quinta-feira, dezembro 31

E o fim do ano chegou!

Termino o ano com uma nova atividade. Confesso que nunca pensei em ter um blog e se ele existe, devo a devotada Silvia, minha assistente, a quem agradeço.
Tenho quilometragem, mas nunca me havia ocorrido escrever para um público que não vejo e em um área que não domino. Mas estou gostando, ativa as lembranças da gente.
Tenho escrito sobre países e cidades, mas nada disso é definitivo
Procuro ser honesto, e daí? Numa próxima viagem posso mudar.
Um encontro agradável, uma estação diferente, primavera em vez de outono, e tudo pode mudar.
O que vale mesmo é a sua experiência, de você que lê, o seu gosto e sua opinião, e como diz o Parker...bom vinho? É o que você gosta, nada mais simples.
Tenho muito a ver com pessoas que viajam, mas minhas crônicas não pretendem ser um guia de viagem. Podem até ser úteis, mas sem a pretensão de que sejam a verdade.
Até porque nem eu, nem ninguém sabemos da verdade absoluta. Quer um exemplo?
Viajando (e aqui também), gostamos dos camelódromos, dos tax free do aeroporto e da Padre Chagas.
O prazer está na busca e adaptação ao nosso bolso, do nosso lado rico e perdulário as vezes, e outras vezes o lado pobre e sovina, quando aflora a lembrança de que ganhamos em reais.
Estou muito contente com o número e a qualidade dos leitores que temos. Achamos que a nossa qualidade melhorou e do início até hoje só retiramos os "seguidores" do blog, porque eu vejo isso mais como definição religiosa.
Fiquei em dúvida, ou os tirava ou deveria trocar "seguidores" por "aproveitadores", pois quando clicava em algum nome, até por curiosidade, para ver o perfil de quem nos lê, ficava sabendo de estórias falsas e uma ideologia que não deu certo em lugar nenhum. Usam os blogs alheios, mais ou menos como o Shupin ( ou xupin) que põe os seus ovos em ninhos alheios e fazem isso em todos os blogs que ficam sabendo. É uma forma de divulgar a sua ideologia, que como disse, até hoje não deu certo em lugar nenhum.
Portanto, se quiserem enviar algo, usem o meu email, delmese@ terra.com.br ou deixem seus comentários, que lerei antes de publicar.
Será que isso é censura? Acho que sim, mas fico em dúvida.
É a mesma que o STF usou para que o Jornal Estado de São Paulo não publicasse nada das aventuras econômicas do Sarney Filho, embora a Constituição, diga que aqui não há censura. Até ontem eram só142 dias
Ainda bem!

quarta-feira, dezembro 30

Ano Novo no Rio de Janeiro


Os fogos de Copacabana dispensam explicações e até mesmo fotos.

Todos os anos mais de 2 milhões de pessoas vão a praia pular as sete ondas.

Na virada de 2000 para 2001 também fui.

Mas os fogos chineses, após uma explosão no Posto 4, bem próximo de onde eu estava, acabou com a vida de três pessoas.

Ninguém viu mais nada.

Após a primeira saraivada a fumaça cobriu tudo por bastante tempo. Só no ano seguinte começaram a ser em barcaças.

Esse ano novamente as balsas estarão no mar e em maior número.
Palcos estarão armados e se tudo der certo, como se espera, veremos quem terá mais poder de fogo: a cidade ou os traficantes nos morros.

terça-feira, dezembro 29

Ano Novo em Sydney


Com nossas descrições de fim de ano, estamos chegando a um país jovem e festeiro.
Se iniciou com 700.000 condenados, que convenhamos foram muito mais eficientes que os 25.000 parasitas que chegaram ao Brasil, acompanhando a família real portuguesa, que não chamo nem chamarei de "nossa".

É na área da Harbour Bridge que se concentram as comemorações, pela sua localização.
Sydney, pela sua localização de ser a capital mais próxima ao meridiano de Greenwich, é a primeira a receber o ano novo.
Nos espetáculos, os fogos de artifício explodem ao ritmo de uma trilha sonora que abrange toda a área. O bairro é "the rocks" que é a ponta toda onde está a ponte, que fica iluminada.
Quando você olha para o lado, vê a famosa Opera House como que flutuando sobre a água.

Veleiros decorados com luzes coloridas ficam desfilando sob a famosa ponte.

Como em todos os lugares, o maior show ocorre à meia-noite. Os fogos produzem um espetáculo para mais de 1,5 milhões de pessoas.

Para conseguir um bom lugar é preciso chegar cedo. Todos os habitantes de Sydney vão para lá, assim como os moradores das cidades próximas.
A cidade é festiva, segura e o clima é bom.
Não tem renas voadoras, mas nada é perfeito.

segunda-feira, dezembro 28

Ano Novo em Nova York


O tempo é uma incógnita, mesmo para o excelente serviço de previsão do tempo de lá.

Pode ter 6 graus acima como quando eu fui em 1999 ou 20 graus abaixo de zero, como no ano seguinte, quando foi o Alemão Octávio.

Pelo sim, pelo não, vista um casaco, gorro, luvas e um bom sapato. Sapato adequado para o clima é fundamental.
Siga para Times Square, o ponto de encontro tradicional dos nova-iorquinos em 31 de dezembro.

A famosa esfera do New Year´s Eve começa a descer do alto do mastro, seguindo a contagem regressiva, sob os olhos atentos de mais de 1 milhão de pessoas.

Shows animam a multidão, mas deixe o champagne em casa ou no hotel. Beber em público é proibido e os policiais confiscam as garrafas. Latas em saquinhos pode, sem saquinhos não.

Há muitos policiais, mas muito bem escolhidos. Eles são os mais alegres. Cantam e dançam, são tão alegres como os festeiros, mas sem perder a postura de policiais.

quarta-feira, dezembro 23

Feliz Natal



Caro leitor:
Obrigado por acessar esse blog. Hoje repasso um texto que guardei no ano passado ou retrasado.
Gostei dele, não sei quem o escreveu, nem de onde.
Espero que com as bênçãos do Natal, o autor me absolva.

Todo ano, quando chega o Natal, a ordem é comer bastante, beber desde o aperitivo até o digestivo, com todos os intermediários, mastigar nozes e amêndoas colocando à prova caninos e molares, que também serão desafiados por vários tipos de torrões, todo tipo de pão doce.
Ah! E os panetones, quase ia me esquecendo, os deliciosos panetones.
Depois, abrir os presentes e comprovar a quantidade de coisas que terá que se trocar; discutir com parte da família que só se encontra em aniversários e velórios.
Se for ao ar livre é quase certo que o calor será interrompido por alguma chuva forte com raios e trovões, que nos obrigam a correr para dentro.
Não, não nos esqueçamos dos foguetes, com explosões dignas de um bombardeio iraquiano. Não deixemos de fora a mobilização até a casa da mãe ou da sogra, que sempre fica no quinto dos infernos. Temos que nos cuidar com a ida, e principalmente com a volta, dos intrépidos e suas máquinas voadoras que retornam para casa com a cuca cheia de bebidas alcoólicas.
A estas delícias deveremos somar a um provável discurso do Presidente em cadeia oficial, que nos diz que todos somos brasileiros iguais ( menos o Sarney) e que a casa segue em ordem, que estamos quase no primeiro mundo, que as nossas falhas do passado estão sendo reparadas, e que o Brasil está se tornando um país seguro.

Depois da fala não resta mais do que ouvir a alguma gargalhada, tirar da cadeia oficial e seguir abrindo os DVD’s presenteados.
Para estar ao tom com o peru de Natal, só falta alguém dizendo “Merry Christmas”, claro que nada de raviólis, espaguetes ou até algum nostálgico colocará a Noite Feliz de Bing Crosby.
No dia seguinte teremos que lamentar dos queimados, feridos de bala, faca e dos roubos de casas cujos donos estão a caminho das praias.
E também, graças à criança que nasceu em Belém, haverá gente civilizada e inteligente que, mais rica ou mais pobre, com vinho ou com água, em um grande apartamento ou em uma pequena chácara, olhará com amor o que tem: as suas pessoas queridas, e pensará: "Queira a Deus que o próximo Natal seja igual a este!”.
Feliz Natal!

terça-feira, dezembro 22

Natal em Paris



Nessa época, a Cidade Luz fica ainda mais resplandecente e animada, apesar do clima frio.
Turistas e moradores saem às ruas para compras habituais e mais as natalinas. O número de pessoas na rua aumenta e se houver um solzinho, todos os bancos se enchem de idosos, pois sol em dezembro é coisa rara.

As Galerias Lafayette, Printemps e Le Bon Marché, também capricham na decoração e as lojinhas do Marais nem se fala.

Outras opções são os mercados de produtos natalinos, artesanato e gastronomia. Eles costumam se espalhar pela cidade, inclusive nas estações de trem, galerias e claro sob as arcadas da Place de Voges.
Se você não lembra, é onde mora o tio Hugo, Vitor era seu primeiro nome.

A meu ver é bonito, mas não há alegria coletiva. É uma festa familiar, onde há boa bebida, ótima comida, mas sem a explosão popular e alegria contagiante.

Em todo caso, sozinha, a iluminação da Avenida Champs Elysèes já é motivo suficiente para passar um Natal em Paris.

Natal em Roma



Como em qualquer cidade ocidental, Roma se enche de opções nas semanas que antecedem a data. Há a árvore gigante diante do Coliseu, e uma outra na Basílica de São Pedro, bem como a decoração das ruas e o colorido das vitrines. Mas quando se aproxima da meia noite as ruas começam a se esvaziar. Vão todos jantar com a "mama", comer além de bacalhau ( stocafisso para os puristas do idioma) abrir espumantes, panetones e os presentes.

Se você está sozinho, a sua tristeza aumenta, a maioria dos bares fecham e você sente falta de sua cidade, com todas as limitações que possa a ter, mas sua.
Precisamos entender que na Europa, e na Itália especialmente o Natal é uma festa familiar. Não tem a grandiosidade que lhe atribuímos.

Sou filho de italianos e graças a isistência de meu pai, sou fluente no idioma,o que por si só facilita tudo, mas mesmo assim achei o Natal romano muito sem graça.

Se você escolher Roma, não deixe de visitar os mercados natalinos, principalmente os da Piazza Navona, e do Trastevere, com lojinhas de artesanatos e performances de artistas de rua.

Se você for católico-romano, você está bastante próximo ou pelo menos na região do Vaticano, vá até lá. Não sei qual será a comemoração do dia, mas só ver a Colunata do Bernini toda iluminada, já vale a pena.

sexta-feira, dezembro 18

Paris é uma festa

Hemingway sabia das coisas e disse:" Paris é uma festa". Só que esqueceu de dizer, que para qualquer festa, é preciso convite, e nem sempre os estrangeiros o tem. Mas, para ler sobre ela, não precisa convite...e os que derem uma olhadinha no Viajando a partir de segunda feira até o final do ano, poderão saber algo sobre algumas festas das grandes cidades.
Cidades que povoaram os nossos sonhos de criançinha, e começaremos por Paris, o Natal em Paris.

quinta-feira, dezembro 17

Natal na Finlândia



Não sei se os aficcionados do Papai Noel aderiram aos emails, mas cartas e mais cartas chegam todos os anos à Finlândia, país onde ele vive.
Pacotes e mais pacotes com correspondências ficam ali a mostra, e a espera de resposta, que sempre é enviada.
Além disso, se você estiver nesse país em qualquer mês do ano, compra um presente, empacota, faz carta, bilhete ou põe a sua foto com o Papai Noel. O correio só enviará em dezembro, para que chegue perto do Natal.
Segundo seus habitantes, Papai Noel mora em uma região chamada Rovaniemi, que fica logo acima do círculo polar Ártico.
O Natal é uma das festas mais importantes da Escandinávia, porque marca o ponto de inflexão do ano, o começo da vitória da luz sobre as trevas. Para a sua comemoração, inúmeras associações se reúnem com o propósito de preparar quermesses e adornos.
Estes saraus são conhecidos como "Pequeno Natal" e são as primeiras festas da época. No domingo anterior a 25 de dezembro se decora a árvore, muitos incluem fileiras de bandeiras de diferentes países como símbolo de amizade entre os povos.
No dia 26, dia de São Estevão, também é feriado e a tradição determina um passeio em trenó. A perfeita combinação de neve e charrete de madeira, consegue dar a este país uma atmosfera de conto de Natal, além disto, quem puxa as charretes são renas jovens que ainda não aprenderam a voar, mas levam em seu pescoço aquele colar de sininhos.
É irresistível.
Quem faz isso magistralmente aqui na zona sul é a loja das Deusas, (são duas). Ambas, Anna Maria.
O endereço não sei, mas o telefone é 3248 53 71.
Preparam artesanalmente os adornos para a ocasião. Eu costumo ir todos os anos, assim como os amigos e acho que todo o bairro.
Mesmo assim, suas renas também não voam, mas não chega a ser frustante.
A compensação é preenchida pelo Golden Retriever da família, Maneco, festeiro como todos e vestido de vermelho.

terça-feira, dezembro 15

Papai Noel


Se você é um dos que acredita que o Papai Noel vai descer pela sua chaminé na noite de Natal, não abra o livro de viagem de Jeremy Seal denominado: Santa Claus, uma Vida

Não que Seal seja um desmancha prazer, mas saiba que, inicialmente, o escritor inglês embarcou suas duas filhas para o Reino de Santa Claus, uma vasta e inóspita caverna perto de Birmingham na Inglaterra.

No ano seguinte mudou o roteiro, e foram para a Lapônia. Neste meio tempo, Seal passou a admirar o próprio Santa Claus. Passou a estudar sua história e percorreu o caminho do bispo Bizantino Saint Nicholas ao longo de 17 séculos de Cristianismo

Nascido em Myra (hoje Demre) no sudeste da Turquia em 280 D.C., Nick (diminutivo de Nicholas) foi santificado por conceder uma graça a um indivíduo necessitado, e foi nomeado o guardião dos marinheiros. Depois, muito tempo depois, seus ossos foram transladados por ladrões italianos para o porto de Bari em 1087. A história não diz porque, mas prisioneiros, prostitutas, e políticos adotaram-no como patrono.

Em pouco tempo, todas as cidades cristãs queriam um pedaço de seus despojos, e caçadores de relíquias forneciam partes da roupa, do caixão, dedos, cabelos e dentes, dentes, aliás, ele devia ter uns uns 500 – todos verdadeiros, é claro para os quais se construíram igrejas, basílicas e oratórios.

Devia ser bem velhinho quando alcançou Amsterdã por volta de 1300 e eventualmente transformou-se num bom homem que fornecia doces para crianças, como mostra um cartão postal de 1907.
Foram imigrantes holandeses que o levaram para a América no século 19, e foi em Nova York que publicitários e escritores transformaram o austero bispo no gordo, divertido e então fumador de cachimbo, em Santa Claus.

Acreditando nele ou não, convenhamos, Papai Noel fez por merecer o seu lugar na história, e foi também mérito de Habdon Sundblon , que desenhou para a Coca Cola a figura simpática e querida que conhecemos hoje.
Não creio, que com austera figura de bispo ortodoxo teria ido tão longe, e que, além disto, demonstrou uma habilidade extraordinária como adestrador: ensinou renas a voarem.

segunda-feira, dezembro 14

" Está pretiando o olho da gateada"

É o que dizem os gaúchos de verdade, quando as coisas começam a complicar.
Me refiro aos membros do Conselho Internacional de Energia Atômica, que andam preocupados com o número de instalações secretas, capazes de produzir urânio enriquecido muito acima do necessário para gerar energia elétrica.
Diz o nosso Iluminado que devemos ter mais paciência com o Irã. Nós gaúchos e brasileiros, sabemos bem.
Provavelmente, quer que tenhamos com o presidente Ahmadinejad, a mesma paciência que no passado tivemos com Solano Lopes.
Durante anos e anos, fomos avisados que ele estava se armando, se armando e treinando soldados, mas que deveríamos ter paciência...mais paciência...
Até que um dia o conflito eclodiu e se não fosse a Tríplice Aliança (Uruguai, Argentina e Brasil)dificilmente teríamos ganho.
Perdemos muitos brasileiros e os paraguaios perderam quase todos os homens saudáveis com mais de 15 anos.
Poderia se dizer que perderam gerações de combatentes.
Mas com o Ahmadinejad... devemos ter paciência.
Aliás, com o falastrão da Venezuela também. Melhor ainda: o queremos no MERCOSUL como se sem ele, o MERCOSUL já não tivesse problemas suficientes.

Honduras

Tenho visto na TV a encrenca que o Itamarati do B. nos presenteou em Honduras.
Sempre soube que não se pode esperar muito de um país que se chama Funduras.
Abismos, quem sabe, mas a verdade é que suas instituições aparentemente frágeis, deram a volta por cima, e sem alarde livraram o país de mais um futuro ditador, que é tudo o que a "Nuestra América" não precisa.
Foram hábeis os hondurenhos também em inverter a situação e transformá-lo em um "exilado voluntário", pois voltou ao país por vontade própria e agora é um prisioneiro.
Antes, se fazia de vítima, e usava "nossa "sacada para discursos, violando todas as leis de exílio. Agora, com a viola em baixo do braço, quer ir para o esquecimento, mas não pode, pois não tem salvo conduto.
Perdeu a Stetson Cowboys hat o seu garoto propaganda para nós. Além do mico, sobrou mais uma derrota, a 8ª consecutiva e quem sabe algo ainda pior: ele querer vir para cá.

sexta-feira, dezembro 11

Onde ir no Natal


Um leitor do blog me enviou um email, e me cobra por ter vendido o Studio. Depois de alguns imerecidos elogios, me faz uma pergunta de difícil resposta.
O mundo é grande, as opções são finitas, o dólar está em baixa, mas diga-me, aonde ir nesse Natal?

De vazão aos seus sonhos. Há muitos lugares belíssimos e com clima de Natal, mas o importante é no que você e sua amada estão pensando.

Me pergunta também, onde "eu" gostaria de passar o Natal?
Também é difícil. Natal é uma festa familiar e eu não tenho família. Provavelmente, o melhor Natal é onde os teus queridos estão, ou quem sabe...escolha um lugar bem longe, onde eles não possam ir.
Para mim é uma festa triste, sou filho único e meus pais já faleceram.

Pelo teu sobrenome, penso que os teus devaneios podem te levar a uma vila na Alemanha. Se falas alemão, ótimo, caso contrário, pense duas vezes.
Alguma cidadezinha do Piemonte quem sabe, com um metro de neve, e um idioma mais próximo ao nosso.
Tem também Rovaniemi nordeste da Finlândia, com renas de verdade puxando trenós de verdade ou até mesmo para Place de la Concorde olhar a subida da Champs Elisée toda iluminada e tomando champagne nacional. ( temos que aceitar a crise)

Já fiz isso, é mais poesia que beleza. É algo que tem a ver com os nossos sonhos. Não vou dizer que não gostei, mas quem entende mesmo de Natal são os norte americanos. Você é envolvido pela atmosfera do lugar, pelas músicas, pela decoração urbana, pelas liquidações e por todas as casas com seus jardins iluminados, falei todas as casas.

Deves estar achando que sou mais um idiota americanófilo. Idiota quem sabe, americanofílo acho que não. Me sinto melhor, muito mais em casa, na Europa, do que nos Estados Unidos.
Mas voltando ao Natal e a sua pergunta.
Se alguém me oferecesse uma passagem, um free ticket, eu iria a Las Vegas.
É o único lugar que se pode viver uma fantasia completa.
Você pode tomar o café da manhã em Paris, almoçar no Cairo, tomar o chá das 5 em Londres e navegar ao entardecer, num autêntica gôndola veneziana, vendo o sol se por no deserto.

