terça-feira, janeiro 26

Cuidar, pagar, consertar, limpar

  • É justamente nessa época do ano, que os proprietários de casas de veraneio são obrigados a trocar o prazer de expandir seus horizontes, pela incumbência de usufruir do mesmo destino de sempre.
    E eu já posso imaginá-los, suarentos, procurando quem conserte seus refrigeradores afetados pela maresia ou pela falta de uso.
    Outros estarão em busca de mão de obra, que ajude a reposicionar as telhas deslocadas durante as muitas chuvas, responsáveis por goteiras na sala, pelo cheiro de mofo em tudo ou pelas janelas emperradas.
    Atividades sem fim, e a fatídica certeza de que será preciso voltar no ano seguinte, refazer tudo de novo e no outro, e no outro...também.
    Pois enquanto um cidadão for proprietário de uma casa de veraneio, dela será escravo.
    O tempo e os custos de manutenção diminuem a chance de que vá para qualquer outro lugar, a não ser para casa que possui, e que provoca a inveja de seus amigos.
    Me dizem que isso é um fenômeno mundial.
    Tenho inúmeros amigos que antes viajavam mundo afora e acabaram cedendo à tentação de adquirir uma casa desse tipo. O mais recente é o Luiz Carlos Caporalle.
    O entusiasmo inicial pela aquisição revela-se o que de fato é: um golpe fatal na possibilidade de sentir-se atraído por um outro destino.
    Adeus a Cancun, bye bye Caribe!
    Capão da Canoa, I am here!

Nenhum comentário: