sexta-feira, outubro 30

Obras de Arte


Eu li, e muita gente leu, na Zero Hora dessa semana a matéria "Polêmica urbana", surgida graças a coragem de alguém bem capacitado : Voltaire Schilling.
Reconheço que o assunto é complicado.
Não quero nem devo opinar sobre esculturas, até porque sou amigo de boa parte dos autores e cada um tem o seu estilo, sua visão ou sua estética.
Apenas quero acrescentar dados desconhecidos sobre a que está no Parcão, feita por Carlos Tenius.

O Tenius, recebeu a incumbência de fazê-la para o Parque Marinha do Brasil, onde seria vista horizontalmente a uma distancia de 100/200/ 500 metros.
O término da obra coincidiu com a abertura pós 64 e ninguém mais a queria. Ninguém queria algo que lembrasse o Marechal Castelo Branco e o parque era da Marinha.

O ferro recortado do futuro monumento ficou numa oficina a espera da montagem. O Tenius e o dono da oficina a espera de dinheiro.
Não ficou enferrujando, é um aço japonês que só enferruja 2mm. (não estou falando com xixi humano ou canino)

Lá pelas tantas surgiu uma opção com a qual ninguém se opôs: o Parcão.
Só que ali a escultura é vista a poucos metros de distância, de baixo para cima, mudando completamente a visão e a perspectiva do artista.

Quem se interessar pelo assunto que tente observá-lo de algum lugar mais distante. Quem sabe entre algum dos edifícios da Quintino. Sei que está cada vez mais difícil, mas tentem, e aí terão a visualização que o artista imaginou.

Não pretendo com isso induzir alguém a gostar ou não. Nada disso.
Sendo amigo do Tenius, acompanhei o assunto desde o início, e me sinto na obrigação de postar esse esclarecimento.
Carlos Tenius, repito o nome, porque quando inauguraram o monumento da praça dos Açorianos, nem o mestre de cerimônias lembrava o nome de quem o tinha feito.

quinta-feira, outubro 29

Baile dos Vivos e Mortos ( 2ª parte)


Para se entender a festividade, é necessário lembrar que os celtas, ancestrais da maioria dos povos europeus, ocuparam vastas áreas daquele continente.

Eles adoravam a natureza e cultuavam vários deuses, dos quais o principal era o Sol que comandava o trabalho e o repouso, tanto da terra quanto dos homens.


Vivendo no hemisfério norte, os celtas celebravam o ano novo no dia 1º de novembro com o Samhain, um festival que assinalava o final da "estação solar" e o início da "estação do frio e da escuridão".


No final de outubro, portanto, quando as colheitas estavam concluídas e guardadas, os sacerdotes druidas, no alto de colinas onde cultivavam seus azevinhos reuniam-se para a festa de todos os ausentes.


Nesta noite, os celtas consideravam anulada a separação entre o mundo dos homens e dos espíritos. Acreditava-se que a partir dessa festa, os espíritos podiam vagar livres, entre os humanos, da mesma forma que os humanos, por intermédio de ritos, podiam adentrar o mundo dos espíritos. Era também a noite mais propícia para adivinhações e para saber o que o destino lhes reservava.


A decadência dessas festas deve-se à pressão contrária exercida pelo cristianismo Sabe-se que uma das primeiras iniciativas dos cristãos, ao conquistar o poder, era proibir toda a forma de oferendas e sacrifícios das festas pagãs. Depois, na falta de um calendário próprio, esses mesmos cristãos começaram a parasitar as festas pagãs.

Deram a elas nomes de santos, antes de integrá-las à sua própria mitologia.


Durante muitos séculos, a maioria das igrejas foi construída sobre os antigos lugares de culto pagão e assim a antiga festa druida do solstício de inverno se tornou o Natal.

A festa do solstício de verão se tornou o nosso São João.

E Halloween, véspera de Todos os Santos se tornou a festa dos finados, que vem aí.

quarta-feira, outubro 28

Baile dos Vivos e Mortos ( 1ª parte)


Todos 31 de outubro, das fazendas mais remotas do Texas aos apartamentos de Nova York, as janelas das casas cintilam com milhares de sorrisos fantasmagóricos. É que crianças trabalham grandes abóboras, retiram suas sementes, fazem buracos no lugar dos olhos, nariz e boca, deixando-as parecidas com cabeças de sorridentes caveiras. Ao cair da noite, põem velas acesas no seu interior.
Do escuro surgem adolescentes fantasiados de monstros, e em grupos percorrem as ruas, batendo nas portas e gritando em coro:
"Trick or treat, smell my feet or give me something good to eat".

Claro que poucos se recusam a ofertar alguma coisa, que já havia sido previamente comprada para dar alegria à festa e continuidade a tradição.
No Brasil a festa virou coisa de adulto que se divertem em bailes à fantasia organizados em casa e em clubes. A decoração segue a tradição.

Velha de milhares de anos, a Halloween que chegou aqui, é uma das mais antigas festividades pagãs de que se tem notícia. Foi se transformando ao longo dos séculos, na sua fase pré-histórica, na forma de ritos da fertilidade.

Acendiam fogueiras, dançavam ao redor delas, e ofereciam sacrifícios aos deuses, pedindo proteção para o período frio e escuro que iriam atravessar.
No amanhecer, os druidas entregavam algumas brasas daquelas fogueiras para cada família. Era o "fogo novo", o germe de um novo lume que seria conservado e alimentado durante todo o outono e o inverno: símbolo da luz e da vida que tinha que ser cuidado e protegido para que resistisse até a próxima estação do calor e da fartura.

Aqui, calor e fartura não nos falta. Falta é organização e seriedade.
Em Porto Alegre tem uma ótima festa na zona sul, onde vivem alguns ingleses.
Sorte nossa, tudo é organizado.
On time and shared.


segunda-feira, outubro 26

Nobody loves the "cheinhas"?


Lendo a última revista Time ( fiquem tranquilos os que odeiam os americanos, a última na minha mesa), encontrei uma notícia curiosa.

Karl Lagerfeld, estilista de moda em declarações a revista alemã Brigitte, diz que ninguém quer ver uma mulher " cheinha".

Acho o assunto muito pessoal para ser generalizado.

Cada um pode gostar do que lhe aprouver, mas acho que quem deveria dar palpites sobre elas, é quem ...goste delas.

Agora sim...


Parece que o incômodo hóspede da nossa embaixada se vai.
É que os jornalistas estão indo embora e quando se for o último, ele vai fazer a mala e recolocar o pijama.
Perderá o interesse em ficar ali, sem mídia.
Já são 30 dias que estamos pagando a conta e não há se quer um ângulo novo do seu chapéu.

sexta-feira, outubro 23

Afinal, quem é o golpista?


Alguém me explica? É um favor, não sou do ramo. Conheço os países que falo, mas não conheço os políticos.
Não tenho estômago para ouvir o que dizem. Tudo o que falam pode ser transcrito em 3 palavras: Vote em mim.
Se pelo menos usassem um por favor...

Apenas para lembrar.
Zelaya contrariou a constituição e desrespeitou a Suprema Corte, tentando impor, mesmo contra a constituição um plebiscito a moda Chaves, ou seja, uma clara demonstração da utilização de meios democráticos para se perpetuar no poder.

Por esses motivos, perdeu seu cargo e foi retirado do poder pelo Exército, atendendo às ordens da Suprema Corte e não de militares.
O poder foi a seguir, transferido ao presidente do Congresso, um civil, conforme as leis hondurenhas.
A meu ver, portanto se alguém tentou um golpe, foi Zelaya, que saiu de pijama porque quis, fazendo bem o gênero centro americano.
Teve tempo para fazer a mala e buscar seu cartão de crédito (com limite de 80 mil dólares), mas não para trocar de roupa.

Confesso que gostaria de vê-lo no aeroporto de chapelão, pijama de grife, óculos escuros e mala na mão.
Mais humilhante só o " Hailé Selassié", o Leão de Judah,( da Etiópia se não me engano). Acostumado a limusines, saiu do nababesco palácio e foi enfiado num Volks antigo com surdina furada e dizendo que seu reino tinha 5000 anos.

quarta-feira, outubro 21

Container ou Escola de Lata?


Com freqüência tenho lido nos jornais, críticas as " ESCOLAS DE LATA", um nome depreciativo para algo que pode ser bem ou mal aproveitado.
O que sei é que a unidade container é ótima, seu preço também e estão prontos, é só adaptar.

A chamada "lata", não é lata, mas uma chapa de ferro dobrada para melhorar a estrutura. A madeira interna é de ótima qualidade e de mais ou menos 2,5 mm de espessura.

Com freqüência, na Europa e Escandinávia são usados em feiras itinerantes, eventos, escritórios de obras em estradas. São conjuntos coloridos e bem posicionados, aproveitados também para exposições de todo tipo. São sobrepostos em até 3 ou 4 andares e cada um abre as janela onde precisa.

