quinta-feira, dezembro 31

E o fim do ano chegou!

Termino o ano com uma nova atividade. Confesso que nunca pensei em ter um blog e se ele existe, devo a devotada Silvia, minha assistente, a quem agradeço.
Tenho quilometragem, mas nunca me havia ocorrido escrever para um público que não vejo e em um área que não domino. Mas estou gostando, ativa as lembranças da gente.
Tenho escrito sobre países e cidades, mas nada disso é definitivo
Procuro ser honesto, e daí? Numa próxima viagem posso mudar.
Um encontro agradável, uma estação diferente, primavera em vez de outono, e tudo pode mudar.
O que vale mesmo é a sua experiência, de você que lê, o seu gosto e sua opinião, e como diz o Parker...bom vinho? É o que você gosta, nada mais simples.
Tenho muito a ver com pessoas que viajam, mas minhas crônicas não pretendem ser um guia de viagem. Podem até ser úteis, mas sem a pretensão de que sejam a verdade.
Até porque nem eu, nem ninguém sabemos da verdade absoluta. Quer um exemplo?
Viajando (e aqui também), gostamos dos camelódromos, dos tax free do aeroporto e da Padre Chagas.
O prazer está na busca e adaptação ao nosso bolso, do nosso lado rico e perdulário as vezes, e outras vezes o lado pobre e sovina, quando aflora a lembrança de que ganhamos em reais.
Estou muito contente com o número e a qualidade dos leitores que temos. Achamos que a nossa qualidade melhorou e do início até hoje só retiramos os "seguidores" do blog, porque eu vejo isso mais como definição religiosa.
Fiquei em dúvida, ou os tirava ou deveria trocar "seguidores" por "aproveitadores", pois quando clicava em algum nome, até por curiosidade, para ver o perfil de quem nos lê, ficava sabendo de estórias falsas e uma ideologia que não deu certo em lugar nenhum. Usam os blogs alheios, mais ou menos como o Shupin ( ou xupin) que põe os seus ovos em ninhos alheios e fazem isso em todos os blogs que ficam sabendo. É uma forma de divulgar a sua ideologia, que como disse, até hoje não deu certo em lugar nenhum.
Portanto, se quiserem enviar algo, usem o meu email, delmese@ terra.com.br ou deixem seus comentários, que lerei antes de publicar.
Será que isso é censura? Acho que sim, mas fico em dúvida.
É a mesma que o STF usou para que o Jornal Estado de São Paulo não publicasse nada das aventuras econômicas do Sarney Filho, embora a Constituição, diga que aqui não há censura. Até ontem eram só142 dias
Ainda bem!

quarta-feira, dezembro 30

Ano Novo no Rio de Janeiro


Os fogos de Copacabana dispensam explicações e até mesmo fotos.

Todos os anos mais de 2 milhões de pessoas vão a praia pular as sete ondas.

Na virada de 2000 para 2001 também fui.

Mas os fogos chineses, após uma explosão no Posto 4, bem próximo de onde eu estava, acabou com a vida de três pessoas.

Ninguém viu mais nada.

Após a primeira saraivada a fumaça cobriu tudo por bastante tempo. Só no ano seguinte começaram a ser em barcaças.

Esse ano novamente as balsas estarão no mar e em maior número.
Palcos estarão armados e se tudo der certo, como se espera, veremos quem terá mais poder de fogo: a cidade ou os traficantes nos morros.

terça-feira, dezembro 29

Ano Novo em Sydney


Com nossas descrições de fim de ano, estamos chegando a um país jovem e festeiro.
Se iniciou com 700.000 condenados, que convenhamos foram muito mais eficientes que os 25.000 parasitas que chegaram ao Brasil, acompanhando a família real portuguesa, que não chamo nem chamarei de "nossa".

