Recentemente, com um casal de amigos europeus, percorri a cidade.
Gostaram do hotel e dos shoppings (não fui eu que os levei).
Comeram bem, tomaram vinhos nossos que os surpreenderam, adoraram a serra alemã e ficaram impressionados com a região dos vinhateiros, a industrialização (ele é industrial) de Carlos Barbosa, Bento Gonçalves, Caxias e Flores da Cunha.
O roteiro urbano que fiz é o que nós todos sempre fazemos com forasteiros.
O único problema foi ...o que dizer ao não parar para fotos no morro da TV? Iríamos perder o por do sol, etc... em algumas situações tive dificuldades em arranjar desculpas.
Até me surpreendi com minhas qualidades de guia.
Meu único erro, pelo menos que assumo, foi levá-los, mesmo que de automóvel para a beira do Guaíba.
O horário foi mais ou menos calculado. Ao chegar lá, porém, não os impressionou o cantado por do sol, mas o descuido da nossa orla.
Lixo em quantidade, mato crescendo, árvores tombadas (literalmente), moradores de rua com barracas, galhos caídos e plásticos em quantidade.
Carroceiros recolhendo lixo e revirando as lixeiras de uma casa atrás da outra e deixando o que não lhe interessa espalhado na calçada.
A impressão que ficou? Não sei. Gente educada...não contam exatamente o que vai na sua cabeça.
Mas a meu ver a impressão deve ter sido essa: o que é privado é cuidado, o que é estatal, municipal ou coletivo é bom nem comentar.
Nunca foi melhor ou pior.
O Brasil é assim. Achamos que ser limpos é tomar banho diário etc...
Dizemos até que o saudável hábito foi assimilado dos índios, nos trópicos, etc...Deve ser verdade, até alguns anos atrás, achar um banheiro confortável em hotéis médios na Europa, era uma tarefa para o Sherlock Holmes ou seu amigo Watson.
Da forma que agimos os prefeitos vão ter que colocar um gari ao lado de cada cidadão. Eles tem culpa pela grama não aparada e ervas de tamanho amazônico, agora, pela sujeira, temos que assumir, a culpa é nossa.
Restringir limpeza, a higiene pessoal é fechar os olhos.
sexta-feira, fevereiro 26
City tour em Porto Alegre
terça-feira, fevereiro 23
Gigantes flutuantes
Cada vez que alguém me conta sobre um cruzeiro marítimo, tenho vontade de beliscá-lo só para ver se não está sonhando.
Em seguida, me convenço que ele não está. Eu é que estou custando a me convencer que aquilo tudo existe.
Fiz duas viagens de volta da Europa de navio. Gostei, mas na época um barco era um barco. Claro que tinha comida, restaurante e piscina. Se dançava no bar e era tudo divertido, mas como disse, um barco era um barco.
Hoje são shoppings centers, com cassino, academias de ginástica e cinemas. Parece um sonho da classe operária chegando ao paraíso (como no filme).
Os gigantes do futuro, já não terão apenas ruas, mas rodovias, taxis, até lotações, para que se visite algum outro passageiro.
Os passageiros poderão alugar carros e viajar por estradas cênicas que circundarão campos de golfe, vinhedos e montanhas artificiais.
Em alguns desses navios, será possível praticar esqui alpino, com neve de verdade. Não há limites para esse crescimento, a não ser o próprio limite dos mares.
Como otimista que sou, imagino que até lá, os projetistas navais terão desenvolvido a idéia de criar enseadas, praias e até mesmo portos, encaixados em algum andar da embarcação, sem ter que descer em ilhas subdesenvolvidas.
Já vi praias, praia de verdade com areia, água, ondas, guarda sóis etc...num shopping no Canadá, acho que em Edmonton( dizem também que é o maior shopping do mundo, e deve ser).
Portanto, não vejo porque não ter tudo isso embarcado, sem a chatice de descer em ilhas, e ser recebido com bandas de calypso, dançarinos, dezenas de taxistas querendo levá-lo em um tour pela ilha, e claro que parando na lojinha de um primo, que faz desconto especial.
A opinião não é minha, que nunca fiz um cruzeiro, mas da minha mãe que nos seus últimos anos embarcava em Montevideo com ida e volta, ou seja, um cruzeiro na ida e o mesmo na volta, sem ter que descer do navio, sem arrumar mala, trocar cabine. Com quase 90 anos e fluente em italiano, era tratada como uma rainha. Só viajava em navios italianos.
Como disse antes, ainda não fiz, mas está nos meus planos, para quando as malas começarem a pesar demasiado.
sexta-feira, fevereiro 19
Montevideo na medida para o fim de semana
A cidade leva pelo menos uma vantagem indiscutível: é compacta, ou seja, cabe direitinho numa viagem de fim de semana.