Nos EUA todas as obras urbanas os usam para seus engenheiros.
Se requerem telhados para o sol, ou calefação para o inverno é outra coisa.
Em tempo: O Viajando por Viajar, não vende containers, mas creio que conjuntos deles são a melhor e a mais rápida solução para as nossas necessidades.
Tenho foto de conjuntos que ofereço gratuitamente as nossas Secretarias.

Escrevo esses detalhes, pois a política prejudica até a sua imagem, são ótimos para o que precisamos: baixo custo, rapidez e eficiência.
Chamá-las de ESCOLAS DE LATA é uma idiotice. O que faz deles bons ou ruins é o aproveitamento que lhes dão.
A visão do arquiteto, do planejador, do usuário, é que diz a verdade.
Ainda serão reconhecidos, apesar da estultice de muitos.

terça-feira, outubro 20

De Cambará para o mundo


Não falo de revolução ou da família Cambará, mas de uma pequena cidade ao lado das maiores atrações do nosso RS, os Cânions, do Fortaleza, dos Aparados, etc...

Pois é, a empresa "Unilever" que os está divulgando para o mundo. Explico melhor: num campo, no meio do nada a 18 km da torre da Igreja, seus engenheiros montaram uma cidade temporária.

Barracas para um evento que atraiu 800 pessoas. De São Paulo vieram15 engenheiros, 4 chefes de cozinha, juntamente com camas, colchões, toaletes, chuveiros, água potável, sem garrafas.

É óbvio que foi filmado e daí o título discreto: "De Cambará para o mundo", afinal a "Unilever" é aquela do sabonete, preferido por 9 entre 10 estrelas do cinema e claro que vão querer que a concorrência veja...e morra de inveja.

O Flats Cambará, cujas fotos fiz a mais ou menos um ano foi todo locado pela empresa. A cidade protegida pelos deuses, mas esquecida pelos nossos administradores, nem asfalto tinha. Hoje tem asfalto e um ótimo hotel.

Preço? Não sei a família Baron, os proprietários, acharam graça quando tentei pagar, mas o telefone para informações é (54 ) 3251 17 00

sexta-feira, outubro 16

Viva a cerveja ( 2ª parte)


Minha idéia nesta 2ª parte era publicar locais e datas de onde estão acontecendo às comemorações festivas, desfiles, bandas etc...
Mas vimos nos jornais que são tantas, que usaríamos todo o espaço do blog, portanto passe os olhos nos jornais e escolha a sua preferida.

O "Viajando por Viajar" não tem a pretensão de concorrer com os matutinos e o máximo que nos limitamos foi inserir na agenda, os eventos.
Prosit!
E lembre-se que o chopp não é uma bebida, mas uma medida.
Não se surpreenda se você na Alemanha, pedir "hein Chopp" e o garçom disser: " De cerveja ou de vinho"?

Sempre que nos referimos à cerveja, bier ( O Dado é um predestinada, já nasceu para fabricá-la) o país que nos vem a mente é a Alemanha. Que eu saiba, eles não são per capita os maiores consumidores.
Os tchecos vem em 1º, os belgas em 2º e só em 3º, com medalha de bronze os alemães. Se houver algum erro, me perdoem, mas com o fim da URSS desequilibrou as estatísticas é mais ou menos como a mais bela cidade, cada um diz que é a sua.

Foi em uma visita a Cervejaria Heineken na Holanda (que nem está no pódium) que aprendi que devia incluir o Egito entre os antigos fabricantes, pois na sua entrada há uma placa em hieróglifos, como sendo uma fórmula de fazer cerveja de 4.000 anos de idade.
Portando, sabemos que a cerveja influenciou os egípcios, os índios, os nativos e os monges que a produziam e que provavelmente a loira influenciou as cabeças pensantes do novo e velho mundo.

Ainda na época da revolução americana, cada soldado tinha direito a um litro de cerveja na sua ração diária. Quando as tropas estavam acantonadas em Germantown, os carregamentos de cerveja se atrasaram, preocupando o general George Washington que escreveu à junta militar pedindo providências urgentes para abastecer os soldados da bebida: "... se não pudesse achar cerveja, serve sidra.", diz a nota, isto em 1777.

De lá para cá, a cerveja tornou-se uma bebida tão importante que o consumo está ligado a própria história da nação.
Samuel Adam, cognominado o "Pai da Revolução", defensor dos direitos dos homens, e um dos que assinou a Declaração da Independência, gerenciava uma bem sucedida fábrica de cerveja que herdara do pai e hoje tem o seu nome.