É na área da Harbour Bridge que se concentram as comemorações, pela sua localização.
Sydney, pela sua localização de ser a capital mais próxima ao meridiano de Greenwich, é a primeira a receber o ano novo.
Nos espetáculos, os fogos de artifício explodem ao ritmo de uma trilha sonora que abrange toda a área. O bairro é "the rocks" que é a ponta toda onde está a ponte, que fica iluminada.
Quando você olha para o lado, vê a famosa Opera House como que flutuando sobre a água.

Veleiros decorados com luzes coloridas ficam desfilando sob a famosa ponte.

Como em todos os lugares, o maior show ocorre à meia-noite. Os fogos produzem um espetáculo para mais de 1,5 milhões de pessoas.

Para conseguir um bom lugar é preciso chegar cedo. Todos os habitantes de Sydney vão para lá, assim como os moradores das cidades próximas.
A cidade é festiva, segura e o clima é bom.
Não tem renas voadoras, mas nada é perfeito.

segunda-feira, dezembro 28

Ano Novo em Nova York


O tempo é uma incógnita, mesmo para o excelente serviço de previsão do tempo de lá.

Pode ter 6 graus acima como quando eu fui em 1999 ou 20 graus abaixo de zero, como no ano seguinte, quando foi o Alemão Octávio.

Pelo sim, pelo não, vista um casaco, gorro, luvas e um bom sapato. Sapato adequado para o clima é fundamental.
Siga para Times Square, o ponto de encontro tradicional dos nova-iorquinos em 31 de dezembro.

A famosa esfera do New Year´s Eve começa a descer do alto do mastro, seguindo a contagem regressiva, sob os olhos atentos de mais de 1 milhão de pessoas.

Shows animam a multidão, mas deixe o champagne em casa ou no hotel. Beber em público é proibido e os policiais confiscam as garrafas. Latas em saquinhos pode, sem saquinhos não.

Há muitos policiais, mas muito bem escolhidos. Eles são os mais alegres. Cantam e dançam, são tão alegres como os festeiros, mas sem perder a postura de policiais.

quarta-feira, dezembro 23

Feliz Natal



Caro leitor:
Obrigado por acessar esse blog. Hoje repasso um texto que guardei no ano passado ou retrasado.
Gostei dele, não sei quem o escreveu, nem de onde.
Espero que com as bênçãos do Natal, o autor me absolva.

Todo ano, quando chega o Natal, a ordem é comer bastante, beber desde o aperitivo até o digestivo, com todos os intermediários, mastigar nozes e amêndoas colocando à prova caninos e molares, que também serão desafiados por vários tipos de torrões, todo tipo de pão doce.
Ah! E os panetones, quase ia me esquecendo, os deliciosos panetones.
Depois, abrir os presentes e comprovar a quantidade de coisas que terá que se trocar; discutir com parte da família que só se encontra em aniversários e velórios.
Se for ao ar livre é quase certo que o calor será interrompido por alguma chuva forte com raios e trovões, que nos obrigam a correr para dentro.
Não, não nos esqueçamos dos foguetes, com explosões dignas de um bombardeio iraquiano. Não deixemos de fora a mobilização até a casa da mãe ou da sogra, que sempre fica no quinto dos infernos. Temos que nos cuidar com a ida, e principalmente com a volta, dos intrépidos e suas máquinas voadoras que retornam para casa com a cuca cheia de bebidas alcoólicas.
A estas delícias deveremos somar a um provável discurso do Presidente em cadeia oficial, que nos diz que todos somos brasileiros iguais ( menos o Sarney) e que a casa segue em ordem, que estamos quase no primeiro mundo, que as nossas falhas do passado estão sendo reparadas, e que o Brasil está se tornando um país seguro.