Você pode estar pensando...
Las Vegas? Mas em Las Vegas é tudo artificial, tudo fake?
E eu pergunto? Por acaso o Papai Noel é verdadeiro?


quarta-feira, dezembro 9

Natal: uma festa universal


O Natal é essencialmente uma festa europeia, e deve ter levado séculos até atravessar o Atlântico. Uma vez nos EUA foi rápido. Tudo o que faz sucesso ali, se dissemina pelo mundo.
Hoje já é comemorado até na Ásia.
Nessa data, por exemplo, as vitrines do Japão, Tailândia, Hong Kong, estão quase iguais as nossas, com as mesmas cores, o mesmo velhinho de barba branca, fazendo Ho! Ho! Ho! Ho! Como os dos nossos xopis.
Não me pergunte o que tem a ver Santa Claus com taoísmo, budismo e as religiões animistas da região.
O mundo hoje é rápido e da mesma forma que importamos "sushis, sachimis, shapecos e shancheres", eles aderiram a uma extraordinária máquina de vendas: o bom velhinho.
Será que no futuro as festas serão iguais no mundo inteiro?
Sei lá, mas é muito provável.
Tirando as festas religiosas, acho que vamos para este caminho.
O Halloween já chegou e o Valentine´s Day já está começando.
O dia das mães é a segunda melhor data em vendas e inicialmente não tinha nada a ver com mãe. Na Alemanha, a data surgiu com um sujeito com nome parecido com mãe em alemão, que uma vez por ano fazia um festão na aldeia e distribuía presentes aos aldeões. Com sua morte passaram a fazer um feriado, que era o dia do Mutter. Acabou se impondo, e depois com a imigração, acabou passando para mother.
Hoje ele faz a alegria das mães e do consumo.
E ainda falta chegar o red- nose-day! É divertido também, mas não sou eu que vai estragar sua surpresa

terça-feira, dezembro 8

Nossa terra tem palmeiras



Se você tem acesso à revista Veja, (dessa semana) e gosta de plantas, de uma olhada na página 178.
Aparecem floridas no Rio de Janeiro, em uma boa foto, palmeiras que florescem de 80 em 80 anos.
Portanto, não é muito provável que você veja outras floridas.
Ficam no Aterro do Flamengo, onde existem várias plantadas por Burle Marx, que as trouxe do Sri Lanka. Coincidem com a data que o paisagista faria 100 anos. Seria coincidência ou homenagem?
Não custa repetir uma frase sua, que me foi lembrada pelo meu amigo " Alemão" Octavio, cantor que animava os nossos bailes da Reitoria.
Diz o Octávio que a frase dita pelo paisagista, segue a idéia que tive sobre o plantar mais plátanos na Br116.
Veja:
" Alguém as plantou para que eu as visse, portanto, as estou plantando, para que no futuro alguém as veja".
Obrigado Alemão

quinta-feira, dezembro 3




O meu destino era Flores da Cunha.
Optei pela BR116, e mais ou menos, na metade do trecho, fui tomado pela explosão de cores. Mesmo com chuva, se viam alguns raios de sol que conseguiam furar o bloqueio de nuvens.

Ainda estamos na primavera, portanto é natural que as flores espouquem com intensidade.
Mas com o clima das última semanas, arrisco a dizer que as chuvas fortes que tem se encontrado com o calor, devem ter contribuído para o exagero.

O contraste do sol fervendo e o céu com nuvens pesadas deve ter provocado o contraste, desses que atordoam a vista de gente, acostumada a passar por lá tantas vezes que não repara mais em nada.
E até o fim do sobe e desce percebi que o espetáculo se estendia para outras espécies, outras plantas cujo nome desconheço mas que enchiam de graça as laterais da estrada.

O céu parecia de santinho. Quando coincidia um raio de sol sobre os plátanos amarelados, era realmente algo que só os deuses do Olimpo podiam proporcionar.

Mas há um se não. Se ficam tão bonitos, por que não plantamos mais plátanos? Os que existem foram plantados com certeza por alguma família de loirinhos, uns 30 ou 40 anos atrás. Não os plantaram para eles, mas para pessoas que como nós, ali passaríamos 30/40/50 anos depois.

E nós? Estamos fazendo a nossa parte? Plantamos mais alguns?
Essa é uma dádiva que nem o mais corrupto dos políticos de Brasília( Jornal de 30 de novembro) pode nos afanar, malufar, arrudar, mensalar e outros verbos que o Aurélio só vai publicar em edições futuras.

Voltando aos plátanos.
Se quisermos colaborar com os futuros passantes, e já que quem devia fazer, não o faz, quem sabe plantamos nós mesmos plátanos comuns ou os canadenses, os maples.

Fiz isso no Villa Borghese e nos dão muito prazer. Ficam alaranjados, depois vermelhos, roxos e caem, como para dizer que o inverno chegou.

terça-feira, dezembro 1

Miragens fantásticas e camelos verdadeiros

* "Estamos construindo todas essas ilhas que você vê, mas se o nível do mar subir afunda tudo..." disse numa entrevista um Emir.

*Pergunto à moça filipina do balcão se ela gosta do lugar. "Gosto", diz ela, inicialmente. " Pois eu detesto"... diz o interlocutor.
Ela concorda e desabafa: " Demorei alguns meses para perceber que tudo aqui é falso. Tudo. As palmeiras são falsas, os contratos de trabalho são falsos, as ilhas são falsas, os sorrisos são falsos...
Dubai é como uma miragem. Você acha que avistou água, mas quando chega perto vê que é só areia.

Dou esses exemplos, pois não sei como responder sobre um lugar que nunca estive, e provavelmente não irei.
Um casal me perguntou se vale à pena ir aos Emirados Árabes, Dubai, etc...
É muito pessoal. Se você já foi a muitos outros lugares, quem sabe vale a pena.
Se você for arquiteto, poderá ver um conjunto de projetos assinados por gente tão famosa que não verá em nenhum outro lugar.
Se você for do ramo imobiliário, você mesmo decide. Você sabe que é fácil ser um crítico de obras prontas.
Se você quer dizer a seus amigos que você se antecipou em ver o futuro, ótimo.
Mas não verá ninguém nas ruas. O calor é grande e as distancias enormes.
Uma ressalva, os dólares são seus e você faz com eles o que quiser.
Eu prefiro lugares com alma, em que o bar tender seja o mesmo a anos e o sanduíche já tenha sido aprovado por duas ou três gerações.
Pessoalmente, espero que os emires construtores estejam certos.
A região tem sol 365 dias por ano e os europeus adoram sol.
Espero também que os substitutos do petróleo levem um pouco mais de tempo a chegarem nas bombas, dando-lhe mais tempo pra fecharem o ciclo e terem clientes, lucro, senão os viajantes do futuro irão até lá como vamos a Petra, Ankor-Vat ou as Pirâmides hoje...com idéias arqueológicas.
Ali tudo é falso...tão falso como a Fórmula 1 no deserto, e falso por falso, prefiro Las Vegas, mesmo que o crupiê seja chinês e o uisque seja Santori.

sexta-feira, novembro 27

O Peru está mais perto


Hoje é dia de falarmos na cultura andina.
É que para o desfrute dos viajantes e turistas, temos a partir de dezembro um vôo direto Porto Alegre/ Lima operado pela TACA.
Os vôos serão feitos nas terças, quintas e sábados.
Vai ficar mais fácil se aproximar da cordilheira.
Não é a toa que quando se fala nela, a civilização Inca nos vem à mente no mesmo instante. As anteriores ao incanato, ficam no esquecimento.
É que quando chegou Cortez, eram os Incas que estavam mandando e consequentemente foi sobre eles que escreveram.

Em apenas 300 anos com uma logística admirável, eles expandiram seus domínios a áreas onde hoje estão Chile, Argentina, Bolívia, Equador e Colômbia.

Cuzco, a bela Cuzco funcionava como a capital do Império.
Por volta do século 12, os Incas eram apenas um pequeno grupo tribal.
Diz a lenda e as lendas sempre são belas que Manco Capac recebeu do Sol a ordem de buscar um lugar para fundar o Império e saiu do lago Titicaca com um bastão de ouro que indicaria o melhor lugar.
Depois de muito buscar, Manco Capac e sua mulher chegaram a Cuzco e decidiram que ali seria a capital Tahuantinsuyo, também chamada de Império dos Filhos do Sol.

A palavra "inca" se refere ao imperador, cujo filho era considerado um semideus, alguém que ligava o céu e a terra. Seu poder era passado sempre ao primogênito.

Doze incas sucederam a Manco Capac e foram responsáveis por estender os domínios do império.
Em lugares privilegiados, é possível ver pedras esculpidas com condores, pumas e serpentes, animais considerados sagrados e representantes de três mundos: divino, terreno e dos mortos.