Quarenta e oito horas na cidade são suficientes para você descobrir muitas qualidades.
O táxi em Montevidéu funciona com tabela, mas é barato. Corrida entre Pocitos e o centro sai em torno de 100 pesos ( 9 reais).
No sábado, chegue antes do meio dia na Cidade Velha (Ciudad Vieja), para pegar o comércio funcionando.
Tente se encaixar numa das visitas guiadas ao Teatro Solís, inaugurado em 1856 e restaurado há pouco tempo.
Do teatro vá até o Mercado Del Puerto, um mercadão transformado em lugar divertido para comer um assado.
Consiga um lugar ao balcão. Peça uma cerveja Patrícia ou um médio y médio, espumante misturado com vinho branco, e assista ao espetáculo do assador preparando as carnes na grelha inclinada: cada corte no seu devido lugar.
Domingo é dia da feira da calle Tristan Narvaja, onde se vende de verduras a antiguidades. A maior atração, porém, são os clientes, que conseguem fazer suas compras sem largar o mate.
Sua última parrila pode ser no balcão da Pulperia, em Punta Carretas, perto do belo monumento, um lugar que não costuma ver turistas.
quinta-feira, fevereiro 18
E agora, quem tem razão?
Está difícil de entender. Alguns recomendam que só se coma vegetais tipo, pepinos, rabanetes e arroz integral.
Até pouco tempo davam as vacas, boa parte da culpa pelo aquecimento global.
Agora leio na revista TIME que se vaquinhas e boizinhos forem alimentados com capim, eles podem ter um papel importante na reversão do aquecimento global.
Portanto, salve o planeta: coma mais carne, deve ser a nova ordem.
Quem diz isto é Eliot Coleman, que escreveu a bíblia da fazenda orgânica: The new organic grower e Bárbara Damrosh, a colunista verde do Washington Post. E agora? O que fazer?
Remar contra ou a favor da maré?
Como deixar de acreditar em dois "experts" do assunto?
Portanto, por enquanto continue indo a sua churrascaria sem culpa. O pessoal de Nova Bréscia é inocente até prova em contrário.
Já temos a estória da manteiga ou margarina, ovo sim, ovo não?
Por outro lado, leio que as regiões da Somália, Quenia, que sabemos serem infestadas de piratas e assim evitadas por barcos de pesca, fez com que um enorme número de espécies estejam voltando em grandes cardumes.
São as ironias do mundo de hoje, e quem sabe em breve veremos: Junte-se a pirataria e salve os cardumes em extinção.
Quando o cientista inglês James Lovelock desenvolveu a teoria de Gaia, defendeu a idéia que a terra seria uma grande bola pensante e que se auto protegeria com todas as formas de vida existentes.
Acredito e espero que ela se salve e que nós humanos entremos no pacote, sejam quais forem os resultados da segunda reunião de Copenhagen, os conflitos no Oriente Médio, os dólares na cueca e os devaneios bolivarianos do coronel.
sexta-feira, fevereiro 5
Tudo vale a pena
Não iremos fazer postagens a partir de hoje. Voltaremos dia 18 de fevereiro, mas deixamos para vocês uma reflexão, que os ajudará a divertirem-se sem culpa no carnaval.
Não sou leitor de poesias, provavelmente, mais um erro meu, mas li e gostei.
Foi enviado pelo meu leitor, que só se identifica pelo nome de Ricardo.
A poesia é de Ademir Antonio Bacca.
TUDO VALE A PENA
Te permita todos os desejos e nenhuma culpa
Todos os prazeres, todos os sonhos, e nenhuma intenção de despertar
Porque a vida, do jeito que está, não é facil de se tocar
Te permita todas as palavras, e nenhuma desculpa
Todas as viagens e nenhum plano de voltar
Te permita todos os gozos e nenhum pudor
Deixe que a paixão te abrace do jeito que vier
Porque a estrada da felicidade, a gente nunca sabe
Onde começa e nem onde vai dar.
quinta-feira, fevereiro 4
Dachshund, o nosso popular salsicha
- A raça tem mais de 100 anos e divide-se em nove tipos, variando o tamanho, a cor e o pelo.
O Standard é o maior, e podem ser de pelo duro, longo ou liso.
Eram caçadores de toca, e daí a força de suas mandíbulas e das patas, já que precisam cavar e abocanhar a presa.
Hoje no entanto, são usados como cães de companhia, e são adoráveis: os criadores de língua espanhola classificam o Dakel de " testarudo", cabeçudo, pela sua personalidade forte.
Costuma-se dizer que um bom Dachshund treina o seu dono em 15 dias, e isso não é um exagero.
Ele costuma ser desconfiado com estranhos, e muito amoroso com a " sua família", onde há uma peculiaridade: embora carinhoso e atento com todos, " elege" o seu favorito no círculo familiar, a quem atribui dedicação especial.