Depois da fala não resta mais do que ouvir a alguma gargalhada, tirar da cadeia oficial e seguir abrindo os DVD’s presenteados.
Para estar ao tom com o peru de Natal, só falta alguém dizendo “Merry Christmas”, claro que nada de raviólis, espaguetes ou até algum nostálgico colocará a Noite Feliz de Bing Crosby.
No dia seguinte teremos que lamentar dos queimados, feridos de bala, faca e dos roubos de casas cujos donos estão a caminho das praias.
E também, graças à criança que nasceu em Belém, haverá gente civilizada e inteligente que, mais rica ou mais pobre, com vinho ou com água, em um grande apartamento ou em uma pequena chácara, olhará com amor o que tem: as suas pessoas queridas, e pensará: "Queira a Deus que o próximo Natal seja igual a este!”.
Feliz Natal!

terça-feira, dezembro 22

Natal em Paris



Nessa época, a Cidade Luz fica ainda mais resplandecente e animada, apesar do clima frio.
Turistas e moradores saem às ruas para compras habituais e mais as natalinas. O número de pessoas na rua aumenta e se houver um solzinho, todos os bancos se enchem de idosos, pois sol em dezembro é coisa rara.

As Galerias Lafayette, Printemps e Le Bon Marché, também capricham na decoração e as lojinhas do Marais nem se fala.

Outras opções são os mercados de produtos natalinos, artesanato e gastronomia. Eles costumam se espalhar pela cidade, inclusive nas estações de trem, galerias e claro sob as arcadas da Place de Voges.
Se você não lembra, é onde mora o tio Hugo, Vitor era seu primeiro nome.

A meu ver é bonito, mas não há alegria coletiva. É uma festa familiar, onde há boa bebida, ótima comida, mas sem a explosão popular e alegria contagiante.

Em todo caso, sozinha, a iluminação da Avenida Champs Elysèes já é motivo suficiente para passar um Natal em Paris.

Natal em Roma



Como em qualquer cidade ocidental, Roma se enche de opções nas semanas que antecedem a data. Há a árvore gigante diante do Coliseu, e uma outra na Basílica de São Pedro, bem como a decoração das ruas e o colorido das vitrines. Mas quando se aproxima da meia noite as ruas começam a se esvaziar. Vão todos jantar com a "mama", comer além de bacalhau ( stocafisso para os puristas do idioma) abrir espumantes, panetones e os presentes.

Se você está sozinho, a sua tristeza aumenta, a maioria dos bares fecham e você sente falta de sua cidade, com todas as limitações que possa a ter, mas sua.
Precisamos entender que na Europa, e na Itália especialmente o Natal é uma festa familiar. Não tem a grandiosidade que lhe atribuímos.

Sou filho de italianos e graças a isistência de meu pai, sou fluente no idioma,o que por si só facilita tudo, mas mesmo assim achei o Natal romano muito sem graça.

Se você escolher Roma, não deixe de visitar os mercados natalinos, principalmente os da Piazza Navona, e do Trastevere, com lojinhas de artesanatos e performances de artistas de rua.

Se você for católico-romano, você está bastante próximo ou pelo menos na região do Vaticano, vá até lá. Não sei qual será a comemoração do dia, mas só ver a Colunata do Bernini toda iluminada, já vale a pena.

sexta-feira, dezembro 18

Paris é uma festa

Hemingway sabia das coisas e disse:" Paris é uma festa". Só que esqueceu de dizer, que para qualquer festa, é preciso convite, e nem sempre os estrangeiros o tem. Mas, para ler sobre ela, não precisa convite...e os que derem uma olhadinha no Viajando a partir de segunda feira até o final do ano, poderão saber algo sobre algumas festas das grandes cidades.
Cidades que povoaram os nossos sonhos de criançinha, e começaremos por Paris, o Natal em Paris.