Os outros povos foram dominados, porém não eram submissos. A tentativa era integrá-los ao reino.
Os Incas destacaram-se também pela solidez de sua arquitetura, criada para suportar os constantes terremotos que ocorrem até hoje na região, tanto que os espanhóis construíram prédios, igrejas e mosteiros usando os antigos alicerces.
Além disso, tinham conhecimentos astronômicos com dados surpreendentemente precisos, principalmente se levarmos em conta que não conheciam lentes, telescópios e a escrita.

terça-feira, novembro 24

Um insulto a nossa imagem

Não sei até que ponto um Presidente, mesmo eleito pelo voto, pode dispor da imagem de seu país, recebendo com honras de estado um Presidente vencedor de uma eleição fraudada e antipatizado por quase todo mundo.
Tem toda a Europa unida contra ele. Unir os europeus não é muito fácil, é só rever a história.
E eu, leigo, me pergunto:
Será que num regime parlamentar isto seria possível?
Será que uma cadeira no Conselho de Segurança vale tanto?
Falo de segurança externa, ciente que dentro das nossas fronteiras não temos nenhuma.
Suponho que a conta tenha sido mais ou menos assim:
Há uns 30 países árabes (os iranianos parecem árabes, mas são farsis) e só um país judeu portanto na conta seriam 29 votos a favor e 1 contra.
Administrativamente parece que a teocracia iraniana também não prima pela competência, com a segunda maior reserva de petróleo, importam gasolina.
Será que uma foto ao lado de Ahmadinejad vale tanto?
Sua figura é uma ameaça, não um bálsamo. Seus amigos latino americanos não o recomendam...
No passado eu era metalúrgico e lembro de grupos que iam a rua protestar quando ditadores parecidos vinham ao Brasil e visitas foram canceladas pela imagem não recomendável.
Quem leu " O que é isso companheiro" e toda a minha geração leu, fizeram protestos até contra a vinda do Rockfeller, que nunca foi nada disso.

segunda-feira, novembro 23

Hóspede indesejado

A vinda do Presidente do Irã tem estimulado muitos comentários e certamente mais um motivo de preocupação a observadores internacionais.
Nós, nascidos por aqui, nunca vamos entender o Oriente Médio, e os islâmicos em geral.
Claro que existem os mais ou menos radicais, os aculturados e milhões que vivem em países ocidentais, além de gerações que nasceram e vivem no ocidente e jamais foram até a terra de seus ancestrais. Mesmo assim temos que lembrar que muitos destes, estavam envolvidos na destruição das torres gêmeas.
Visitei o país antes da ascensão dos Aiatolás, e por certo não me sinto a vontade em tecer comentários definitivos sobre um país que visitei a tanto tempo.
Gostei da visita e além da capital estive em Persepolis, quando se preparavam para a festa dos 5000 anos da família real iraniana ( era mais uma mentira do Xá Reza Pahlevi, mas não vem ao caso).
Visitei também Mashhad, Tabriz , Isfahan e vilas menores, unidas por quilômetros e quilômetros de deserto. Fiz tudo por estrada, de ônibus interurbano, estradas com neve permanente, muito frio e ausência de vegetação, mesmo assim, gostei.
Até hoje procuro acompanhar o que se passa por lá através da imprensa internacional, pois no Brasil pouca coisa se publica e com razão.
O interesse só surgiu pela assustadora possibilidade de mais um país ter a bomba atômica.
Na ocasião da anunciada e depois cancelada visita do presidente, comentei o assunto no Programa do Rogério Mendelsky e minha apreciação é a mesma, portanto a repito.
O pouco que sei e cito são coisas da minha viagem e da mídia mundial. Por exemplo: Recentemente dois jovens com menos de 18 anos foram flagrados cometendo um crime segundo a lei local: se comportavam como namorados em público.
Após 14 meses de cadeia e 228 chibatadas cada, os dois foram enforcados em praça pública, na cidade de Mashhad, e não foram só eles.
Desde a ascensão dos Aiatolás no país, quatro mil homossexuais, homens e mulheres já foram executados – média de 153 por ano. O Irã não é a única nação islâmica que condena o homossexualismo.
A opção é considerada crime em 26 desses países.
Vários deles prevêem a pena de morte, mas é no Irã onde a lei é mais radicalmente aplicada, segundo afirmam entidades de defesa dos direitos humanos. As autoridades ali têm uma interpretação mais dura do Corão.
Eu não diria que a população iraniana é mais radical que outras nações islâmicas. São as autoridades que estão no poder que não abrem mão da pena de morte nestes casos. Vale para mulheres também, embora sejam os gays masculinos os mais perseguidos. De maneira geral, é preciso quatro testemunhas – homens, já que o depoimento de mulheres nunca é levado em conta. Uma vez sentenciados, aos “acusados” lhes é dada a graça de escolher como será a sua morte: enforcamento (a mais comum), apedrejamento, golpe de espada ou o lançamento do alto de um precipício ou de um prédio se for numa cidade.
Fiz esta exposição só para chegar ao ponto que interessa a todos nós. Um povo com este radicalismo, e o Ahmadinejad como presidente, deve ter tanto poder?
Acho justa a alegação de que se outros têm poder atômico, porque não o Irã? Mas mesmo que seja justa a igualdade, acho que acima de tudo devemos limitar ao máximo o número de países que possuem poder nuclear.
Sei que não estou advogando uma igualdade de direitos, mas tentando diminuir o numero de países com tanto poder.
Não teríamos sucesso pedindo que os países que já tem poder que destruíssem as suas bombas, pois o que vale não é só tê-las, mas saber fabricá-las e ter os meios para construí-las.
Ainda mais com os ódios tribais e religiosos tão antigos quanto o próprio Oriente Médio o que advogo é a diminuição de nações com tamanho poder, pelo menos é o que eu gostaria que acontecesse.

quarta-feira, novembro 18

Salsichas


Volta e meia acontece em Porto Alegre eventos incomuns.
Nesse caso, o motivo da reunião é uma figura pública.
Está nas ruas, nos parques, nas campanhas publicitárias.
Difícil encontrar alguém quem não o conheça. Difícil encontrar alguém que não simpatize com ele.
Falo do “cachorro salsicha”, o Dachshund, ou Cofap se você preferir.

Quero comprar mais um, ou dois, tamanho " standart" , dourado. Quem sabe algum blogueiro poderia me ajudar?

Já houve o encontro dos Shnauzer, dos Dachshund claro e também dos Basset Hound, que devem ter sido ótimos. Já imaginaram uns 100 salsichões juntos, com aquela cara de pedintes e aquela falsa tristeza?

Não sei quando se repetirão os encontros. Os Dachshund têm muita vivacidade, e são muito divertidos.
Alegram uma casa e são muito inteligentes.
Mas, têm personalidade forte. São obstinados, não se submetem facilmente.
Aliás, um livro que li diz que eles não têm nenhum problema com educação, pelo contrário! Educam o dono em 15 dias.

Então, para quem deseja um companheiro obediente e disposto a acatar ordens, pode não ser o cachorro ideal, mas irreverência e teimosia fazem parte do seu estilo.
São apegados, mas não de ficar querendo colo e atenção. Ficam por perto, mas não exigem muito contato físico. Cada um na sua, como deve ser.
No Brasil é a 7ª raça mais registrada, mas é na Alemanha que o prestígio da raça alcança seu ponto máximo: é o segundo cão em quantidade de registros, ficando abaixo apenas do Pastor Alemão.

Acredito nas estatísticas alemãs, mas pelas ruas e parques há muito mais salsichas.
Quanto aos meus, a Família Pinochio, também estará representada, em algum próximo evento, se eles quiserem ir.
Salsicha não é bem assim: só vão se quiserem, se não tiverem um programa melhor no pátio, como passarinhos ou gatos da vizinhança.
Com os meus, por exemplo, não insisto e não troco muitas idéias. Já aprendi que eles sempre saem ganhando...o que não é novidade nenhuma para quem os tem.

segunda-feira, novembro 16

Viajar 2ª parte


Falamos principalmente em viagem, como se todos os leitores fossem turistas, mas viajar é uma coisa fascinante, irresistível.
Nesse momento deve haver milhares, quem sabe, milhões de barcos andando, de um lado para o outro, transportando contêineres, minérios, pessoas, mísseis.
Em todos os mares e oceanos, alguns veleiros com razoável chance de seqüestros, passam próximos a Seychelles, Ilhas Mauricio e Reunion.
Lugares paradisíacos.

Nunca entendi porque os cargueiros que andam por lá, não tem uma escolta embarcada ou alguns atiradores, que nem precisam ser de elite. Piratas, no caso, são alvos fáceis.
Aliás, os piratas sabem disto, tanto que não atacam barcos russos, pois, sabem o que é bom pra tosse, lembram o que aconteceu no teatro da Chechênia.

Viajar sempre foi importante, em todos os aspectos e não fossem as viagens o mundo seria outro.
Darwing precisou ir até Galápagos, para nos dizer que a história de Adão e Eva é pura fantasia. Como diz o samba, "Maçã igual aquela, o papai também queria."

Se não fossem as viagens, o que seriam das comidas inglesas? Já não são boas, sem os temperos indianos, seriam ainda piores.
O que seria do mundo sem as árvores que os mesmos ingleses espalharam pelo mundo? Da fruta pão ao eucalipto, e dos coqueiros a magnólia?
Mas hoje, todo indivíduo quer usufruir as benesses dos sistemas que deram certo.
Eu vivia em Londres quando jovens grávidas lotavam os aviões de Portugal, Espanha e Itália, para abortarem lá, (por conta do estado). Em seus países era proibido e acho que ainda é.

Portanto como já cansei de repetir, sou a favor dos vistos que restringem viajantes, sejam eles quem forem. Sei que os países não são propriedade exclusiva de quem nasceu ali.
Mas a meu ver, quem vive ali, tem direito a estabelecer a lei. Os que vivem ali, trabalham, pagam seus impostos e podem selecionar quem lhes interessam ou não.

Não, não é simpático, sei bem. Já fui barrado em Taiwan, pois eu tinha no passaporte o visto da China Continental. Na Albânia, provavelmente sabiam do meu passado na indústria de automóveis e não queriam que eu visse os últimos modelos de carroças.

Li há alguns dias que 82% dos moradores não queriam que Chicago fosse sede das Olimpíadas em 2016. Devem os administradores contrariá-los? Ou vocês acham que os italianos, espanhóis, franceses, gostam de ver as ruas de seus países cheios de ambulantes ilegais, e suas centenárias calçadas cheias de toalhas com quinquilharias?

Segundo outros é caminhando pelas ruas, que qualquer cidadão pode verificar a interminável variedade étnica que existe, e isto enriquece as cidades.
Pessoalmente discordo. Se quiser conhecê-los, vá até aonde vivem. Cada um é importante no seu contexto.

