicia-se hoje o carnaval temporão.
Temporão por que? Quem disse que folia tem dia e hora programada no mundo inteiro?
Com a inteligente decisão, fogem da concorrência, estão sós na telinha e ainda aproveitam as arquibancadas do desfile da Festa da Uva, que terminou a semana passada.
Economia como só gringo sabe fazer.
Agora...se eles sabem sambar é outra coisa.
Os uruguaianenses tiveram como "professores" os fuzileiros navais, ali sediados, pois é fronteira e os marinheiros são na maioria cariocas, nortistas e nordestinos, lhes ensinaram os segredos do samba.
Vamos ver como se saem os meus conterrâneos, pois vontade não falta e vinho também não.
A foto é de Daniela Xu.

quarta-feira, março 10

Parabéns Uruguaiana!

Com o seu carnaval particular a cidade prolongou a temporada de férias e movimentou a cidade.
Grande número de hermanos atravessaram a fronteira e alegraram os donos de hotéis, restaurantes, comércio e alguns até desfilaram.
Queiramos ou não as férias vão até o carnaval. Não está escrito, mas é assim.
Salvo algum escândalo e as roubalheiras de sempre, muito pouco acontece do Natal ao Carnaval.
Se você não crê, pergunte ao dono do boteco que você freqüenta. Aqui na capital, em Uruguaiana ou na orla.
É curioso que com meu discreto apoio ao carnaval fora de época, recebi uns puxões de orelha por ter desconsiderado a quaresma.
Logo eu, que claramente falo que não sou religioso, mas agnóstico, evolucionista e se quiserem darwiniano.
A quaresma é um comportamento pedido por uma religião e a professa quem a ela pertence.
Você vai ou não vai a uma festa pagã conforme a sua consciência.
O que seria oportuno é diminuir a hipocrisia. Repito, não é obrigatório, assim como quem não é chegado a um tambor não vai a Cidreira para a festa de Iemanjá.
Uma bela festa por sinal, mas vai quem quer, assim como o carnaval.
Mas sobre tudo isso há sempre concordância- dos q ue coordenam o carnaval- até a uma submissão. A folia tem que ter uma data fixa.
Por que uma festa pagã deve ter sua data marcada por quem a combate?
A folia tem que ter uma data fixa para que ela possa ser mais bem organizada, sem a coincidência de outros eventos. Às vezes os carnavalescos tem 40 dias, as vezes 60 ou 70 dias.
É difícil para o calendário escolar, para a hotelaria, para quem tira férias, para quem vive do carnaval vendendo púrpura ou tocando em orquestras.
Se tivéssemos mais cidades como Uruguaiana poderíamos ter vários pontos de alegria em todo o RS e mais eventos, que é o que nos falta.
Portanto, repito o título, "Parabéns Uruguaiana", sendo o 5º carnaval em época própria, já comprova o acerto da opção.
De outra forma, como poderia um peão de estância ou um pescador da barranca do Uruguai ver uma mulherão como a Viviane Araujo, quase pelada e de perto?
E precisa? Não, não precisa, mas é muito bom. Você pode até não gostar, mas aí já é outra coisa. Neste caso a sua opção só vai melhorar se você sair do armário, mas armário todo mundo tem, se você for fino ou rico, saia do closet.

PS: Foto de Anderson Petroceli-ZH

segunda-feira, março 8

Cidades

O texto sobre o meu city tour em Porto Alegre foi escrito sem que eu pensasse escrever uma continuação.
Agora, voltando de Santa Catarina, fico ainda mais chocado com a sujeira que descrevi no texto anterior, e me constrange falar sobre Floripa.
Não do que sempre falamos como praias, pamonhas, caipirinhas, água clara, quente, mas do comportamento de seus cidadãos, que pejorativamente chamamos, os Catarina, os Mané, até de Ilhéus ( quem em português de Portugal é uma palavra pesada, entenda-se, caipira)
Pois bem, chame-os como quiserem, mas a cidade deles está limpa. O lixo está no lixo e não ao redor das cestas coletoras, a grama aparada etc...e uma frase está presente em muitas esquinas: Quem dá esmola não dá futuro.
Me perdoem os aprendizes do Cirque de Soleil que temos em cada esquina e que repetem todos os mesmo show.
Por que estão lá?
Porque alguns, querendo diminuir a sua culpa os estimulam.
Por que as escadas de igrejas estão cheias de pedintes? Eles sabem que a proximidade com Deus faz os crentes abrirem a carteira com mais facilidade.
Por que não doar a instituições responsáveis?
Dizer que a culpa é do prefeito? Não, a culpa é nossa.
Sempre foi assim e quem culpa o poder é quem está na oposição, é atitude política.
Quanto a Floripa, quem sabe eles precisem do turismo mais do que nós, é bem provável, e por isso nós que não dependemos dele, podemos sujar a cidade?
Lamentavelmente o casal de ingleses que ciceroneei por aqui não viu Santa Catarina. Foram embora antes, pelo menos eu poderia argumentar que no Brasil há gente, e cidades de todos os tipos.

Em tempo: O casal mora em frente ao Rio Tamisa, que já foi uma cloaca e hoje até salmões são pescados ali, O 1º capturado, aliás, ainda vive num aquário. É exemplo para todos, portanto, é possível.
Só depende de nós.

sexta-feira, março 5

Oi! Skindun...skindun...