Se você está pensando em comprar um cão, lembre com carinho no Dachshund: ele é fantástico.
Lembre-se que nós aqui do Viajando por Viajar, temos dois filhotes marrom, com pais, avós e bisavós para você olhar.
quarta-feira, fevereiro 3
Gigantismos nos mares
Estes dias, num almoço, um casal nos contava parte de sua viagem pelo Caribe.
Início e fim em Miami, mas com um gigantismo que custei a acreditar. Ouvindo-os tinha a nítida impressão que navegavam num shopping center.
Recordo-me quando vi pela primeira vez, o colossal Queen Mary, em Palm Beach. Estava com o amigo Mutti, já meio americano, pois mora lá há mais de 30 anos.
Levei um susto. Nunca imaginei que fosse tão grande. Estava ancorado e havia sido transformado em hotel. Tinha e tem 100 m de comprimento.
O Moco (piloto de F1 José Carlos Pace) estava hospedado ali.Fomos visitá-lo e ficamos para jantar.
Pois bem, não há comparação. Hoje os navios chegam a 300m e devem ser esplendidos. Só que imagino que quando ancoram numa pequena ilha, poluem com sua presença a ilha toda, lotando o super, as lojinhas e a sorveteria. Imaginem um naviozão assim em Fernando de Noronha? A impressão que deve dar é que a vilazinha ancorou no transatlântico e não o contrário.
A verdade é que os estaleiros não param e o gigantismo continua a mil. Os tamanhos são aumentados a cada ano.
Li que um dos que virá a nossa costa neste verão tem 300m ou seja duas vezes mais que o Quenn Mary que tanto me impressionou com seu tamanho e seus 5/6 andares.
Uma grande conquista dos engenheiros navais sem dúvida, mas que, significa um revés indiscutível para o glamour da navegação.
Suponho que os passageiros fiquem cada dia mais afastados dos mares.
Dos vinte andares desses navios, o oceano lá embaixo, é quase uma abstração.
Os andares são plataformas com ruas, shoppings e várias opções de lazer que nem importa se estão de fato navegando.
Não há ruídos, não há marolas e é provável que do jeito que vai, vão precisar de navios menores para levar os passageiros do navio ao cais, e aí as pessoas vão redescobrir o prazer de navegar.
PS: Ante este gigantismo todo, tenho até vergonha de dizer que desci o Rio Nilo, de Assuan ao Cairo, em uma feluca.
Feluca são aqueles " ceboleiros" de madeira com um vela triangular, sem motor, sem deck, sem luzes de navegação, sem fogão, mas que carregava 6 pessoas cheias de entusiasmo.
Levamos 10 maravilhosos dias...e noites, sob o comando do meu oculista, o Dr. e Mestre João Borges Fortes.
Mas aí é outra estória !
segunda-feira, fevereiro 1
Scanner pessoal é tão ruim assim?
Fico surpreso com as reações contra o scanner pessoal nos aeroportos.
Não consigo entender que num mundo cheio de aloprados e ativistas, que alguém se sinta ofendido, invadido, violado por seu perfil e seu esqueleto serem vistos durante 5 ou 10 segundos no aparelho.
É o mesmo que achar que o seu médico pode se excitar olhando a sua radiografia.
Give me a break.
Estranho ainda mais, quando o contestador é americano, e tem na memória, queira ou não, o ataque as Torres Gêmeas,( todos nós temos) ou quando o reclamante é espanhol, inglês ou italiano, que já viram em seus países explosões insensatas, matando pessoas e destruindo parte de seu passado como em Florença.
Diz o Giuliani, ex prefeito de Nova Iorque: "Não tivemos ataques durante o governo Bush, mas já tivemos uma tentativa sob o governo Obama."
E ao mesmo tempo, a mulher do agente duplo, Defne Bayrak que matou 7 agentes da Cia numa base americana do Afeganistão, declarou em alto e bom som: "A guerra contra os EUA deve continuar."
E quem toma um avião no Brasil, Japão e Austrália vai no pacote ou é avisado que pode descer uma parada antes?
Quando viajo, não me preocupo muito com a barrinha de cereal, quero mesmo é chegar, e acho que reclamar de uma rápida exposição corporal, é um exagero hipócrita, uma amnésia geral a tudo que tem acontecido ou ânsia por holofotes, nome no jornal, etc...mesmo que possa ser na lista da necrologia.
Só nos EUA existem 7 milhões de muçulmanos, nascidos na América( não estou culpando os islâmicos) com passaporte americano exatamente igual ao que metralhou os agentes no Afeganistão, e alguém vem dizer que se sentiu molestado, invadido por um escrutínio de 10 segundos e sem seu rosto no aparelho?