Há décadas que ando pelo mundo. Sou testemunha de países que tiveram de acolher imigrantes oriundos das colônias que ocuparam.
Outros tem a tradição de acolher exilados, como Escandinávia, França, Alemanha, México e o Brasil às vezes. Até 4 assassinatos parece não haver problema, mas vamos ver em breve.

quinta-feira, novembro 12

Viva Johannes Gutenberg!

Longa, longa vida aos livros !
Li com tristeza o artigo do Charles Kiefer.
Os dados são incontestáveis, e ele conhece o assunto.
Atente aos números, diz ele também. São silenciosos, frios e irrefutáveis. Diz também que vai acabar fazendo uma tele entrega de pipocas.
Pessoalmente, não serei seu cliente. Quero que ele continue nos entregando textos, idéias, sonhos, como se espera de um escritor.
Mas para isso, temos que ler mais, comprar mais e as escolas insistirem mais em leitura.
Às vezes falo em alguma palestra, e me surpreendo com gente que nunca leu, e quando leram não sabem o título, ou quando o sabem, não lembram o autor.
Convenhamos, não posso criticá-los se o nosso Iluminado se jacta de não ler os jornais e na televisão procurar os programas mais idiotas. (palavras deles)
Mesmo assim, desejo vida longa ao livro. Não vou me converter em leitor de telinhas. Nunca pensei em ir dormir e ao lado da cama ter um e-book, ou tomar um café da manhã com um * lapitopi* na mão.
Gosto do livro, do contato e até da posse.
Sei que não se pode misturar desejos com estatísticas objetivas como a do Sr. Kiefer, mas por enquanto ainda podemos sonhar.

terça-feira, novembro 10

Viajar 1ª parte


Carregar malas, esperar em rodoviárias, estações de trem ou aeroportos é apenas o inicio de um longo caminho que enfrentaremos pelo resto da vida.
Não há dificuldades que nos faça parar, a mim, e a todos que já começaram.
Passa a ser o nosso carma, a nossa sina. Falo por mim.
Já tenho planos para a próxima década. Quando os anos pesarem, continuarei, mas em vez de levar minhas câmaras a mambembear, irei a uma só cidade, um apart hotel, " bien placê" e próximo a uma cardio clinica. Não quero fugir da realidade, mas reafirmo que encaro a vida por largura e não por comprimento.

Viajar é e sempre será um prazer. Muda a arquitetura, mudam os templos, mudam os sabores as lojas e os trajes.
Tudo isso atrai. Até mesmo Portugal que contraria tudo o que estou dizendo, é um bom destino. Lá o idioma é semelhante, a arquitetura é semelhante, a comida é semelhante e paga-se em euros. Mau negócio, mas o que fazer?
É ir ou não ir.

Em outros lugares o idioma que se fala nem sempre é compreendido.
O alfabeto que se utiliza numa margem do rio não é sempre o mesmo do lado oposto.
Até o tempo é outro: o calendário que orienta a vida do povoado que estamos frequentemente difere do que é utilizado pela aldeia próxima.
As vezes nem o Natal existe. O início do ano tem outra data e até o ano tem outra conta.
No Nepal, por exemplo, os jornais vem com duas datas, com centena de anos de diferença, mas bem humorados comemoram os feriados em ambos.

Viajar nos faz ver ao mesmo tempo os fascínios do mundo. Em um hemisfério, jardim com flores, no outro os galhos já estão secos e os nossos passos ficam marcados na neve.

É o prazer e o mistério de viajar: nossas próprias convicções apresentadas às dos outros e com elas confrontadas.
A oportunidade de aprender e de ensinar. Sobretudo a chance de divertir-se com gente diferente.


sexta-feira, novembro 6

Nós ao redor do mundo


Se lêssemos um pouco sobre o país a ser visitado, evitaríamos boa parte dos constrangimentos a que nos expomos.
Sabemos disso, mas não o fazemos. Na última hora, é tanta coisa que vamos assim mesmo, mas também nada ocorre de tão grave que nos torne passiveis de deportação, nem algo que estrague o passeio ou tire as surpresas e novidades.

Sabe aquele que fala sem perceber e age de maneira estranha? Bem, aos olhos dos nativos, aquele pode ser você.
Isso porque, algumas atitudes normais no Brasil são consideradas invasivas e desrespeitosas em outros lugares. Uma delas é o comprimento com beijinhos e tapinhas nas costas.

Se estivermos na Itália, podemos tomar um susto, quando os homens trocam beijos junto com o trivial cumprimento, e não são apenas os mafiosos em reconhecimento ao capo.

Também vale pesquisar quais atitudes do dia a dia podem ser consideradas grosseiras no seu destino.
No Japão, por exemplo, falar alto e dar gargalhada pega mal e não se espirra ou assoa o nariz na rua. Bem, aqui também..
Na Alemanha, não é adequado cumprimentar alguém com uma das mãos no bolso.

Falando em mão, pegue sempre a comida com a direita, se estiver em locais como a Índia, Marrocos, Arábia Saudita. Isso porque é cultural por lá usar a esquerda apenas para fazer a higiene íntima.

Não é necessário aprender a língua em todos os lugares que você visitar, mas saber dizer alguma coisa é sempre mais simpático- nem que seja só "bom dia", e "boa noite".
Se for à França, capriche um pouco mais. Todos nós temos a obrigação de conhecer algumas palavras francesas, por estarem integradas aos bons modos do Ocidente.
Assim, alí use com mais ênfase: o com licença, o por favor, e o muito obrigado.

Além de saudações, pode ser uma boa idéia aprender alguns palavrões locais.
Por exemplo, como dirigir na Itália sem saber a palavra:" cornuto" ou levantar os dois dedos que significam a mesma coisa mas sem som...
Como já falavam os antigos, " Em Roma, faça como os romanos".

Se alugar um carro na Alemanha e entrar Itália a dentro, é quase certo que em algum entroncamento, você vá ouvir " Tedesco cornuto". Eles não resistem a uma placa alemã, mas se você fala italiano e tiver um estoque de ofensas prontas no bolso do colete, quem vai se divertir é você com a surpresa deles.

Já nos países anglo saxões, o sinal latino acima, não quer dizer nada, portanto em caso de necessidade extrema, levante o dedo maior da mão estendida. É o máximo que você pode fazer, os anglo saxões são paupérrimos em ofensas.

É de bom tom, ver como os outros se comportam antes de se expor. A pessoa que comete gafes geralmente está fora do contexto, um contexto que nem sempre entendemos e aí chamamos os ditos países de exóticos.
Portanto leitor, lembre : não existem países exóticos, exóticos somos nós, no país dos outros.

terça-feira, novembro 3

A cidade rosa


Petra está toda a noite nas nossas casas.
Esqueça texto e falas que são iguais as da novela passada, e mesmo sem turbante me atrevo a prever que será igual a próxima.
Fiquei ali alguns dias e posso lhe dizer que é um pouco difícil entender o conjunto, pelo que tem sido mostrado na telinha, mas convenhamos que não é a proposição da emissora.

Imagine o desfiladeiro. A parte alta é que foi esculpida e escavada pelos Nabateus. No trajeto tem pouca coisa, só algumas tumbas sem expressão e no fim é que tem um grande espaço onde estão as ruínas, feitas pelos romanos. Por que os romanos?
Qual o interesse dos romanos? Bem, ali era um entroncamento, portanto, uma forma de controlar e pedagear as caravanas.

Petra é um deslumbre em pedra.
Muito mistério ainda ronda a Cidade Perdida. Sabe-se que a região é habitada desde a pré- história e que os Nabateus, povo árabe nômade, chegaram no século 3º a.C. atraídos pela localização estratégica.

Foram eles que talharam toda a cidade nas encostas das falésias.
O Tesouro, a maior fachada, teria sido um dos templos mais importantes e, hoje, é a imagem mais divulgada da Jordânia, cenário até de filmes do Indiana Jones.

Com as novas rotas marítimas, Petra entrou em decadência, e ficou esquecida até 1812, quando o explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt, disfarçado de muçulmano, a redescobriu.

Hoje, para conhecer o sítio arqueológico, os turistas ficam hospedados em Wadi Musa, cidadezinha bem próxima do início do desfiladeiro.
Se você tiver a chance de ser apresentada a essa maravilha do mundo prefira o entardecer.
A primeira parte é adequadamente iluminada.
A curiosidade em desvendar Petra só aumentará até o dia seguinte, quando com a luz do sol, você ficará extasiado. E por mais fotos, e filmes que tenha visto nada se depara a esse lugar. Nada a ver com outras ruínas. É completamente diferente.

Petra é muito mais do que a fama que ostenta.
Só a trilha pelo desfiladeiro tem 2 km com altura média de 60 m e largura de 2 a 4 metros. O ângulo do sol faz brilhar os diferentes tons de rosa, e valorizar partes aparentemente sem graça a outra hora.

O impacto da chegada ao Tesouro, como é chamada aquela popular fachada esculpida, é enorme.
Quando a fenda se abre no desfiladeiro, surge uma coluna aqui, uma janela ali, outro detalhe acolá. Mais alguns passos, e o templo aparece por completo, imponente. Na fachada, perfeitamente talhada, há símbolos e imagens desconhecidas.

Os horizontes só se ampliam numa grande clareira quando se chega lá em baixo. A beleza natural e as dimensões arquitetônicas impressionam.
Há centenas de túmulos e templos desconhecidos, mas bem preservados, assim como cavernas, com gente habitando no paredão, mas com portas , janelas, vidros, cortinas e fechaduras.

Como de hábito, na época de domínio romano foi feita uma cidade e esta é diferente das outras, devido à situação de escarpas altas e pouco ou nenhum terreno plano, o que lhe dá uma característica única.

O teatro romano, talhado no sopé de uma montanha comportava 3 mil pessoas. Outro destaque são os túmulos reais.

Do alto de uma montanha, com vista para todo vale, está o impressionante Mosteiro, tão belo quanto o Tesouro, mas menor.
A subida é cansativa, mas reveladora. Por toda trilha, o caminhante verá moradores da região, crianças aquecidas por fogueiras dentro de tendas, bem como mulheres muçulmanas fazendo bijuterias e os homens lá fora vendendo, mascateando.

