quarta-feira, fevereiro 3

Gigantismos nos mares

Estes dias, num almoço, um casal nos contava parte de sua viagem pelo Caribe.
Início e fim em Miami, mas com um gigantismo que custei a acreditar. Ouvindo-os tinha a nítida impressão que navegavam num shopping center.
Recordo-me quando vi pela primeira vez, o colossal Queen Mary, em Palm Beach. Estava com o amigo Mutti, já meio americano, pois mora lá há mais de 30 anos.
Levei um susto. Nunca imaginei que fosse tão grande. Estava ancorado e havia sido transformado em hotel. Tinha e tem 100 m de comprimento.
O Moco (piloto de F1 José Carlos Pace) estava hospedado ali.Fomos visitá-lo e ficamos para jantar.
Pois bem, não há comparação. Hoje os navios chegam a 300m e devem ser esplendidos. Só que imagino que quando ancoram numa pequena ilha, poluem com sua presença a ilha toda, lotando o super, as lojinhas e a sorveteria. Imaginem um naviozão assim em Fernando de Noronha? A impressão que deve dar é que a vilazinha ancorou no transatlântico e não o contrário.
A verdade é que os estaleiros não param e o gigantismo continua a mil. Os tamanhos são aumentados a cada ano.
Li que um dos que virá a nossa costa neste verão tem 300m ou seja duas vezes mais que o Quenn Mary que tanto me impressionou com seu tamanho e seus 5/6 andares.
Uma grande conquista dos engenheiros navais sem dúvida, mas que, significa um revés indiscutível para o glamour da navegação.
Suponho que os passageiros fiquem cada dia mais afastados dos mares.
Dos vinte andares desses navios, o oceano lá embaixo, é quase uma abstração.
Os andares são plataformas com ruas, shoppings e várias opções de lazer que nem importa se estão de fato navegando.
Não há ruídos, não há marolas e é provável que do jeito que vai, vão precisar de navios menores para levar os passageiros do navio ao cais, e aí as pessoas vão redescobrir o prazer de navegar.

PS: Ante este gigantismo todo, tenho até vergonha de dizer que desci o Rio Nilo, de Assuan ao Cairo, em uma feluca.
Feluca são aqueles " ceboleiros" de madeira com um vela triangular, sem motor, sem deck, sem luzes de navegação, sem fogão, mas que carregava 6 pessoas cheias de entusiasmo.
Levamos 10 maravilhosos dias...e noites, sob o comando do meu oculista, o Dr. e Mestre João Borges Fortes.
Mas aí é outra estória !



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