O carnaval sempre passou ao largo da minha vida.
Nascido na serra é claro que não sei sambar.
Devo ser ruim da cabeça (provavelmente) ou doente do pé (com certeza), como já atestava o samba.
Gringo sambando, parece urso amestrado. Só que urso não coloca os dois indicadores para cima.
Assisti várias vezes o espetáculo ao vivo no Rio de Janeiro, antes do atual Sambódromo.
Era meio bagunçado mas espetacular, só que na manhã seguinte, depois de destilar as caipirinhas e tomar um chuveiro, tudo se esvaía.
Para quem é do ramo, a classificação, o samba enredo e as reminiscências, são temas de conversas para o ano inteiro.
Até lamento em não gostar. Invejo como se divertem.
Ontem li no jornal que 6ª feira começa o Carnaval de Uruguaiana e que vai um monte de gente para lá.
Primeiro, achei que o jornal era velho, mas não.
É que os uruguaianenses tiveram a boa idéia de estabelecer uma data própria e com isso fogem da concorrência co Rio, São Paulo, Bahia e até Porto Alegre.
Estão sozinhos na TV, e isso favorece o espetáculo, pois vem gente famosa, sambistas espetaculares, fantasias gloriosas e até jurados, pois estão disponíveis.
Facilita e melhora tudo para o turismo, hotelaria, restaurantes etc...
Aliás, cada cidade deveria escolher a data, conforme a sua conveniência, e integrá-la na programação dos seus festejos.
Pergunto: Por que uma festa absolutamente pagã, deve ter a sua data vinculada a um calendário religioso?


PS: Foto de Anderson Petroceli, ZH

quinta-feira, março 4

Com o tempo.....



Recentemente fiz aniversário, e uns amigos franceses e gozadores me mandaram o cartão ao lado.
Ora! Um cartão convencional, em plena época digital, foi uma festa. Saí com ele e mostrei a meus amigos num almoço.
Todos gozaram com o gracioso Sharpei, simpático e cheio de pregas.
Quando cheguei em casa, coloquei o cartão em um aparador com espelho, lugar onde ficam as chaves do carro, controles de portão etc...
Automaticamente me olhei no espelho... e achei que eles tem ( ou tinham) razão.

terça-feira, março 2

Morte em Havana

Sou um blogueiro analógico e também por isto algumas postagens saem com atraso.
No caso mais recente, um homem morre de inanição na cadeia em pleno século XXI, e se dá pouca importância.
Um homem preso por idéias, preso por pensar de forma diferente.
Ao contrário do italiano Battisti, Orlando Zapata não cometeu crime algum, não participou de roubo, seqüestro ou motim.
Não houve sangue. Foram suas idéias, diferentes das de seus algozes que o tornaram culpado a uma pena de 56 anos de prisão, (depois reduzidos a 25).
Portanto, acho que o dia 25 p.p, não é um dia de luto para a família Zapata, mas para toda a humanidade.
Sabemos que pessoas eram jogadas e esquecidas em masmorras na Idade Média.
Hoje, em 2010, isto é inacreditável, com um detalhe: essa morte não ocorreu no ardor revolucionário, quando com freqüência são cometidos desatinos.
Isto acontece 51 anos após a tomada do poder, após o sacrifício de duas gerações, e até hoje, a ilha não consegue prover o seu sustento.
Importa 80% do que consome, e a culpa é dos outros... dos EUA, claro.
Seria bom dizer a eles que os italianos e alemães chegaram aqui só com enxadas.
Não me lembro de outro exemplo de tamanha incompetência produtiva e os chefes fanfarrões da América Latina, ainda vão lá pedir a benção.
Jamais algum dos que freqüentam a Ilha, comentou sobre direitos humanos.
O que disseram as autoridades? Disseram que o morto havia causado problemas... e provavelmente para que não houvessem mais problemas...
Antes do enterro prenderam mais 100 pessoas.
Quem carregou o caixão foram policiais.
A família assistiu de longe.

segunda-feira, março 1

Idéias alheias

Recebo da minha amiga e leitora essa carta aberta ao jornalista Flavio Tavares e a publico na íntegra.


Caro jornalista Flavio Tavares,

Acho que falando com o jornalista e não com o ex amigo tenho mais liberdade de contestar.
Não sei o que frequentas mais atualmente sBúzios ou Porto Alegre, mas faço te uma pergunta:
quando foi que ultimamente nas ultimas decadas tens tido a alegria de ver o cais do porto?
Será que o muro que o cerca te lembra alguma coisa e queres que fiquemos eternamente com o cais escondido atras do muro??? Acho que há comparações melhores para nosso cais que Saigon...
Só nas questões energéticas que o governo Lula é inconsciente?
Sugiro que no próximo artigo analises a morte por greve de fome de teu companheiro cubano, ou será que esqueceste o que é ser preso por razões políticas? Aqui havia quem pedisse a tua liberdade, e em Cuba quem pede a liberdade dos presos plíticos? E o teu ídolo Lula vai lá e como comentário só tem a "lamentar"?
Caro jornalista, não esqueça teu passado, há causas mais urgentes a defender que o cais do porto de Porto Alegre e os indios. Será que já pensaste no quantidade de velhos deste pais que depois de trabalhr uma vida inteira tem uma aposentadoria miserável? Já pensaste em te engajar numa uma campanha anti violencia?
Queres atingir a quem, ao Fogaça e prestigiar o Tarsso? Ser amigo do Lula?
Flavio não te reconheço ultimamente. Lamento te escrever isso mas como não sou uma voz solitária, há muitos compartilhando minha posição, me atrevo a te enviar este recado.