Outra experiência autêntica marca o fim da visita. Lá em baixo, no rústico bar, em uma meia gruta, o visitante tem a chance de sentar em tapetes e provar o chá quente e doce, muito doce, dos beduínos, servido por uma neozelandesa loira e de olhos azuis que casou-se com um deles. Quando se conheceram, ela só falava inglês e ele árabe. Pelo jeito deu certo, hoje eles tem cinco filhos.

Como se vê, não há limites para o amor!

sexta-feira, outubro 30

Obras de Arte


Eu li, e muita gente leu, na Zero Hora dessa semana a matéria "Polêmica urbana", surgida graças a coragem de alguém bem capacitado : Voltaire Schilling.
Reconheço que o assunto é complicado.
Não quero nem devo opinar sobre esculturas, até porque sou amigo de boa parte dos autores e cada um tem o seu estilo, sua visão ou sua estética.
Apenas quero acrescentar dados desconhecidos sobre a que está no Parcão, feita por Carlos Tenius.

O Tenius, recebeu a incumbência de fazê-la para o Parque Marinha do Brasil, onde seria vista horizontalmente a uma distancia de 100/200/ 500 metros.
O término da obra coincidiu com a abertura pós 64 e ninguém mais a queria. Ninguém queria algo que lembrasse o Marechal Castelo Branco e o parque era da Marinha.

O ferro recortado do futuro monumento ficou numa oficina a espera da montagem. O Tenius e o dono da oficina a espera de dinheiro.
Não ficou enferrujando, é um aço japonês que só enferruja 2mm. (não estou falando com xixi humano ou canino)

Lá pelas tantas surgiu uma opção com a qual ninguém se opôs: o Parcão.
Só que ali a escultura é vista a poucos metros de distância, de baixo para cima, mudando completamente a visão e a perspectiva do artista.

Quem se interessar pelo assunto que tente observá-lo de algum lugar mais distante. Quem sabe entre algum dos edifícios da Quintino. Sei que está cada vez mais difícil, mas tentem, e aí terão a visualização que o artista imaginou.

Não pretendo com isso induzir alguém a gostar ou não. Nada disso.
Sendo amigo do Tenius, acompanhei o assunto desde o início, e me sinto na obrigação de postar esse esclarecimento.
Carlos Tenius, repito o nome, porque quando inauguraram o monumento da praça dos Açorianos, nem o mestre de cerimônias lembrava o nome de quem o tinha feito.

quinta-feira, outubro 29

Baile dos Vivos e Mortos ( 2ª parte)


Para se entender a festividade, é necessário lembrar que os celtas, ancestrais da maioria dos povos europeus, ocuparam vastas áreas daquele continente.

Eles adoravam a natureza e cultuavam vários deuses, dos quais o principal era o Sol que comandava o trabalho e o repouso, tanto da terra quanto dos homens.


Vivendo no hemisfério norte, os celtas celebravam o ano novo no dia 1º de novembro com o Samhain, um festival que assinalava o final da "estação solar" e o início da "estação do frio e da escuridão".


No final de outubro, portanto, quando as colheitas estavam concluídas e guardadas, os sacerdotes druidas, no alto de colinas onde cultivavam seus azevinhos reuniam-se para a festa de todos os ausentes.


Nesta noite, os celtas consideravam anulada a separação entre o mundo dos homens e dos espíritos. Acreditava-se que a partir dessa festa, os espíritos podiam vagar livres, entre os humanos, da mesma forma que os humanos, por intermédio de ritos, podiam adentrar o mundo dos espíritos. Era também a noite mais propícia para adivinhações e para saber o que o destino lhes reservava.


A decadência dessas festas deve-se à pressão contrária exercida pelo cristianismo Sabe-se que uma das primeiras iniciativas dos cristãos, ao conquistar o poder, era proibir toda a forma de oferendas e sacrifícios das festas pagãs. Depois, na falta de um calendário próprio, esses mesmos cristãos começaram a parasitar as festas pagãs.

Deram a elas nomes de santos, antes de integrá-las à sua própria mitologia.


Durante muitos séculos, a maioria das igrejas foi construída sobre os antigos lugares de culto pagão e assim a antiga festa druida do solstício de inverno se tornou o Natal.

A festa do solstício de verão se tornou o nosso São João.

E Halloween, véspera de Todos os Santos se tornou a festa dos finados, que vem aí.

quarta-feira, outubro 28

Baile dos Vivos e Mortos ( 1ª parte)


Todos 31 de outubro, das fazendas mais remotas do Texas aos apartamentos de Nova York, as janelas das casas cintilam com milhares de sorrisos fantasmagóricos. É que crianças trabalham grandes abóboras, retiram suas sementes, fazem buracos no lugar dos olhos, nariz e boca, deixando-as parecidas com cabeças de sorridentes caveiras. Ao cair da noite, põem velas acesas no seu interior.
Do escuro surgem adolescentes fantasiados de monstros, e em grupos percorrem as ruas, batendo nas portas e gritando em coro:
"Trick or treat, smell my feet or give me something good to eat".

Claro que poucos se recusam a ofertar alguma coisa, que já havia sido previamente comprada para dar alegria à festa e continuidade a tradição.
No Brasil a festa virou coisa de adulto que se divertem em bailes à fantasia organizados em casa e em clubes. A decoração segue a tradição.

Velha de milhares de anos, a Halloween que chegou aqui, é uma das mais antigas festividades pagãs de que se tem notícia. Foi se transformando ao longo dos séculos, na sua fase pré-histórica, na forma de ritos da fertilidade.

Acendiam fogueiras, dançavam ao redor delas, e ofereciam sacrifícios aos deuses, pedindo proteção para o período frio e escuro que iriam atravessar.
No amanhecer, os druidas entregavam algumas brasas daquelas fogueiras para cada família. Era o "fogo novo", o germe de um novo lume que seria conservado e alimentado durante todo o outono e o inverno: símbolo da luz e da vida que tinha que ser cuidado e protegido para que resistisse até a próxima estação do calor e da fartura.

Aqui, calor e fartura não nos falta. Falta é organização e seriedade.
Em Porto Alegre tem uma ótima festa na zona sul, onde vivem alguns ingleses.
Sorte nossa, tudo é organizado.
On time and shared.


segunda-feira, outubro 26

Nobody loves the "cheinhas"?


Lendo a última revista Time ( fiquem tranquilos os que odeiam os americanos, a última na minha mesa), encontrei uma notícia curiosa.

Karl Lagerfeld, estilista de moda em declarações a revista alemã Brigitte, diz que ninguém quer ver uma mulher " cheinha".

Acho o assunto muito pessoal para ser generalizado.

Cada um pode gostar do que lhe aprouver, mas acho que quem deveria dar palpites sobre elas, é quem ...goste delas.

Agora sim...


Parece que o incômodo hóspede da nossa embaixada se vai.
É que os jornalistas estão indo embora e quando se for o último, ele vai fazer a mala e recolocar o pijama.
Perderá o interesse em ficar ali, sem mídia.
Já são 30 dias que estamos pagando a conta e não há se quer um ângulo novo do seu chapéu.

sexta-feira, outubro 23

Afinal, quem é o golpista?


Alguém me explica? É um favor, não sou do ramo. Conheço os países que falo, mas não conheço os políticos.
Não tenho estômago para ouvir o que dizem. Tudo o que falam pode ser transcrito em 3 palavras: Vote em mim.
Se pelo menos usassem um por favor...

Apenas para lembrar.
Zelaya contrariou a constituição e desrespeitou a Suprema Corte, tentando impor, mesmo contra a constituição um plebiscito a moda Chaves, ou seja, uma clara demonstração da utilização de meios democráticos para se perpetuar no poder.

Por esses motivos, perdeu seu cargo e foi retirado do poder pelo Exército, atendendo às ordens da Suprema Corte e não de militares.
O poder foi a seguir, transferido ao presidente do Congresso, um civil, conforme as leis hondurenhas.
A meu ver, portanto se alguém tentou um golpe, foi Zelaya, que saiu de pijama porque quis, fazendo bem o gênero centro americano.
Teve tempo para fazer a mala e buscar seu cartão de crédito (com limite de 80 mil dólares), mas não para trocar de roupa.

Confesso que gostaria de vê-lo no aeroporto de chapelão, pijama de grife, óculos escuros e mala na mão.
Mais humilhante só o " Hailé Selassié", o Leão de Judah,( da Etiópia se não me engano). Acostumado a limusines, saiu do nababesco palácio e foi enfiado num Volks antigo com surdina furada e dizendo que seu reino tinha 5000 anos.

quarta-feira, outubro 21

Container ou Escola de Lata?


Com freqüência tenho lido nos jornais, críticas as " ESCOLAS DE LATA", um nome depreciativo para algo que pode ser bem ou mal aproveitado.
O que sei é que a unidade container é ótima, seu preço também e estão prontos, é só adaptar.

A chamada "lata", não é lata, mas uma chapa de ferro dobrada para melhorar a estrutura. A madeira interna é de ótima qualidade e de mais ou menos 2,5 mm de espessura.

Com freqüência, na Europa e Escandinávia são usados em feiras itinerantes, eventos, escritórios de obras em estradas. São conjuntos coloridos e bem posicionados, aproveitados também para exposições de todo tipo. São sobrepostos em até 3 ou 4 andares e cada um abre as janela onde precisa.

Nos EUA todas as obras urbanas os usam para seus engenheiros.
Se requerem telhados para o sol, ou calefação para o inverno é outra coisa.
Em tempo: O Viajando por Viajar, não vende containers, mas creio que conjuntos deles são a melhor e a mais rápida solução para as nossas necessidades.
Tenho foto de conjuntos que ofereço gratuitamente as nossas Secretarias.