quinta-feira, dezembro 17

Natal na Finlândia



Não sei se os aficcionados do Papai Noel aderiram aos emails, mas cartas e mais cartas chegam todos os anos à Finlândia, país onde ele vive.
Pacotes e mais pacotes com correspondências ficam ali a mostra, e a espera de resposta, que sempre é enviada.
Além disso, se você estiver nesse país em qualquer mês do ano, compra um presente, empacota, faz carta, bilhete ou põe a sua foto com o Papai Noel. O correio só enviará em dezembro, para que chegue perto do Natal.
Segundo seus habitantes, Papai Noel mora em uma região chamada Rovaniemi, que fica logo acima do círculo polar Ártico.
O Natal é uma das festas mais importantes da Escandinávia, porque marca o ponto de inflexão do ano, o começo da vitória da luz sobre as trevas. Para a sua comemoração, inúmeras associações se reúnem com o propósito de preparar quermesses e adornos.
Estes saraus são conhecidos como "Pequeno Natal" e são as primeiras festas da época. No domingo anterior a 25 de dezembro se decora a árvore, muitos incluem fileiras de bandeiras de diferentes países como símbolo de amizade entre os povos.
No dia 26, dia de São Estevão, também é feriado e a tradição determina um passeio em trenó. A perfeita combinação de neve e charrete de madeira, consegue dar a este país uma atmosfera de conto de Natal, além disto, quem puxa as charretes são renas jovens que ainda não aprenderam a voar, mas levam em seu pescoço aquele colar de sininhos.
É irresistível.
Quem faz isso magistralmente aqui na zona sul é a loja das Deusas, (são duas). Ambas, Anna Maria.
O endereço não sei, mas o telefone é 3248 53 71.
Preparam artesanalmente os adornos para a ocasião. Eu costumo ir todos os anos, assim como os amigos e acho que todo o bairro.
Mesmo assim, suas renas também não voam, mas não chega a ser frustante.
A compensação é preenchida pelo Golden Retriever da família, Maneco, festeiro como todos e vestido de vermelho.

terça-feira, dezembro 15

Papai Noel


Se você é um dos que acredita que o Papai Noel vai descer pela sua chaminé na noite de Natal, não abra o livro de viagem de Jeremy Seal denominado: Santa Claus, uma Vida

Não que Seal seja um desmancha prazer, mas saiba que, inicialmente, o escritor inglês embarcou suas duas filhas para o Reino de Santa Claus, uma vasta e inóspita caverna perto de Birmingham na Inglaterra.

No ano seguinte mudou o roteiro, e foram para a Lapônia. Neste meio tempo, Seal passou a admirar o próprio Santa Claus. Passou a estudar sua história e percorreu o caminho do bispo Bizantino Saint Nicholas ao longo de 17 séculos de Cristianismo

Nascido em Myra (hoje Demre) no sudeste da Turquia em 280 D.C., Nick (diminutivo de Nicholas) foi santificado por conceder uma graça a um indivíduo necessitado, e foi nomeado o guardião dos marinheiros. Depois, muito tempo depois, seus ossos foram transladados por ladrões italianos para o porto de Bari em 1087. A história não diz porque, mas prisioneiros, prostitutas, e políticos adotaram-no como patrono.

Em pouco tempo, todas as cidades cristãs queriam um pedaço de seus despojos, e caçadores de relíquias forneciam partes da roupa, do caixão, dedos, cabelos e dentes, dentes, aliás, ele devia ter uns uns 500 – todos verdadeiros, é claro para os quais se construíram igrejas, basílicas e oratórios.

Devia ser bem velhinho quando alcançou Amsterdã por volta de 1300 e eventualmente transformou-se num bom homem que fornecia doces para crianças, como mostra um cartão postal de 1907.
Foram imigrantes holandeses que o levaram para a América no século 19, e foi em Nova York que publicitários e escritores transformaram o austero bispo no gordo, divertido e então fumador de cachimbo, em Santa Claus.