Um abraço Eva Maria Boeger

sexta-feira, fevereiro 26

City tour em Porto Alegre

Recentemente, com um casal de amigos europeus, percorri a cidade.
Gostaram do hotel e dos shoppings (não fui eu que os levei).
Comeram bem, tomaram vinhos nossos que os surpreenderam, adoraram a serra alemã e ficaram impressionados com a região dos vinhateiros, a industrialização (ele é industrial) de Carlos Barbosa, Bento Gonçalves, Caxias e Flores da Cunha.
O roteiro urbano que fiz é o que nós todos sempre fazemos com forasteiros.
O único problema foi ...o que dizer ao não parar para fotos no morro da TV? Iríamos perder o por do sol, etc... em algumas situações tive dificuldades em arranjar desculpas.
Até me surpreendi com minhas qualidades de guia.
Meu único erro, pelo menos que assumo, foi levá-los, mesmo que de automóvel para a beira do Guaíba.
O horário foi mais ou menos calculado. Ao chegar lá, porém, não os impressionou o cantado por do sol, mas o descuido da nossa orla.
Lixo em quantidade, mato crescendo, árvores tombadas (literalmente), moradores de rua com barracas, galhos caídos e plásticos em quantidade.
Carroceiros recolhendo lixo e revirando as lixeiras de uma casa atrás da outra e deixando o que não lhe interessa espalhado na calçada.
A impressão que ficou? Não sei. Gente educada...não contam exatamente o que vai na sua cabeça.
Mas a meu ver a impressão deve ter sido essa: o que é privado é cuidado, o que é estatal, municipal ou coletivo é bom nem comentar.
Nunca foi melhor ou pior.
O Brasil é assim. Achamos que ser limpos é tomar banho diário etc...
Dizemos até que o saudável hábito foi assimilado dos índios, nos trópicos, etc...Deve ser verdade, até alguns anos atrás, achar um banheiro confortável em hotéis médios na Europa, era uma tarefa para o Sherlock Holmes ou seu amigo Watson.
Da forma que agimos os prefeitos vão ter que colocar um gari ao lado de cada cidadão. Eles tem culpa pela grama não aparada e ervas de tamanho amazônico, agora, pela sujeira, temos que assumir, a culpa é nossa.
Restringir limpeza, a higiene pessoal é fechar os olhos.

terça-feira, fevereiro 23

Gigantes flutuantes


Cada vez que alguém me conta sobre um cruzeiro marítimo, tenho vontade de beliscá-lo só para ver se não está sonhando.
Em seguida, me convenço que ele não está. Eu é que estou custando a me convencer que aquilo tudo existe.
Fiz duas viagens de volta da Europa de navio. Gostei, mas na época um barco era um barco. Claro que tinha comida, restaurante e piscina. Se dançava no bar e era tudo divertido, mas como disse, um barco era um barco.
Hoje são shoppings centers, com cassino, academias de ginástica e cinemas. Parece um sonho da classe operária chegando ao paraíso (como no filme).
Os gigantes do futuro, já não terão apenas ruas, mas rodovias, taxis, até lotações, para que se visite algum outro passageiro.
Os passageiros poderão alugar carros e viajar por estradas cênicas que circundarão campos de golfe, vinhedos e montanhas artificiais.
Em alguns desses navios, será possível praticar esqui alpino, com neve de verdade. Não há limites para esse crescimento, a não ser o próprio limite dos mares.
Como otimista que sou, imagino que até lá, os projetistas navais terão desenvolvido a idéia de criar enseadas, praias e até mesmo portos, encaixados em algum andar da embarcação, sem ter que descer em ilhas subdesenvolvidas.
Já vi praias, praia de verdade com areia, água, ondas, guarda sóis etc...num shopping no Canadá, acho que em Edmonton( dizem também que é o maior shopping do mundo, e deve ser).
Portanto, não vejo porque não ter tudo isso embarcado, sem a chatice de descer em ilhas, e ser recebido com bandas de calypso, dançarinos, dezenas de taxistas querendo levá-lo em um tour pela ilha, e claro que parando na lojinha de um primo, que faz desconto especial.
A opinião não é minha, que nunca fiz um cruzeiro, mas da minha mãe que nos seus últimos anos embarcava em Montevideo com ida e volta, ou seja, um cruzeiro na ida e o mesmo na volta, sem ter que descer do navio, sem arrumar mala, trocar cabine. Com quase 90 anos e fluente em italiano, era tratada como uma rainha. Só viajava em navios italianos.
Como disse antes, ainda não fiz, mas está nos meus planos, para quando as malas começarem a pesar demasiado.

sexta-feira, fevereiro 19

Montevideo na medida para o fim de semana

A cidade leva pelo menos uma vantagem indiscutível: é compacta, ou seja, cabe direitinho numa viagem de fim de semana.
Quarenta e oito horas na cidade são suficientes para você descobrir muitas qualidades.
O táxi em Montevidéu funciona com tabela, mas é barato. Corrida entre Pocitos e o centro sai em torno de 100 pesos ( 9 reais).
No sábado, chegue antes do meio dia na Cidade Velha (Ciudad Vieja), para pegar o comércio funcionando.
Tente se encaixar numa das visitas guiadas ao Teatro Solís, inaugurado em 1856 e restaurado há pouco tempo.
Do teatro vá até o Mercado Del Puerto, um mercadão transformado em lugar divertido para comer um assado.
Consiga um lugar ao balcão. Peça uma cerveja Patrícia ou um médio y médio, espumante misturado com vinho branco, e assista ao espetáculo do assador preparando as carnes na grelha inclinada: cada corte no seu devido lugar.
Domingo é dia da feira da calle Tristan Narvaja, onde se vende de verduras a antiguidades. A maior atração, porém, são os clientes, que conseguem fazer suas compras sem largar o mate.
Sua última parrila pode ser no balcão da Pulperia, em Punta Carretas, perto do belo monumento, um lugar que não costuma ver turistas.

quinta-feira, fevereiro 18

E agora, quem tem razão?