Escrevo esses detalhes, pois a política prejudica até a sua imagem, são ótimos para o que precisamos: baixo custo, rapidez e eficiência.
Chamá-las de ESCOLAS DE LATA é uma idiotice. O que faz deles bons ou ruins é o aproveitamento que lhes dão.
A visão do arquiteto, do planejador, do usuário, é que diz a verdade.
Ainda serão reconhecidos, apesar da estultice de muitos.

terça-feira, outubro 20

De Cambará para o mundo


Não falo de revolução ou da família Cambará, mas de uma pequena cidade ao lado das maiores atrações do nosso RS, os Cânions, do Fortaleza, dos Aparados, etc...

Pois é, a empresa "Unilever" que os está divulgando para o mundo. Explico melhor: num campo, no meio do nada a 18 km da torre da Igreja, seus engenheiros montaram uma cidade temporária.

Barracas para um evento que atraiu 800 pessoas. De São Paulo vieram15 engenheiros, 4 chefes de cozinha, juntamente com camas, colchões, toaletes, chuveiros, água potável, sem garrafas.

É óbvio que foi filmado e daí o título discreto: "De Cambará para o mundo", afinal a "Unilever" é aquela do sabonete, preferido por 9 entre 10 estrelas do cinema e claro que vão querer que a concorrência veja...e morra de inveja.

O Flats Cambará, cujas fotos fiz a mais ou menos um ano foi todo locado pela empresa. A cidade protegida pelos deuses, mas esquecida pelos nossos administradores, nem asfalto tinha. Hoje tem asfalto e um ótimo hotel.

Preço? Não sei a família Baron, os proprietários, acharam graça quando tentei pagar, mas o telefone para informações é (54 ) 3251 17 00

sexta-feira, outubro 16

Viva a cerveja ( 2ª parte)


Minha idéia nesta 2ª parte era publicar locais e datas de onde estão acontecendo às comemorações festivas, desfiles, bandas etc...
Mas vimos nos jornais que são tantas, que usaríamos todo o espaço do blog, portanto passe os olhos nos jornais e escolha a sua preferida.

O "Viajando por Viajar" não tem a pretensão de concorrer com os matutinos e o máximo que nos limitamos foi inserir na agenda, os eventos.
Prosit!
E lembre-se que o chopp não é uma bebida, mas uma medida.
Não se surpreenda se você na Alemanha, pedir "hein Chopp" e o garçom disser: " De cerveja ou de vinho"?

Sempre que nos referimos à cerveja, bier ( O Dado é um predestinada, já nasceu para fabricá-la) o país que nos vem a mente é a Alemanha. Que eu saiba, eles não são per capita os maiores consumidores.
Os tchecos vem em 1º, os belgas em 2º e só em 3º, com medalha de bronze os alemães. Se houver algum erro, me perdoem, mas com o fim da URSS desequilibrou as estatísticas é mais ou menos como a mais bela cidade, cada um diz que é a sua.

Foi em uma visita a Cervejaria Heineken na Holanda (que nem está no pódium) que aprendi que devia incluir o Egito entre os antigos fabricantes, pois na sua entrada há uma placa em hieróglifos, como sendo uma fórmula de fazer cerveja de 4.000 anos de idade.
Portando, sabemos que a cerveja influenciou os egípcios, os índios, os nativos e os monges que a produziam e que provavelmente a loira influenciou as cabeças pensantes do novo e velho mundo.

Ainda na época da revolução americana, cada soldado tinha direito a um litro de cerveja na sua ração diária. Quando as tropas estavam acantonadas em Germantown, os carregamentos de cerveja se atrasaram, preocupando o general George Washington que escreveu à junta militar pedindo providências urgentes para abastecer os soldados da bebida: "... se não pudesse achar cerveja, serve sidra.", diz a nota, isto em 1777.

De lá para cá, a cerveja tornou-se uma bebida tão importante que o consumo está ligado a própria história da nação.
Samuel Adam, cognominado o "Pai da Revolução", defensor dos direitos dos homens, e um dos que assinou a Declaração da Independência, gerenciava uma bem sucedida fábrica de cerveja que herdara do pai e hoje tem o seu nome.

Thomas Jefferson tinha a cerveja em tão alta conta que para melhorá-la, recorreu à Bohemia, pedindo que enviassem alguns mestres cervejeiros para lá.
George Washington era outro ilustre americano que tinha a cerveja como a bebida favorita. Consta que ele possuía até uma receita pessoal que está guardada na biblioteca de Nova York.
Cerveja de boa qualidade na Europa é atribuída ou pelo menos se crê que tenha sido desenvolvida por monges nos conventos E como tipo, qualidade ou grau alcoólico usavam cruzes. Com o passar do tempo, cervejeiros não religiosos foram mudando as cruzes por X e até hoje, quanto mais X mais álcool. Aliás, uma delas se chama FOUR XXXX.

A norma é seguida até hoje, tanto que as cervejas com 1 ou 2 X podem ser vendidas nos super mercados. Cervejas com 3 e 4 X só em lojas com licença especial( que custa uma pequena fortuna)

quarta-feira, outubro 14

Andrea Bocelli na Ilha


A finalidade do Viajando por Viajar não é exatamente a de furos jornalísticos, mas também não há porque ocultar aos nossos leitores um evento que sem dúvida vai agradar aos que passam a semana do fim de ano na Ilha do Desterro.( Acho melhor que a cidade de Florianópolis)
O grande espetáculo com o tenor italiano será em dezembro, na Beira Mar Norte.
Florianópolis será a única cidade da América Latina a receber o show especial de Natal do tenor italiano Andrea Bocelli.
Será no dia 28 de dezembro e terá a participação de um coral de 60 vozes e uma orquestra.
Bocelli é considerado um dos mais importantes tenores da atualidade.
Gravou quatro óperas completas, além de musicas clássicas e populares.
O repertório será do mais recente álbum do tenor, My Christmas, obvio que com temas natalinos.
O secretário de Turismo esteve em Londres para fechar o contrato com a produção do show e na volta falou: " Eventos internacionais divulgam a cidade e todos os eventos de grande visibilidade fazem parte da nossa estratégia de turismo.
Achei ótimo, e provavelmente virão outros.
Antes de se apresentar em Florianópolis, o tenor passará por Glasgow, Londres e Los Angeles.
Quem é Bocelli?
Andrea Bocelli é considerado um dos mais importantes tenores da atualidade.
Cego desde os 12 anos, sofria de um glaucoma congênito, atingido na cabeça quando jogava futebol. Nunca mais enxergou.
Na infância, acompanhado de sua avó, tocava orgão na igreja.
Formou-se em direito, com mestrado e doutorado em Pisa. Trabalhou na profissão, mas acabou deixando deixando o direito. Teve aulas de canto e nunca mais parou.

Chegou Outubro: Viva a cerveja!


Santa Catarina e todo o sul para falar a verdade, já iniciaram sua temporada anual de canecas cheias.
A festa de Blumenau, é a mais tradicional, já está acontecendo, vai até o dia 18 de outubro, com um pé aqui e outro na Alemanha.

Além das grandes cervejarias, há as da minha simpatia, 16 micro cervejarias que com enchente e tudo, mantém as máquinas a mil para que não falte a loira gelada, obsessão de cento e tantos milhões de brasileiros.
Essa paixão não é nova, nem aqui nem em lugar nenhum. Já na época dos descobrimentos, das grandes navegações que saíam em busca de novas terras, era comum os barcos levarem mais cerveja do que água potável nas provisões. Isso pelo simples motivo de que enquanto a água depois de algum tempo se estragava, a cerveja ia amadurecendo e se conservava por longos períodos.

Aqui mesmo, muito antes dos descobridores chegarem, era comum entre os nativos o consumo de uma bebida levemente alcoólica, feita da fermentação de cereais e até de frutas.

Os peruanos, bolivianos e outros povos do altiplano a fazem até hoje com a fórmula inca, a CHICHA. Não tem nem cara nem gosto de cerveja, mas é chamada de cerveja.

Na América do Norte também fabricavam algo parecido antes dos peregrinos chegarem, ou seja, acho que a loura sempre existiu.
Dizem historiadores que na ilha de Manhattan, antes dos peregrinos desembarcarem já havia uma cerveja comercial.

Também no diário de bordo do May Flowers há anotações interessantes. Diz : "Não podíamos perder tempo em mais pesquisas ou considerações; nossos víveres estavam se esgotando, especialmente nossa cerveja."

Portanto, a cerveja influenciou os índios, os nativos e os monges que a produziam com mais qualidade para as cabeças pensantes da época.
Se duvidar leia:

" Não há boa vida onde não há bebida". ( Benjamin Franklin)

" Cerveja é a prova que Deus nos ama e quer que sejamos felizes".( Benjamin Franklin)

" 24 horas no dia, 24 cervejas em uma caixa. Coincidência?" (Stephem Wright)

"Comecei a beber por causa de uma mulher...E nem tive a oportunidade de agradecê-la".( W.C.Fields)

" Um brinde a cerveja, a causa e a solução de todos os problemas da vida".( Homer Simpson)

" Um país não pode ser levado a sério se não tiver ao menos uma própria cerveja e uma companhia aérea, ajuda se tiver um bom time de futebol e algumas armas nucleares." ( Frank Zappa)
'' Me dê uma mulher que ama cerveja e eu conquistarei o mundo!" (Ferdinando Bulgarini D´Elci- pai de um mestre cervejeiro da Ambev)

sexta-feira, outubro 9

A eterna menina- filósofa


Falo de uma ficção que acaba de ter sua estátua inaugurada.
A ficção chama-se Mafalda e o endereço é no bairro de Montserrat, onde vivia o seu criador: Quino.

A figura apresenta um leve sorriso de superioridade e um espaço vazio no banco, que seus muitos fãs tem se ocupado de preencher.

A escultura da irônica menina- filósofa que analisa a conjuntura mundial, desde o seu bairro em Buenos Aires foi instalada há pouco mais de um mês, mas já virou ponto turístico .