Acreditando nele ou não, convenhamos, Papai Noel fez por merecer o seu lugar na história, e foi também mérito de Habdon Sundblon , que desenhou para a Coca Cola a figura simpática e querida que conhecemos hoje.
Não creio, que com austera figura de bispo ortodoxo teria ido tão longe, e que, além disto, demonstrou uma habilidade extraordinária como adestrador: ensinou renas a voarem.

segunda-feira, dezembro 14

" Está pretiando o olho da gateada"

É o que dizem os gaúchos de verdade, quando as coisas começam a complicar.
Me refiro aos membros do Conselho Internacional de Energia Atômica, que andam preocupados com o número de instalações secretas, capazes de produzir urânio enriquecido muito acima do necessário para gerar energia elétrica.
Diz o nosso Iluminado que devemos ter mais paciência com o Irã. Nós gaúchos e brasileiros, sabemos bem.
Provavelmente, quer que tenhamos com o presidente Ahmadinejad, a mesma paciência que no passado tivemos com Solano Lopes.
Durante anos e anos, fomos avisados que ele estava se armando, se armando e treinando soldados, mas que deveríamos ter paciência...mais paciência...
Até que um dia o conflito eclodiu e se não fosse a Tríplice Aliança (Uruguai, Argentina e Brasil)dificilmente teríamos ganho.
Perdemos muitos brasileiros e os paraguaios perderam quase todos os homens saudáveis com mais de 15 anos.
Poderia se dizer que perderam gerações de combatentes.
Mas com o Ahmadinejad... devemos ter paciência.
Aliás, com o falastrão da Venezuela também. Melhor ainda: o queremos no MERCOSUL como se sem ele, o MERCOSUL já não tivesse problemas suficientes.

Honduras

Tenho visto na TV a encrenca que o Itamarati do B. nos presenteou em Honduras.
Sempre soube que não se pode esperar muito de um país que se chama Funduras.
Abismos, quem sabe, mas a verdade é que suas instituições aparentemente frágeis, deram a volta por cima, e sem alarde livraram o país de mais um futuro ditador, que é tudo o que a "Nuestra América" não precisa.
Foram hábeis os hondurenhos também em inverter a situação e transformá-lo em um "exilado voluntário", pois voltou ao país por vontade própria e agora é um prisioneiro.
Antes, se fazia de vítima, e usava "nossa "sacada para discursos, violando todas as leis de exílio. Agora, com a viola em baixo do braço, quer ir para o esquecimento, mas não pode, pois não tem salvo conduto.
Perdeu a Stetson Cowboys hat o seu garoto propaganda para nós. Além do mico, sobrou mais uma derrota, a 8ª consecutiva e quem sabe algo ainda pior: ele querer vir para cá.

sexta-feira, dezembro 11

Onde ir no Natal


Um leitor do blog me enviou um email, e me cobra por ter vendido o Studio. Depois de alguns imerecidos elogios, me faz uma pergunta de difícil resposta.
O mundo é grande, as opções são finitas, o dólar está em baixa, mas diga-me, aonde ir nesse Natal?

De vazão aos seus sonhos. Há muitos lugares belíssimos e com clima de Natal, mas o importante é no que você e sua amada estão pensando.

Me pergunta também, onde "eu" gostaria de passar o Natal?
Também é difícil. Natal é uma festa familiar e eu não tenho família. Provavelmente, o melhor Natal é onde os teus queridos estão, ou quem sabe...escolha um lugar bem longe, onde eles não possam ir.
Para mim é uma festa triste, sou filho único e meus pais já faleceram.

Pelo teu sobrenome, penso que os teus devaneios podem te levar a uma vila na Alemanha. Se falas alemão, ótimo, caso contrário, pense duas vezes.
Alguma cidadezinha do Piemonte quem sabe, com um metro de neve, e um idioma mais próximo ao nosso.
Tem também Rovaniemi nordeste da Finlândia, com renas de verdade puxando trenós de verdade ou até mesmo para Place de la Concorde olhar a subida da Champs Elisée toda iluminada e tomando champagne nacional. ( temos que aceitar a crise)

Já fiz isso, é mais poesia que beleza. É algo que tem a ver com os nossos sonhos. Não vou dizer que não gostei, mas quem entende mesmo de Natal são os norte americanos. Você é envolvido pela atmosfera do lugar, pelas músicas, pela decoração urbana, pelas liquidações e por todas as casas com seus jardins iluminados, falei todas as casas.