Está difícil de entender. Alguns recomendam que só se coma vegetais tipo, pepinos, rabanetes e arroz integral.
Até pouco tempo davam as vacas, boa parte da culpa pelo aquecimento global.
Agora leio na revista TIME que se vaquinhas e boizinhos forem alimentados com capim, eles podem ter um papel importante na reversão do aquecimento global.
Portanto, salve o planeta: coma mais carne, deve ser a nova ordem.
Quem diz isto é Eliot Coleman, que escreveu a bíblia da fazenda orgânica: The new organic grower e Bárbara Damrosh, a colunista verde do Washington Post. E agora? O que fazer?
Remar contra ou a favor da maré?
Como deixar de acreditar em dois "experts" do assunto?
Portanto, por enquanto continue indo a sua churrascaria sem culpa. O pessoal de Nova Bréscia é inocente até prova em contrário.
Já temos a estória da manteiga ou margarina, ovo sim, ovo não?
Por outro lado, leio que as regiões da Somália, Quenia, que sabemos serem infestadas de piratas e assim evitadas por barcos de pesca, fez com que um enorme número de espécies estejam voltando em grandes cardumes.
São as ironias do mundo de hoje, e quem sabe em breve veremos: Junte-se a pirataria e salve os cardumes em extinção.
Quando o cientista inglês James Lovelock desenvolveu a teoria de Gaia, defendeu a idéia que a terra seria uma grande bola pensante e que se auto protegeria com todas as formas de vida existentes.
Acredito e espero que ela se salve e que nós humanos entremos no pacote, sejam quais forem os resultados da segunda reunião de Copenhagen, os conflitos no Oriente Médio, os dólares na cueca e os devaneios bolivarianos do coronel.

sexta-feira, fevereiro 5

Tudo vale a pena



Não iremos fazer postagens a partir de hoje. Voltaremos dia 18 de fevereiro, mas deixamos para vocês uma reflexão, que os ajudará a divertirem-se sem culpa no carnaval.
Não sou leitor de poesias, provavelmente, mais um erro meu, mas li e gostei.
Foi enviado pelo meu leitor, que só se identifica pelo nome de Ricardo.
A poesia é de Ademir Antonio Bacca.

TUDO VALE A PENA

Te permita todos os desejos e nenhuma culpa

Todos os prazeres, todos os sonhos, e nenhuma intenção de despertar

Porque a vida, do jeito que está, não é facil de se tocar

Te permita todas as palavras, e nenhuma desculpa

Todas as viagens e nenhum plano de voltar

Te permita todos os gozos e nenhum pudor

Deixe que a paixão te abrace do jeito que vier

Porque a estrada da felicidade, a gente nunca sabe

Onde começa e nem onde vai dar.

quinta-feira, fevereiro 4

Dachshund, o nosso popular salsicha








  • A raça tem mais de 100 anos e divide-se em nove tipos, variando o tamanho, a cor e o pelo.
    O Standard é o maior, e podem ser de pelo duro, longo ou liso.
    Eram caçadores de toca, e daí a força de suas mandíbulas e das patas, já que precisam cavar e abocanhar a presa.
    Hoje no entanto, são usados como cães de companhia, e são adoráveis: os criadores de língua espanhola classificam o Dakel de " testarudo", cabeçudo, pela sua personalidade forte.
    Costuma-se dizer que um bom Dachshund treina o seu dono em 15 dias, e isso não é um exagero.
    Ele costuma ser desconfiado com estranhos, e muito amoroso com a " sua família", onde há uma peculiaridade: embora carinhoso e atento com todos, " elege" o seu favorito no círculo familiar, a quem atribui dedicação especial.
    Se você está pensando em comprar um cão, lembre com carinho no Dachshund: ele é fantástico.
    Lembre-se que nós aqui do Viajando por Viajar, temos dois filhotes marrom, com pais, avós e bisavós para você olhar.

quarta-feira, fevereiro 3

Gigantismos nos mares

Estes dias, num almoço, um casal nos contava parte de sua viagem pelo Caribe.
Início e fim em Miami, mas com um gigantismo que custei a acreditar. Ouvindo-os tinha a nítida impressão que navegavam num shopping center.
Recordo-me quando vi pela primeira vez, o colossal Queen Mary, em Palm Beach. Estava com o amigo Mutti, já meio americano, pois mora lá há mais de 30 anos.
Levei um susto. Nunca imaginei que fosse tão grande. Estava ancorado e havia sido transformado em hotel. Tinha e tem 100 m de comprimento.
O Moco (piloto de F1 José Carlos Pace) estava hospedado ali.Fomos visitá-lo e ficamos para jantar.
Pois bem, não há comparação. Hoje os navios chegam a 300m e devem ser esplendidos. Só que imagino que quando ancoram numa pequena ilha, poluem com sua presença a ilha toda, lotando o super, as lojinhas e a sorveteria. Imaginem um naviozão assim em Fernando de Noronha? A impressão que deve dar é que a vilazinha ancorou no transatlântico e não o contrário.
A verdade é que os estaleiros não param e o gigantismo continua a mil. Os tamanhos são aumentados a cada ano.
Li que um dos que virá a nossa costa neste verão tem 300m ou seja duas vezes mais que o Quenn Mary que tanto me impressionou com seu tamanho e seus 5/6 andares.
Uma grande conquista dos engenheiros navais sem dúvida, mas que, significa um revés indiscutível para o glamour da navegação.
Suponho que os passageiros fiquem cada dia mais afastados dos mares.
Dos vinte andares desses navios, o oceano lá embaixo, é quase uma abstração.
Os andares são plataformas com ruas, shoppings e várias opções de lazer que nem importa se estão de fato navegando.
Não há ruídos, não há marolas e é provável que do jeito que vai, vão precisar de navios menores para levar os passageiros do navio ao cais, e aí as pessoas vão redescobrir o prazer de navegar.

PS: Ante este gigantismo todo, tenho até vergonha de dizer que desci o Rio Nilo, de Assuan ao Cairo, em uma feluca.
Feluca são aqueles " ceboleiros" de madeira com um vela triangular, sem motor, sem deck, sem luzes de navegação, sem fogão, mas que carregava 6 pessoas cheias de entusiasmo.
Levamos 10 maravilhosos dias...e noites, sob o comando do meu oculista, o Dr. e Mestre João Borges Fortes.
Mas aí é outra estória !



segunda-feira, fevereiro 1

Scanner pessoal é tão ruim assim?