A Mafalda tridimensional fica no bairro de Montserrat, o mesmo onde moram a menina e seus amigos, cenário de suas aventuras.
San Telmo, da feira, está logo ali, do outro lado da rua.

A inauguração contou com a presença do cartunista Joaquin Lavado, o Quino, criador da personagem.
Segundo o artista que assina a escultura, a Mafalda sentada no banco foi feita em tamanho real. A idéia é que em breve a obra seja deslocada alguns metros até ficar, definitivamente, na porta do prédio, na Rua Chile 371.

O edifício já tem até uma placa instalada pela prefeitura de Buenos Aires. O sinal indica que ali mora a menina que odeia sopa, ama os Beatles e ganhou status de cult há tempo, mesmo que suas tiras tenham só sido publicadas entre 1964 e 1973.

A localização exata da casa foi um mistério durante décadas.
Só o que se sabia é que a garota era portenha. Mas não contentes só com essa informação, um grupo de jornalistas fanáticos por Quino vasculhou sem trégua os quadrinhos onde realmente viveu a personagem.

Releram as entrevistas dadas por ele e as indicações geográficas encontradas nos desenhos, como a linha de ônibus usada ( a de número 86), as praças e os monumentos retratados nas histórias. Até mesmo a maçaneta do portão, reproduzida por ele em uma tirinha foi conferida. Chegaram assim ao endereço onde o cartunista realmente morou durante os anos 1960.

Quino, sempre reservado não teve outro jeito: acabou confirmando a pesquisa dos jornalistas.
A escultura inaugurada no bairro pode ser considerada também um presente de aniversário. Mafalda está prestes a completar 45 anos- ou 51, se você levar em conta o fato de que a menina- filósofa " já nasceu" no auge questionador de seus 6 aninhos.

quarta-feira, outubro 7

Estrada do inferno...ainda há uma esperança.


Li na Zero Hora que a Prefeitura de Santa Vitória do Palmar e o DNIT começam a tirar da prancheta hoje, dia 7 de outubro as obras para recuperação do cais da cidade. Isto é o que deveríamos ter feito: portos.
Apesar do atraso de mais ou menos 500 anos, fiquei contente.
Alguém deve ter se dado conta que a nossa tentativa de fazer e refazer a estrada do inferno em terreno arenoso ao lado da lagoa é louvável, mas foi e será uma tragédia. Uma tragédia cara, com manutenção incerta.

Não conseguimos fazer boas estradas nem na serra onde o solo é rochoso, imaginem naquela restinga entre a Lagoa e o Atlântico. Ainda mais numa estrada de baixíssimo transito, com caminhões pesados e cargas perecíveis. Não digo que não deva existir uma estrada vicinal, mas transportar por estrada cargas pesadas, havendo uma lagoa ao lado? Chega a ser hilário.

Países ricos como a Noruega e Estados Unidos nunca pensaram em fazê-lo.
Dou um exemplo: a capital do Alasca, Juneau, não tem estradas. Nenhuma estrada, nem lagoas. O único meio de chegar a ela é através da água.
Eles usam ferries e com precisão de trem europeu, nas " internal highways", que é o oceano Pacífico. Então por que " internal'? Porque é uma costa, protegida por inúmeras ilhas e os barcos da cabotagem a usam com extrema eficiência e sem problemas de mau tempo.

Dou um segundo exemplo, até porque já aprendi que tudo o que se faz nos EUA é errado ou criticado, (quase sempre por quem nunca foi até lá) e entram em pânico quando a filha de 15 anos, não quer debutar e sim ir a Disney. Posso até imaginar:Disney não!...O que vão dizer na próxima reunião do Partak?
Onde eu errei?

Portanto aqui vai o outro exemplo mais isento. Noruega, onde a grande maioria das cidades nos fiordes, não tem estradas, nem pensam em fazê-las, é só rocha e os protegidos canais ao lado.
Não é por acaso que o Alfred Nobel, o homem que o instituiu o prêmio Nobel e inventou o dinamite é norueguês. A Noruega é só rocha.

Portanto, se tivéssemos iniciado acertadamente, hoje teríamos um razoável sistema de portos de ambos os lados da lagoa para o trabalho pesado e estadinhas vicinais para a comunicação entre cidades e fazendas.
O sonho até é viável e elogiável para tráfego leve.
Nem me passou pela cabeça comentar sobre as nossas estradas a alguém como você, que lê os jornais.


NOTA

Quem escreve esse comentário é uma pessoa de razoável experiência rodoviária, que fez por 4 vezes a Belém- Brasília antes da inauguração e também a Caravana da Integração Nacional. O Ministro dos Transportes cedeu a estrada em obras para " testes" dos candangos DKW-VEMAG.

Flavio Del Mese, junto com Jorge Lettry, Leshek Billik e Juvenal Terra formaram a equipe, posteriormente condecorada pessoalmente pelo presidente Jucelino, que os chamou de pilotos de circo.

sexta-feira, outubro 2

Voltando a Paris


Um dos nossos leitores teve a gentileza de nos dizer que esperava mais do diretor do filme Paris.
Que a construção que tem os melhores vitrais, não teve o destaque que merecia.
É verdade. A Igreja de Notre Dame só apareceu um pouquinho e de costas, mas o suficiente para a gente lembrar que ela já tinha mais de 200 anos quando o Brasil foi descoberto.

Dali, cruzar a Ponte Saint Louis faz toda a diferença.
Não fosse seguir roteiros escritos com mapa, como do guia Michelin, ou dicas de quem vive em Paris, hesitaria no rumo a tomar ao sair da catedral, e perderíamos a chance de conhecer a Saint Chapelle, um bibelô tipicamente francês, construído em vitrais, e de dois andares.
Que eu saiba a única igreja de dois andares, e construída para um casamento real.
Nem pense em mudar o roteiro e cometer esse pecado turístico.

Depois de visitá-la, dê a volta até os fundos e atravesse a ponte. Na outra margem do Sena, uma nova Paris se revela. Ou melhor, uma Paris em miniatura que até parece cenário, mas é bem original.
É a Ilê Saint Louis, discreta a ponto de não ter muito espaço e nem estação de metrô.
Suas vitrines são charmosas, mas nenhuma de grife. Os bistrôs são bastante intimistas, como devem ser os bistrôs.
A seção guloseimas começa na Cacao et Chocolat. O aroma adocicado atrai qualquer um para dentro da loja, que expõe chocolates como se fossem obras de arte e não termina mais.
A charcuterie quase3 na esquina também é irresistível, e todos os produtos são nacionais, patês, presuntos, salsichas.

A ilhota segue tranquilamente seu ritmo. Dá para percorrer tudo em poucos minutos, mas duvido que você queira passar rapidamente pelo que vê.
Segundo alguns nada se compara ao sorvete do Berthilon. Criado em 1954, quando teve sua fábrica inaugurada e virou instituição. Dezenas de quiosques e bares servem as delícias, mas o bom é ir até lá.

Adoro sorvetes e até prefiro os italianos, mas em viagens não sou de ficar comparando. Desfruto com prazer o que tiver ou onde estiver. Caramelo com gengibre, chocolate com amêndoas, cappuccino, canela...
É só escolher, sentar na mureta sobre o Sena e curtir a belíssima vista das costas da Notre Dame, que o nosso leitor acertadamente queria mais.

terça-feira, setembro 29

Bélgica


É curioso. Ninguém fala na Bélgica, poucos visitam a Bélgica.

Para os franceses, os belgas são colonos e frequentemente gozados como comedores de moule e frite, (mexilhões e batata frita), mas esquecem de dizer que esta combinação esdrúxula está tomando conta da França e só em Paris, há dezenas de casas.

Como tenho lá um bom amigo, o pintor de marinas René Du Jardin, passei a ver a Bélgica com outros olhos.

A cada esquina há uma loja oferecendo os melhores chocolates. Também não é novidade que a cerveja, por lá produzida, merece ser saboreada, até mesmo por um apreciador de vinho como eu. Aliás, atenção cervejeiros: eles tem algumas com até 14°.
Nenhum país produz mais cervejas do que eles e tudo pode ser degustado em uma centena de bares ou na Gran Plaza, no centro de Bruxelas, que é espetacular.

O país é um dos menores da Europa, mas com diferenças culturais, que vão muito além da língua e da geografia.
Bruges e Ghent, rivais pelo comércio têxtil no passado, ficam na região norte conhecida por Flandres, e são consideradas as cidades mais atrativas da Bélgica.

Bicicletas e canais são comuns em ambas. Na verdade, de acordo com o dialeto da região, a palavra Flandres significa “terras alagadas”.

Ao contrário do sul, onde se fala francês, em Flandres a língua oficial é o flemish, uma variação do holandês, só para iniciados.
Mas não se preocupe, você será entendido em qualquer idioma e eles são bons nisso. É comum alguém identificar o seu sotaque, reconhecer a sua origem e sair falando no seu idioma natal.
Bruges está sempre lotada de turistas. Restaurantes, lojas de chocolates, museus de tão cheios acabam diminuindo o charme medieval da cidade.

A menos de uma hora de distancia, encontra-se a outra jóia da arquitetura flamenga, onde é mais fácil andar.
Ghent é menos pitoresca que Bruges, mas tem uma atmosfera mais autentica.
Apesar da culinária de Flandres ter sido alvo de desdém por muito tempo, (principalmente dos franceses) está havendo uma redescoberta dos seus pratos tradicionais.

Coelho com ameixas pretas, por exemplo, bife marinado na cerveja e cebolas, além de diversos tipos de ensopados com frango ou frutos do mar, o delicioso waterzooi.
Os famosos crepes e waffles são normalmente acompanhados de sorvete, frutas e chocolate.

Ninguém em sã consciência pode deixar de prová-los. O mesmo conselho vale para os chocolates.
Só em Brujes, há em torno de 50 fabricantes e o produto é um dos melhores do mundo.

Mais um lembrete: o café é excelente. Tão bom quanto o italiano e com tantas variedades quanto.