Deves estar achando que sou mais um idiota americanófilo. Idiota quem sabe, americanofílo acho que não. Me sinto melhor, muito mais em casa, na Europa, do que nos Estados Unidos.
Mas voltando ao Natal e a sua pergunta.
Se alguém me oferecesse uma passagem, um free ticket, eu iria a Las Vegas.
É o único lugar que se pode viver uma fantasia completa.
Você pode tomar o café da manhã em Paris, almoçar no Cairo, tomar o chá das 5 em Londres e navegar ao entardecer, num autêntica gôndola veneziana, vendo o sol se por no deserto.

Você pode estar pensando...
Las Vegas? Mas em Las Vegas é tudo artificial, tudo fake?
E eu pergunto? Por acaso o Papai Noel é verdadeiro?


quarta-feira, dezembro 9

Natal: uma festa universal


O Natal é essencialmente uma festa europeia, e deve ter levado séculos até atravessar o Atlântico. Uma vez nos EUA foi rápido. Tudo o que faz sucesso ali, se dissemina pelo mundo.
Hoje já é comemorado até na Ásia.
Nessa data, por exemplo, as vitrines do Japão, Tailândia, Hong Kong, estão quase iguais as nossas, com as mesmas cores, o mesmo velhinho de barba branca, fazendo Ho! Ho! Ho! Ho! Como os dos nossos xopis.
Não me pergunte o que tem a ver Santa Claus com taoísmo, budismo e as religiões animistas da região.
O mundo hoje é rápido e da mesma forma que importamos "sushis, sachimis, shapecos e shancheres", eles aderiram a uma extraordinária máquina de vendas: o bom velhinho.
Será que no futuro as festas serão iguais no mundo inteiro?
Sei lá, mas é muito provável.
Tirando as festas religiosas, acho que vamos para este caminho.
O Halloween já chegou e o Valentine´s Day já está começando.
O dia das mães é a segunda melhor data em vendas e inicialmente não tinha nada a ver com mãe. Na Alemanha, a data surgiu com um sujeito com nome parecido com mãe em alemão, que uma vez por ano fazia um festão na aldeia e distribuía presentes aos aldeões. Com sua morte passaram a fazer um feriado, que era o dia do Mutter. Acabou se impondo, e depois com a imigração, acabou passando para mother.
Hoje ele faz a alegria das mães e do consumo.
E ainda falta chegar o red- nose-day! É divertido também, mas não sou eu que vai estragar sua surpresa

terça-feira, dezembro 8

Nossa terra tem palmeiras



Se você tem acesso à revista Veja, (dessa semana) e gosta de plantas, de uma olhada na página 178.
Aparecem floridas no Rio de Janeiro, em uma boa foto, palmeiras que florescem de 80 em 80 anos.
Portanto, não é muito provável que você veja outras floridas.
Ficam no Aterro do Flamengo, onde existem várias plantadas por Burle Marx, que as trouxe do Sri Lanka. Coincidem com a data que o paisagista faria 100 anos. Seria coincidência ou homenagem?
Não custa repetir uma frase sua, que me foi lembrada pelo meu amigo " Alemão" Octavio, cantor que animava os nossos bailes da Reitoria.
Diz o Octávio que a frase dita pelo paisagista, segue a idéia que tive sobre o plantar mais plátanos na Br116.
Veja:
" Alguém as plantou para que eu as visse, portanto, as estou plantando, para que no futuro alguém as veja".
Obrigado Alemão

quinta-feira, dezembro 3




O meu destino era Flores da Cunha.
Optei pela BR116, e mais ou menos, na metade do trecho, fui tomado pela explosão de cores. Mesmo com chuva, se viam alguns raios de sol que conseguiam furar o bloqueio de nuvens.

