segunda-feira, janeiro 18

Churrasco é mesmo coisa nossa?

Domingo, comi o melhor churrasco dos últimos anos. É sempre assim quando o Marcelo faz. Ele faz tudo bem.
Voto nele desde que a VEJA me distinguiu, nomeando-me como um de seus jurados.
Voto nele para tudo. Doces e salgados, secos ou molhados e se um dia ele fizer sushi, sashimi, shanxeres e shapecos voto também.
Voltando ao churrasco, o Marcelo Patissier é gaúcho, mas não é da fronteira, não monta a cavalo, nunca usou bombacha, botas, guaiaca ou xiripá.
Esporas? Já viu fotos.
Mas confirma a minha tese, hoje reconhecida por muitos: que os melhores churrascos estão nas regiões italiana e alemã, e que os piores são os comidos na fronteira.
Uma cidade é o meu parâmetro: Santana do Livramento.
Do nosso lado, onde no 20 de setembro desfilam 3 a 4 mil gaúchos a cavalo, não se consegue comer um só pedaço de carne bem assada, e do outro lado de uma linha imaginária, todos os assados são bons.
Além disso, tem parrilada com morrones, morcilla, salsicha, dulce de leche e isla flotante, tudo bem feito.
Nunca imaginei, nunca pensei que uma linha imaginária tivesse o poder de endurecer uma costela de um lado, e de amolecê-la, assim que se passa a fronteira.
Estes dias, numa janta contei esta apreciação a um grupo. Um dos presentes, que é da campanha, perguntou com certo desdém: "Mas onde foi que o tal Marcelo aprendeu a assar?"
Fui obrigado a dizer: "Na Suíça!

Nenhum comentário: