terça-feira, março 2

Morte em Havana

Sou um blogueiro analógico e também por isto algumas postagens saem com atraso.
No caso mais recente, um homem morre de inanição na cadeia em pleno século XXI, e se dá pouca importância.
Um homem preso por idéias, preso por pensar de forma diferente.
Ao contrário do italiano Battisti, Orlando Zapata não cometeu crime algum, não participou de roubo, seqüestro ou motim.
Não houve sangue. Foram suas idéias, diferentes das de seus algozes que o tornaram culpado a uma pena de 56 anos de prisão, (depois reduzidos a 25).
Portanto, acho que o dia 25 p.p, não é um dia de luto para a família Zapata, mas para toda a humanidade.
Sabemos que pessoas eram jogadas e esquecidas em masmorras na Idade Média.
Hoje, em 2010, isto é inacreditável, com um detalhe: essa morte não ocorreu no ardor revolucionário, quando com freqüência são cometidos desatinos.
Isto acontece 51 anos após a tomada do poder, após o sacrifício de duas gerações, e até hoje, a ilha não consegue prover o seu sustento.
Importa 80% do que consome, e a culpa é dos outros... dos EUA, claro.
Seria bom dizer a eles que os italianos e alemães chegaram aqui só com enxadas.
Não me lembro de outro exemplo de tamanha incompetência produtiva e os chefes fanfarrões da América Latina, ainda vão lá pedir a benção.
Jamais algum dos que freqüentam a Ilha, comentou sobre direitos humanos.
O que disseram as autoridades? Disseram que o morto havia causado problemas... e provavelmente para que não houvessem mais problemas...
Antes do enterro prenderam mais 100 pessoas.
Quem carregou o caixão foram policiais.
A família assistiu de longe.

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