Ainda estamos na primavera, portanto é natural que as flores espouquem com intensidade.
Mas com o clima das última semanas, arrisco a dizer que as chuvas fortes que tem se encontrado com o calor, devem ter contribuído para o exagero.

O contraste do sol fervendo e o céu com nuvens pesadas deve ter provocado o contraste, desses que atordoam a vista de gente, acostumada a passar por lá tantas vezes que não repara mais em nada.
E até o fim do sobe e desce percebi que o espetáculo se estendia para outras espécies, outras plantas cujo nome desconheço mas que enchiam de graça as laterais da estrada.

O céu parecia de santinho. Quando coincidia um raio de sol sobre os plátanos amarelados, era realmente algo que só os deuses do Olimpo podiam proporcionar.

Mas há um se não. Se ficam tão bonitos, por que não plantamos mais plátanos? Os que existem foram plantados com certeza por alguma família de loirinhos, uns 30 ou 40 anos atrás. Não os plantaram para eles, mas para pessoas que como nós, ali passaríamos 30/40/50 anos depois.

E nós? Estamos fazendo a nossa parte? Plantamos mais alguns?
Essa é uma dádiva que nem o mais corrupto dos políticos de Brasília( Jornal de 30 de novembro) pode nos afanar, malufar, arrudar, mensalar e outros verbos que o Aurélio só vai publicar em edições futuras.

Voltando aos plátanos.
Se quisermos colaborar com os futuros passantes, e já que quem devia fazer, não o faz, quem sabe plantamos nós mesmos plátanos comuns ou os canadenses, os maples.

Fiz isso no Villa Borghese e nos dão muito prazer. Ficam alaranjados, depois vermelhos, roxos e caem, como para dizer que o inverno chegou.

terça-feira, dezembro 1

Miragens fantásticas e camelos verdadeiros

* "Estamos construindo todas essas ilhas que você vê, mas se o nível do mar subir afunda tudo..." disse numa entrevista um Emir.

*Pergunto à moça filipina do balcão se ela gosta do lugar. "Gosto", diz ela, inicialmente. " Pois eu detesto"... diz o interlocutor.
Ela concorda e desabafa: " Demorei alguns meses para perceber que tudo aqui é falso. Tudo. As palmeiras são falsas, os contratos de trabalho são falsos, as ilhas são falsas, os sorrisos são falsos...
Dubai é como uma miragem. Você acha que avistou água, mas quando chega perto vê que é só areia.

Dou esses exemplos, pois não sei como responder sobre um lugar que nunca estive, e provavelmente não irei.
Um casal me perguntou se vale à pena ir aos Emirados Árabes, Dubai, etc...
É muito pessoal. Se você já foi a muitos outros lugares, quem sabe vale a pena.
Se você for arquiteto, poderá ver um conjunto de projetos assinados por gente tão famosa que não verá em nenhum outro lugar.
Se você for do ramo imobiliário, você mesmo decide. Você sabe que é fácil ser um crítico de obras prontas.
Se você quer dizer a seus amigos que você se antecipou em ver o futuro, ótimo.
Mas não verá ninguém nas ruas. O calor é grande e as distancias enormes.
Uma ressalva, os dólares são seus e você faz com eles o que quiser.
Eu prefiro lugares com alma, em que o bar tender seja o mesmo a anos e o sanduíche já tenha sido aprovado por duas ou três gerações.
Pessoalmente, espero que os emires construtores estejam certos.
A região tem sol 365 dias por ano e os europeus adoram sol.
Espero também que os substitutos do petróleo levem um pouco mais de tempo a chegarem nas bombas, dando-lhe mais tempo pra fecharem o ciclo e terem clientes, lucro, senão os viajantes do futuro irão até lá como vamos a Petra, Ankor-Vat ou as Pirâmides hoje...com idéias arqueológicas.
Ali tudo é falso...tão falso como a Fórmula 1 no deserto, e falso por falso, prefiro Las Vegas, mesmo que o crupiê seja chinês e o uisque seja Santori.