Thomas Jefferson tinha a cerveja em tão alta conta que para melhorá-la, recorreu à Bohemia, pedindo que enviassem alguns mestres cervejeiros para lá.
George Washington era outro ilustre americano que tinha a cerveja como a bebida favorita. Consta que ele possuía até uma receita pessoal que está guardada na biblioteca de Nova York.
Cerveja de boa qualidade na Europa é atribuída ou pelo menos se crê que tenha sido desenvolvida por monges nos conventos E como tipo, qualidade ou grau alcoólico usavam cruzes. Com o passar do tempo, cervejeiros não religiosos foram mudando as cruzes por X e até hoje, quanto mais X mais álcool. Aliás, uma delas se chama FOUR XXXX.

A norma é seguida até hoje, tanto que as cervejas com 1 ou 2 X podem ser vendidas nos super mercados. Cervejas com 3 e 4 X só em lojas com licença especial( que custa uma pequena fortuna)

quarta-feira, outubro 14

Andrea Bocelli na Ilha


A finalidade do Viajando por Viajar não é exatamente a de furos jornalísticos, mas também não há porque ocultar aos nossos leitores um evento que sem dúvida vai agradar aos que passam a semana do fim de ano na Ilha do Desterro.( Acho melhor que a cidade de Florianópolis)
O grande espetáculo com o tenor italiano será em dezembro, na Beira Mar Norte.
Florianópolis será a única cidade da América Latina a receber o show especial de Natal do tenor italiano Andrea Bocelli.
Será no dia 28 de dezembro e terá a participação de um coral de 60 vozes e uma orquestra.
Bocelli é considerado um dos mais importantes tenores da atualidade.
Gravou quatro óperas completas, além de musicas clássicas e populares.
O repertório será do mais recente álbum do tenor, My Christmas, obvio que com temas natalinos.
O secretário de Turismo esteve em Londres para fechar o contrato com a produção do show e na volta falou: " Eventos internacionais divulgam a cidade e todos os eventos de grande visibilidade fazem parte da nossa estratégia de turismo.
Achei ótimo, e provavelmente virão outros.
Antes de se apresentar em Florianópolis, o tenor passará por Glasgow, Londres e Los Angeles.
Quem é Bocelli?
Andrea Bocelli é considerado um dos mais importantes tenores da atualidade.
Cego desde os 12 anos, sofria de um glaucoma congênito, atingido na cabeça quando jogava futebol. Nunca mais enxergou.
Na infância, acompanhado de sua avó, tocava orgão na igreja.
Formou-se em direito, com mestrado e doutorado em Pisa. Trabalhou na profissão, mas acabou deixando deixando o direito. Teve aulas de canto e nunca mais parou.

Chegou Outubro: Viva a cerveja!


Santa Catarina e todo o sul para falar a verdade, já iniciaram sua temporada anual de canecas cheias.
A festa de Blumenau, é a mais tradicional, já está acontecendo, vai até o dia 18 de outubro, com um pé aqui e outro na Alemanha.

Além das grandes cervejarias, há as da minha simpatia, 16 micro cervejarias que com enchente e tudo, mantém as máquinas a mil para que não falte a loira gelada, obsessão de cento e tantos milhões de brasileiros.
Essa paixão não é nova, nem aqui nem em lugar nenhum. Já na época dos descobrimentos, das grandes navegações que saíam em busca de novas terras, era comum os barcos levarem mais cerveja do que água potável nas provisões. Isso pelo simples motivo de que enquanto a água depois de algum tempo se estragava, a cerveja ia amadurecendo e se conservava por longos períodos.

Aqui mesmo, muito antes dos descobridores chegarem, era comum entre os nativos o consumo de uma bebida levemente alcoólica, feita da fermentação de cereais e até de frutas.

Os peruanos, bolivianos e outros povos do altiplano a fazem até hoje com a fórmula inca, a CHICHA. Não tem nem cara nem gosto de cerveja, mas é chamada de cerveja.

Na América do Norte também fabricavam algo parecido antes dos peregrinos chegarem, ou seja, acho que a loura sempre existiu.
Dizem historiadores que na ilha de Manhattan, antes dos peregrinos desembarcarem já havia uma cerveja comercial.

Também no diário de bordo do May Flowers há anotações interessantes. Diz : "Não podíamos perder tempo em mais pesquisas ou considerações; nossos víveres estavam se esgotando, especialmente nossa cerveja."

Portanto, a cerveja influenciou os índios, os nativos e os monges que a produziam com mais qualidade para as cabeças pensantes da época.
Se duvidar leia:

" Não há boa vida onde não há bebida". ( Benjamin Franklin)

" Cerveja é a prova que Deus nos ama e quer que sejamos felizes".( Benjamin Franklin)

" 24 horas no dia, 24 cervejas em uma caixa. Coincidência?" (Stephem Wright)

"Comecei a beber por causa de uma mulher...E nem tive a oportunidade de agradecê-la".( W.C.Fields)

" Um brinde a cerveja, a causa e a solução de todos os problemas da vida".( Homer Simpson)

" Um país não pode ser levado a sério se não tiver ao menos uma própria cerveja e uma companhia aérea, ajuda se tiver um bom time de futebol e algumas armas nucleares." ( Frank Zappa)
'' Me dê uma mulher que ama cerveja e eu conquistarei o mundo!" (Ferdinando Bulgarini D´Elci- pai de um mestre cervejeiro da Ambev)

sexta-feira, outubro 9

A eterna menina- filósofa


Falo de uma ficção que acaba de ter sua estátua inaugurada.
A ficção chama-se Mafalda e o endereço é no bairro de Montserrat, onde vivia o seu criador: Quino.

A figura apresenta um leve sorriso de superioridade e um espaço vazio no banco, que seus muitos fãs tem se ocupado de preencher.

A escultura da irônica menina- filósofa que analisa a conjuntura mundial, desde o seu bairro em Buenos Aires foi instalada há pouco mais de um mês, mas já virou ponto turístico .

A Mafalda tridimensional fica no bairro de Montserrat, o mesmo onde moram a menina e seus amigos, cenário de suas aventuras.
San Telmo, da feira, está logo ali, do outro lado da rua.

A inauguração contou com a presença do cartunista Joaquin Lavado, o Quino, criador da personagem.
Segundo o artista que assina a escultura, a Mafalda sentada no banco foi feita em tamanho real. A idéia é que em breve a obra seja deslocada alguns metros até ficar, definitivamente, na porta do prédio, na Rua Chile 371.

O edifício já tem até uma placa instalada pela prefeitura de Buenos Aires. O sinal indica que ali mora a menina que odeia sopa, ama os Beatles e ganhou status de cult há tempo, mesmo que suas tiras tenham só sido publicadas entre 1964 e 1973.

A localização exata da casa foi um mistério durante décadas.
Só o que se sabia é que a garota era portenha. Mas não contentes só com essa informação, um grupo de jornalistas fanáticos por Quino vasculhou sem trégua os quadrinhos onde realmente viveu a personagem.

Releram as entrevistas dadas por ele e as indicações geográficas encontradas nos desenhos, como a linha de ônibus usada ( a de número 86), as praças e os monumentos retratados nas histórias. Até mesmo a maçaneta do portão, reproduzida por ele em uma tirinha foi conferida. Chegaram assim ao endereço onde o cartunista realmente morou durante os anos 1960.

Quino, sempre reservado não teve outro jeito: acabou confirmando a pesquisa dos jornalistas.
A escultura inaugurada no bairro pode ser considerada também um presente de aniversário. Mafalda está prestes a completar 45 anos- ou 51, se você levar em conta o fato de que a menina- filósofa " já nasceu" no auge questionador de seus 6 aninhos.

quarta-feira, outubro 7

Estrada do inferno...ainda há uma esperança.


Li na Zero Hora que a Prefeitura de Santa Vitória do Palmar e o DNIT começam a tirar da prancheta hoje, dia 7 de outubro as obras para recuperação do cais da cidade. Isto é o que deveríamos ter feito: portos.
Apesar do atraso de mais ou menos 500 anos, fiquei contente.
Alguém deve ter se dado conta que a nossa tentativa de fazer e refazer a estrada do inferno em terreno arenoso ao lado da lagoa é louvável, mas foi e será uma tragédia. Uma tragédia cara, com manutenção incerta.

Não conseguimos fazer boas estradas nem na serra onde o solo é rochoso, imaginem naquela restinga entre a Lagoa e o Atlântico. Ainda mais numa estrada de baixíssimo transito, com caminhões pesados e cargas perecíveis. Não digo que não deva existir uma estrada vicinal, mas transportar por estrada cargas pesadas, havendo uma lagoa ao lado? Chega a ser hilário.

Países ricos como a Noruega e Estados Unidos nunca pensaram em fazê-lo.
Dou um exemplo: a capital do Alasca, Juneau, não tem estradas. Nenhuma estrada, nem lagoas. O único meio de chegar a ela é através da água.
Eles usam ferries e com precisão de trem europeu, nas " internal highways", que é o oceano Pacífico. Então por que " internal'? Porque é uma costa, protegida por inúmeras ilhas e os barcos da cabotagem a usam com extrema eficiência e sem problemas de mau tempo.

Dou um segundo exemplo, até porque já aprendi que tudo o que se faz nos EUA é errado ou criticado, (quase sempre por quem nunca foi até lá) e entram em pânico quando a filha de 15 anos, não quer debutar e sim ir a Disney. Posso até imaginar:Disney não!...O que vão dizer na próxima reunião do Partak?
Onde eu errei?

Portanto aqui vai o outro exemplo mais isento. Noruega, onde a grande maioria das cidades nos fiordes, não tem estradas, nem pensam em fazê-las, é só rocha e os protegidos canais ao lado.
Não é por acaso que o Alfred Nobel, o homem que o instituiu o prêmio Nobel e inventou o dinamite é norueguês. A Noruega é só rocha.

Portanto, se tivéssemos iniciado acertadamente, hoje teríamos um razoável sistema de portos de ambos os lados da lagoa para o trabalho pesado e estadinhas vicinais para a comunicação entre cidades e fazendas.
O sonho até é viável e elogiável para tráfego leve.
Nem me passou pela cabeça comentar sobre as nossas estradas a alguém como você, que lê os jornais.


NOTA

Quem escreve esse comentário é uma pessoa de razoável experiência rodoviária, que fez por 4 vezes a Belém- Brasília antes da inauguração e também a Caravana da Integração Nacional. O Ministro dos Transportes cedeu a estrada em obras para " testes" dos candangos DKW-VEMAG.

Flavio Del Mese, junto com Jorge Lettry, Leshek Billik e Juvenal Terra formaram a equipe, posteriormente condecorada pessoalmente pelo presidente Jucelino, que os chamou de pilotos de circo.

sexta-feira, outubro 2

Voltando a Paris


Um dos nossos leitores teve a gentileza de nos dizer que esperava mais do diretor do filme Paris.
Que a construção que tem os melhores vitrais, não teve o destaque que merecia.
É verdade. A Igreja de Notre Dame só apareceu um pouquinho e de costas, mas o suficiente para a gente lembrar que ela já tinha mais de 200 anos quando o Brasil foi descoberto.

Dali, cruzar a Ponte Saint Louis faz toda a diferença.
Não fosse seguir roteiros escritos com mapa, como do guia Michelin, ou dicas de quem vive em Paris, hesitaria no rumo a tomar ao sair da catedral, e perderíamos a chance de conhecer a Saint Chapelle, um bibelô tipicamente francês, construído em vitrais, e de dois andares.
Que eu saiba a única igreja de dois andares, e construída para um casamento real.
Nem pense em mudar o roteiro e cometer esse pecado turístico.

Depois de visitá-la, dê a volta até os fundos e atravesse a ponte. Na outra margem do Sena, uma nova Paris se revela. Ou melhor, uma Paris em miniatura que até parece cenário, mas é bem original.
É a Ilê Saint Louis, discreta a ponto de não ter muito espaço e nem estação de metrô.
Suas vitrines são charmosas, mas nenhuma de grife. Os bistrôs são bastante intimistas, como devem ser os bistrôs.
A seção guloseimas começa na Cacao et Chocolat. O aroma adocicado atrai qualquer um para dentro da loja, que expõe chocolates como se fossem obras de arte e não termina mais.
A charcuterie quase3 na esquina também é irresistível, e todos os produtos são nacionais, patês, presuntos, salsichas.

A ilhota segue tranquilamente seu ritmo. Dá para percorrer tudo em poucos minutos, mas duvido que você queira passar rapidamente pelo que vê.
Segundo alguns nada se compara ao sorvete do Berthilon. Criado em 1954, quando teve sua fábrica inaugurada e virou instituição. Dezenas de quiosques e bares servem as delícias, mas o bom é ir até lá.

Adoro sorvetes e até prefiro os italianos, mas em viagens não sou de ficar comparando. Desfruto com prazer o que tiver ou onde estiver. Caramelo com gengibre, chocolate com amêndoas, cappuccino, canela...
É só escolher, sentar na mureta sobre o Sena e curtir a belíssima vista das costas da Notre Dame, que o nosso leitor acertadamente queria mais.