Fico surpreso com as reações contra o scanner pessoal nos aeroportos.
Não consigo entender que num mundo cheio de aloprados e ativistas, que alguém se sinta ofendido, invadido, violado por seu perfil e seu esqueleto serem vistos durante 5 ou 10 segundos no aparelho.
É o mesmo que achar que o seu médico pode se excitar olhando a sua radiografia.
Give me a break.
Estranho ainda mais, quando o contestador é americano, e tem na memória, queira ou não, o ataque as Torres Gêmeas,( todos nós temos) ou quando o reclamante é espanhol, inglês ou italiano, que já viram em seus países explosões insensatas, matando pessoas e destruindo parte de seu passado como em Florença.
Diz o Giuliani, ex prefeito de Nova Iorque: "Não tivemos ataques durante o governo Bush, mas já tivemos uma tentativa sob o governo Obama."
E ao mesmo tempo, a mulher do agente duplo, Defne Bayrak que matou 7 agentes da Cia numa base americana do Afeganistão, declarou em alto e bom som: "A guerra contra os EUA deve continuar."
E quem toma um avião no Brasil, Japão e Austrália vai no pacote ou é avisado que pode descer uma parada antes?
Quando viajo, não me preocupo muito com a barrinha de cereal, quero mesmo é chegar, e acho que reclamar de uma rápida exposição corporal, é um exagero hipócrita, uma amnésia geral a tudo que tem acontecido ou ânsia por holofotes, nome no jornal, etc...mesmo que possa ser na lista da necrologia.
Só nos EUA existem 7 milhões de muçulmanos, nascidos na América( não estou culpando os islâmicos) com passaporte americano exatamente igual ao que metralhou os agentes no Afeganistão, e alguém vem dizer que se sentiu molestado, invadido por um escrutínio de 10 segundos e sem seu rosto no aparelho?

sexta-feira, janeiro 29

Haiti? Qual dos Haitis? II parte

Não pretendia escrever sobre o Haiti novamente, mas após o primeiro texto, fiquei pensando na sua triste sina.
Desde sempre foram pobres, miseráveis, cercados de ratos e políticos ladrões.
Sua agonia é permanente.
Após este terremoto, não fosse a ajuda externa, já estariam como nas grandes epidemias européias do passado, quando os encarregados de recolher cadáveres, na falta de espaço, propunham trocar cadáveres de uma semana por alguns de morte mais recente. Ia me esquecendo que no Haiti não há nem quem os recolha.
Tornaram-se independentes em 1804. Um ex escravo, Dessalines, era seu nome, assume o título de imperador e é morto 2 anos depois.
As ingerências seguem.
Um doutor de vodu, mais ou menos um curandeiro chamado Duvalier, é eleito em 1957. Sua idéia era de estender o poder, as grandes massas negras, mas torna o país um estado policial. Em 1971 seu filho torna-se presidente perpétuo seguindo a linha Castro`s que começaram em 1959.
Em 1990 o Padre J. Bertrand Aristides, até por ser padre, é eleito e deposto 8 meses depois, por ser tão gato como os anteriores. Volta do exílio e é expulso novamente pela mesma razão.
Desastres naturais, também não os perdoam, furacões em 2005 e 2008, e após um período de calma o terremoto recente.
Ainda bem que os EUA tomaram a liderança. Não estou falando por ser americanista. Quem mais teria meios para fazê-lo?
Já imaginaram em uma situação tensa, muito tensa, dezenas de aviões chegando com militares e civis voluntários, todos querendo ajudar, mas sem transporte urbano, sem comunicações, sem mapas, sem uma língua comum, sem coordenadores locais e ruas sem identificação? Nem mesmo energia elétrica para as máquinas de cortar ferro e concreto.
Quem entende o creole? E o papianto? E as expressões comuns franco- africanas? Boa vontade deve estar sobrando, mas como fazer tudo funcionar? "Cada uno por su cuenta"?
Parece que duas semanas depois as coisas estão recomeçando.
Mas recomeçando de onde? Do nada? Até a pesca lhes é negada.
Toda a ilha tem peixes em volta, menos o Haiti. Há alguns anos, a equipe do Jacques Cousteau, a pedido da ONU fez um demorado estudo. Ficaram meses por ali e no relatório final disseram: nada errado com a natureza.
Foi " overfishing" ou seja, pescaram demais e com bombas... As bombas matam tudo, toda a alimentação de cardumes futuros. As anêmonas, os corais, tudo que tiver vida.
Quando eu era criança, ouvia que Sodoma e Gomorra haviam sido destruídas porque seus habitantes pecavam. Em Sodoma, eu até posso acreditar e já se sabe até o que faziam, mas Gomorra, nós nunca soubemos e os textos bíblicos nunca explicaram.
Quem sabe até estejamos perdendo algumas coisas boas.
Os irmãos do Colégio Católico, que sabiam tudo, davam a sentença: eram pecadores e ponto final.
O absurdo ouvido no colégio da minha infância me marcou até hoje. Quando há uma catástrofe, tipo as da China, Bangladesh e agora o Haiti, me pergunto. Seriam todos pecadores?
Todos eles? Até as crianças? Todos aqueles que vemos mortos nos descampados? Será que os haitianos estão purgando seus pecados de vidas anteriores, como crêem os hindus?
Será uma sina nascer no Haiti?



















quarta-feira, janeiro 27

Machu Pichu: memórias distantes

Este texto não pretende ser mais uma história de viagem, até porque na Zero Hora de hoje, 27 de janeiro tem um belo texto da Rosane Treméa.
Só é uma palavra de consolo a quem anda preocupado com algum filho, irmão ou neto, encalhado no vale do Urubamba.
Bem a situação é desconfortável, sem dúvida, mas tranqüilize-se, não é perigosa.
Helicópteros a parte, que só deverão recolher algum doente mas nem todos os helicópteros do Peru podem recolher 2000 pessoas. Um " gafanhoto" no jargão aeronáutico carrega em média 15 pessoas, portanto, o bom senso manda que as 2000 pessoas sejam alimentadas, mas não transportadas.
Aliás estranhei o número de 2000 visitantes. Só se o trem dos turistas, que pode transportar mais ou menos 1200 pessoas não pode voltar e os turistas se juntaram aos poucos, que como eu, fizeram a viagem por conta própria, que é sem dúvida a melhor.
Dessa forma se fica com a ruína vazia até mais ou menos 14 horas. Nada contra os colegas turistas, mas Machu Piccho é pequeno, com passagens delimitadas e a chegada de mais ou menos 1000 pessoas com o trem, polui muito. Se você chegou cedo, a pé, pela linha do trem até a estação Machu Pichu, me ouça: encerre a visita.
São excursões de japoneses que chegam com bandeirinhas, mexicanos com megafones e se tivermos 1000 pessoas, serão 1000 máquina fotográficas flashando.
Portanto o melhor é justamente ir até Ollantaytambo com o trem, e dormir em Águas Calientes. Esse nome vem de antigas águas termais freqüentadas pelos incas e seus antecessores, e no dia seguinte acordar cedo. Mas para quem está encalhado, quem sabe voltar a pé até Ollantaytambo, não seria ruim, uns 40 km em aclive ou outra alternativa que eu chamaria de solução Suplicy: relaxa e goza.
Se eu estivesse por lá, só uma das hipóteses eu tiraria da lista: embarcar em um helicóptero peruano. Já evitei helicópteros nepaleses, com manutenção...nepalesa. Fui a Nanche Bazar a pesito, 12 dias, mas tudo bem.
Acima de tudo, Águas Calientes é uma pequena cidade, não faz muito frio e deve-se comprar sacos de dormir, como em todos os lugares de viajantes.
Por isto, console-se. Pior seria se seus queridos tivessem ido ao Haiti.

terça-feira, janeiro 26

Cuidar, pagar, consertar, limpar

  • É justamente nessa época do ano, que os proprietários de casas de veraneio são obrigados a trocar o prazer de expandir seus horizontes, pela incumbência de usufruir do mesmo destino de sempre.
    E eu já posso imaginá-los, suarentos, procurando quem conserte seus refrigeradores afetados pela maresia ou pela falta de uso.
    Outros estarão em busca de mão de obra, que ajude a reposicionar as telhas deslocadas durante as muitas chuvas, responsáveis por goteiras na sala, pelo cheiro de mofo em tudo ou pelas janelas emperradas.
    Atividades sem fim, e a fatídica certeza de que será preciso voltar no ano seguinte, refazer tudo de novo e no outro, e no outro...também.
    Pois enquanto um cidadão for proprietário de uma casa de veraneio, dela será escravo.
    O tempo e os custos de manutenção diminuem a chance de que vá para qualquer outro lugar, a não ser para casa que possui, e que provoca a inveja de seus amigos.
    Me dizem que isso é um fenômeno mundial.
    Tenho inúmeros amigos que antes viajavam mundo afora e acabaram cedendo à tentação de adquirir uma casa desse tipo. O mais recente é o Luiz Carlos Caporalle.
    O entusiasmo inicial pela aquisição revela-se o que de fato é: um golpe fatal na possibilidade de sentir-se atraído por um outro destino.
    Adeus a Cancun, bye bye Caribe!
    Capão da Canoa, I am here!

sexta-feira, janeiro 22

Haiti? Qual dos Haitis?


  • Tenho evitado falar no Haiti.
    A nossa mídia, melhor informada do que eu, preenche muito bem o assunto, com gente enviada e comunicação imediata. Viva o satélite!

    Tragédias a parte, não é o Haiti que nos chama a atenção e sim a sua colocação geográfica.
    O Haiti é uma vila africana incrustada na América.
    Existem centenas, iguais ou até piores, entre o Sahara, África do Sul e Naníbia , aquela que era tão limpa, que nem parecia África.

    Não sei se você viu, mas no fim de semana, um dos canais pagos, mostrou um documentário sobre o Malawi. A produtora foi a pop star Madonna, provavelmente com seu Jesus. Uma dupla imbatível.
    Como não assisti, pedi a Silvia, minha assistente que escrevesse algo do que viu.
    Veja o que ela diz:

    "Não tinha conhecimento desse país, e apenas havia ouvido falar dele, na época da confusa adoção feita por Madona de uma criança nascida lá.
    Pois nesse último final de semana, a HBO mostrou o documentário " I am because we are", produzido por ela, após receber uma carta de uma mãe aidética que pedia para que ela fosse conhecer o país.
    E assim, meus olhos, e meus ouvidos, se voltaram para o Malawi.
    Situado entre a Zâmbia, Tanzânia e Moçambique, também paupérrimos, tem 2 milhões de crianças órfãs e 60 mil pessoas morrendo de AIDS anualmente. Altíssimo grau de analfabetismo, principalmente entre as mulheres, que por uma questão cultural, ficam em casa cuidando dos irmãos e botando mais crianças no mundo.
    E alguém lembra do Malawi?
    Fiquei impressionada e surpresa ao me dar conta que há vários Haitis por aí.
    O Malawi é um Haiti mesmo sem terremoto.
    O Flavio tem razão quando diz que a localização e o terremoto é que nos chamou atenção.
    Tragédia é existirem vários Haitis."

    O que diz a Silvia ficou claro na ocasião do acidente de Samora Machel, presidente de Moçambique na época. No enterro viam-se umas 30 pessoas com ternos excelentes, gravatas de grife e sapatos brilhando, na poeirenta caminhada até o tumulo e a seguir milhares de pessoas mulambentas e descalças.

    Eu estava na frente da TV do hotel, em Johannesburg, e entendi melhor a África olhando durante alguns minutos as imagens, do que com minhas viagens ao continente.
    Constrange-me escrever isto após a devastação. O país já não tinha nada antes da tragédia, imagine agora.
    Não é que não tenham hospitais, mas não tem sequer água para lavar as feridas. A única razão para a população existir é manter a administração, seja quem for. A realeza, o Papa Doc, o Baby Doc, o eleito padre Aristides, tão gato como os outros.
    Se acharem que eu exagero, lembre-se que o " presidente" de Uganda, um país também miserável, há uns 2 anos atrás comprou 18 BMW’s 4x4 de 220 mil dólares cada. Uma para cada uma de suas concubinas...e o povo aplaudiu.
    O Haiti só nos choca, porque está no lugar errado. Estivesse na África, seria apenas mais um, mas nem por isso devemos deixar de ajudá-los.






quinta-feira, janeiro 21

Wrooooon....vai começar a temporada!

E nós Ferraristas brasileiros, como é que ficamos?
Leio que as atenções do cavalinho rampante estão centralizadas no espanhol Alonso.
Na apresentação oficial, nos Alpes italianos, disse o diretor, Domenicali, em várias entrevistas e em vários idiomas: Alonso é o único piloto ( em atividade) que venceu Shumacher na pista.
É verdade. Venceu dois mundiais e pode representar a preferência ferrarista.
Os jornais espanhóis têm desconhecido Massa. Segundo eles o duelo será Shumacher X Hamilton X Alonso, comenta a revista especializada Autopista.
É claro que não gostei...mas sem dúvida o Asturiano é um dos mais talentosos pilotos da temporada.
Tem 2 campeonatos e um retrospecto muito bom.
É bicampeão. Massa só tem um vice.
O espanhol tem 140 GPS disputados e 577 pontos.
O nosso paulista 114 largadas, 320 pontos totais, sendo que 11 vitórias e 25 pódios.
O espanhol tem 21 vitórias e 53 pódios.
Melhores voltas? O nosso tem 12, o espanhol 13.
É o único percentual do retrospecto que favorece o nosso piloto.
Sempre brinco com o Gelatiere Giordani, que para quem nasceu em Botucatu ele até que foi bem longe, e sofreu um acidente também inédito, inacreditável. O mais estranho da F1.
Nascer em Botucatu é sina ou destino?
Quem eu gostaria de ver na F1 seria o Pizonia, não pelo talento, que desconheço, mas gosto do sub título " The jungle driver", acho a gloria.
Voltando ao Massa, mesmo em desvantagem no retrospecto, torço por ele. Além de Ferrarista é brasileiro.
Para quem já torceu pelo Barrichello, acho que tenho mais chances agora.

quarta-feira, janeiro 20

Aviões de caça para que?

O fato de eu ter "brevê" de piloto privado, não me autoriza a analisar aviões que voam a mais de 2.000km por hora.
Minha licença é modesta. Posso voar monomotores até 1.500 kilos, mas como quem vai julgar e comprar conhece bem menos que eu, me atrevo a dar um pitaco, afinal: If the birds can fly, so do I.
Acho que quem deveria analisar é quem conhece o assunto e principalmente quem vai estar no "hot seat"( cadeira quente) no jargão aeronáutico.
Não quero analisar tecnologia, mas vamos reconhecer. Somos um país grande e com poucas pistas de pouso. As que temos por aí são curtas para operar aviões pesados ou muitos velozes, principalmente se voltando de missão com cargas explosivas não usadas.
Se você está lá em cima, convenhamos, é bom saber que tem uma autonomia de 4.000 km como o sueco e não os 1850 do francês ou os 2350 do americano. Isso dá tranqüilidade, pois você tem o dobro da autonomia, o dobro do tempo para procurar uma pista aceitável.
Quem sabe na Europa isto não seja importante, mas aqui?
Claro, em caso de perigo, sempre sobra a possibilidade de ejetar o banco com para queda e esperar que os 50 milhões de dólares pagos por nós, não caiam na cabeça de ninguém.
Lembre, a cada avião, serão 50 milhões de dólares a menos em escolas, hospitais, saneamento, água potável, estradas ou se você preferir em bolsa família, vale cultura, filmes auto elogiáveis etc...
Você escolhe. Bem, não é bem você, é o nosso iluminado, que para seu uso optou por um avião estrangeiro e não por um da Embraer.
Para terminar: o Ministro da Defesa da França (O Jobim deles), disse que não dá para comparar o Rafale com o Gripen, que este não existe, não voa.
Fui conferir. Pois o Gripen "não existe", mas vende, o caça francês existe, voa sem dúvida, mas não vende.
Até hoje, 20 de janeiro de 2010 ninguém o comprou.
Mas já que tudo que se escreve não é lido...Viva a Carla Bruni!


PS: O Jayme Copstein voltou, acesse http://www.jaymecopstein.com.br/.
É uma leitura obrigatória. Sabe tudo, desde a arca de Noé até quem faz o melhor filé em Poa.

segunda-feira, janeiro 18

Churrasco é mesmo coisa nossa?

Domingo, comi o melhor churrasco dos últimos anos. É sempre assim quando o Marcelo faz. Ele faz tudo bem.
Voto nele desde que a VEJA me distinguiu, nomeando-me como um de seus jurados.
Voto nele para tudo. Doces e salgados, secos ou molhados e se um dia ele fizer sushi, sashimi, shanxeres e shapecos voto também.
Voltando ao churrasco, o Marcelo Patissier é gaúcho, mas não é da fronteira, não monta a cavalo, nunca usou bombacha, botas, guaiaca ou xiripá.
Esporas? Já viu fotos.
Mas confirma a minha tese, hoje reconhecida por muitos: que os melhores churrascos estão nas regiões italiana e alemã, e que os piores são os comidos na fronteira.
Uma cidade é o meu parâmetro: Santana do Livramento.
Do nosso lado, onde no 20 de setembro desfilam 3 a 4 mil gaúchos a cavalo, não se consegue comer um só pedaço de carne bem assada, e do outro lado de uma linha imaginária, todos os assados são bons.
Além disso, tem parrilada com morrones, morcilla, salsicha, dulce de leche e isla flotante, tudo bem feito.
Nunca imaginei, nunca pensei que uma linha imaginária tivesse o poder de endurecer uma costela de um lado, e de amolecê-la, assim que se passa a fronteira.
Estes dias, numa janta contei esta apreciação a um grupo. Um dos presentes, que é da campanha, perguntou com certo desdém: "Mas onde foi que o tal Marcelo aprendeu a assar?"
Fui obrigado a dizer: "Na Suíça!

quarta-feira, janeiro 13

O verão chegou. Viva o sorvete!

Sorvete é coisa séria. Sei que a afirmação "coisa séria" está desgastada no Brasil.
As instituições que deveriam ser sérias já deixaram de sê-lo, mas com freqüência ouço: futebol é coisas séria, carnaval é coisas séria.
Me lembro até de ter ouvido que política é coisa séria, se é que foi...faz tempo.
A verdade é que com o verão o consumo de sorvete aumenta e pelo menos na Itália, o sorvete é coisa séria, movimentando milhões de euros.
Gente de todo o mundo vai até lá para aprender, inclusive o Roberto Giordani. Aprendem lá a fazer sorvete e dinheiro.
Sorvete é um refinamento em torno de todo o mediterrâneo, tradição essa que dizem ter se iniciado com os egípcios.
Não consigo imaginar um faraó lambendo uma casquinha ou a Cleópatra preparando um "gelato" para o Marco Antonio, mas não vem ao caso.
A verdade é que nos últimos 50 anos, italianos tem produzido máquinas para sorvetes, na mesma região e com o mesmo requinte que produzem Ferraris e Lamborghinis.
Conseguem produzir cristais de gelo com menos água, menos ar e mais sabor.
Em algumas semanas os alunos saem da Carpigiani University capazes de transformar caixas de creme ou sacos de frutas em gostosos sorvetes e com a metade da gordura de um ice cream americano.
Sorvete hoje é uma pequena extravagância, uma luxuria para quem mesmo com a recessão ainda pode se dar a pequenos prazeres.
Por outro lado, sorvete é o negócio que mais cresce e se espalha pelo mundo afora.
Assim como foi a pizza na década passada, a Gelato University tem 87% mais alunos do que no ano passado e de todos os cantos do mundo.
A idéia de quem vai até lá para fazer o curso é ter sucesso, até porque o preço do curso é alto: 1052 dólares por semana, mais passagem, estadia etc... mas sai de lá sabendo tudo, até que sorvete não é coisa que se congele, esfrie e volte a congelar.
Tem quer ser consumido logo após a fabricação.
Uma das alunas diz: " Em setembro passado é que entendi o que é um verdadeiro sorvete.Quando provei, algo se iluminou em mim e pensei- é isso que quero fazer na minha cidade."

segunda-feira, janeiro 11

Somos os verdadeiros culpados?

Que Copenhagen não atingiu o que queríamos, todos sabemos, mas há uma certa ingenuidade nossa em achar que reunidos pela primeira vez, 192 países de todas as latitudes e diferentes estágios, poderiam chegar a um acordo.
Lembrem que a própria União Européia levou mais de 20 anos para começar a se estruturar e mais uns 10 para selarem um acordo. Isso que eram todos vizinhos e bem alimentados.
Imagine agora, países tipo Noruega, Mali, Austrália, Coréias e Honduras?
Vamos levar muitos anos e muitíssimas reuniões para chegar a algum acordo. Acho até, que para início foi bom.
O que não entendo é a delegação brasileira, ente 700 e 800 delegados ( no auditório cabiam 1000 pessoas). A conta você pode imaginar com quem ficou.
De qualquer forma, a humanidade tem que tomar alguma atitude.
Só depende de nós é o que se ouve. Bom, não é bem assim.
Por exemplo, o que fazer com esses vulcões em erupções permanentemente? Eles jogam na atmosfera milhões de detritos incandescentes que junto com gases nocivos aumentam a temperatura da terra.
Um só deles, o Kilauea está desde 1983 jogando para fora as entranhas da terra, milhões de toneladas incandescentes.
Será que as oferendas de garrafas de gim, os tapetes de flores sobre a calçada de pedras negras podem ajudar? Ou quem sabe podemos esperar que a voz de alguma mulher vestida com um *sarong*, cantando um antiga melodia pode colaborar?
Na cerimônia sua voz parece vir da profundidade da cratera central. Os turistas baixam a cabeça, não sei se para verem melhor as entranhas da terra ou é uma reverência natural aos deuses das profundidades. Quem sabe a melodia distraia os demônios e embale os espíritos?É o que eu espero.
A Big Island, tem uns 10.000kms ² e ali mora pouca gente, mas não tente entender o seu clima. Tem uma dúzia de micro climas, inclusive um que produz neve, neve mesmo, para se esquiar, e não só um vulcão. Cinco deles.
Depois da cerimônia os visitantes caminham por uma trilha e descem (pelo lado de fora tá?)para olhar os rios de lava borbulhante criarem nuvens de vapor quando se chocam com as águas do Pacífico.
Os mais ansiosos, preguiçosos ou apressados claro, podem ver tudo isso de helicóptero ou podem também aumentar a caminhada até a beira do parque e entrar num ofurô ao ar livre. Você recém viu o inferno, mas vai pensar que está no paraíso, apesar de seu drink com chamas.